Limitações no uso da técnica de contraimunoeletroforese (CIE) para o diagnóstico das meningites causadas por Haemophilus influenzae tipo b

Autores

  • Lucila O. Fukasawa Instituto Adolfo Lutz
  • Maristela M. Salgado Instituto Adolfo Lutz
  • Maria Gisele Gonçalves Instituto Adolfo Lutz
  • Anna Vera Custódio Instituto Adolfo Lutz
  • Terezinha P. Araújo Instituto Adolfo Lutz
  • Telma R. M. P. Carvalhanas Centro de Vigilância Epidemiológica
  • Ricardo K. M. Albernaz Centro de Vigilância Epidemiológica
  • Joana D'Arc P. Reis Coordenação Geral dos Laboratórios de Saúde Pública. Ministério da Saúde
  • Maria Irene Weyl A. Costa Coordenação Geral dos Laboratórios de Saúde Pública. Ministério da Saúde.
  • Claudio T. Sacchi Instituto Adolfo Lutz

Palavras-chave:

Haemophilus influenzae b, Contraimunoeletroforese, Reação cruzada, Streptococcus pneumonia, Meningite bacteriana

Resumo

 A contraimunoeletroforese (CIE) é uma técnica amplamente utilizada no Brasil para o diagnóstico laboratorial indireto de meningites causadas por Neisseria meningitidis (Men) dos sorogrupos A, B e C e Haemophilus influenzae (Hi) tipo b, desde a década de 1970. A introdução da técnica de PCR em tempo real (RT-PCR) na rotina diagnóstica das meningites causadas por Men, Hi e Streptococcus pneumoniae (Spn), no Instituto Adolfo Lutz, levou à identificação de resultados discrepantes entre as duas metodologias. O objetivo deste trabalho foi investigar 46 amostras com resultados de CIE positivos para Hib. Deste total, 26 amostras (57%) tiveram resultados caracterizados como falsos positivos para Hib, pois nenhuma delas foi positiva para este agente por RT-PCR e teste de látex. Destas, 21 (46%) foram positivas para Spn por RT-PCR e látex e 5 (11%) foram negativas tanto para Hib ou Spn por ambas as técnicas. Estes dados evidenciaram a alta porcentagem de resultados falsos positivos para o componente Hib obtidos pela técnica de CIE. Nós recomendamos o uso do látex ou RT-PCR e não a CIE para a detecção de Hib ou, então, o uso de um segundo teste para confirmar casos de Hib positivos por CIE.  

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Palhares M, Gelli DM, Almeida MCR, Mellis CEA, Takeda AK, Taunay AE. Pesquisa de polissacarídeos de Neisseria meningitidis do grupo C no líquido cefalorraquidiano por imunoeletroforese cruzada em acetato de celulose. Rev Inst Adolfo Lutz. 1973;33:85-9.

Takeda AK, Umekita LF, Boscardin NB, Meles CAE, Taunay AE. Imunoeletroforese cruzada no diagnostic de meningite causada por Haemophilus influenzae tipo b. Rev Inst Adolfo Lutz. 1979;39:165-9.

Ballard TL, Spangler A, Roe MH, Glode MP. Clinically significant cross-reactions with counterimmunoelectrophoresis between pneumococcus type 6 and Haemophilus influenzae type b. J Clin Microbiol. 1985;22(5):754-6.

Instituto Adolfo Lutz, Seção de Imunologia, Laboratório de Meningites Bacterianas. Introdução da PCR convencional e em tempo real para o diagnóstico laboratorial das meningites bacterianas no Instituto Adolfo Lutz. Bepa. 2007;4(40):24-7.

Requejo HI, Nascimento CM, Fahrat CK. Comparison of counterimmunoelectrophoresis, latex agglutination and bacterial culture for the diagnosis of bacterial meningitis using urine, serum and cerebrospinal fluid samples. Braz J Med Biol Res. 1992;25(4):357-67.

Carvalho MGS, Tondella ML, McCaustland K, Weidlich L, McGee L, Mayer LW, et al. Evaluation and improvement of real-time PCR detection assay to lytA, ply, and psaA genes for detection of pneumococcal DNA. J Clin Microbiol. 2007;45(8):2460-6.

Corless CE, Guiver M, Borrow R, Edwards- Jones V, Fox AJ, Kaczmarski EB. Simultaneous detection of Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae, and Streptococcus pneumoniae in suspected cases of meningitis and septicemia using real-time PCR. J Clin Microbiol. 2001;39(4):1553-8.

Maaroufi Y, De Bruyne JM, Heymans C, Crokaert F. Real-time PCR for determining capsular serotypes of Haemophilus influenzae. J Clin Microbiol. 2007;45(7):2305-8.

Coonrod JD, Rytel MW. Determination of aetiology of bacterial meningitis by counter-immunoelectrophoresis. Lancet. 1972;1(7761):1154-7.

Hoffman TA, Edwards EA. Group-specific polysaccharide antigen and humoral antibody response in disease due to Neisseria meningitidis. J Infect Dis. 1972;126(6):636-44.

Edwards EA. Immunological investigations of meningococcal disease. I. Group-specific Neisseria meningitidis antigen presented in the serum of patients with fulminant meningococcemia. J Immunol. 1971;106(2):314-7.

Finch CA, Wilkinson HW. Practical considerations in using counterimmunoelectrophoresis to identify the principal causative agents of bacterial meningitis. J Clin Microbiol. 1979;10(4):519-24.

Argaman M, Liu TY, Robbins JB. Polyribitol-phosphate: an antigen of four gram-positive bacteria cross-reactive with capsular polysaccharide of Haemophilus influenzae type b. J Immunol. 1974;112:649-55.

Schneerson R, Robbins JB. Induction of serum Haemophilus influenzae type b capsular antibodies in adult volunteers fed cross-reacting Escherichia coli O75:K100:H5. New Engl J Med. 1975;292:1093-6.

Myerowitz RL, Gordon RE, Robbins JB. Polysaccharides of genus Bacillus crossreactive with the capsular polysaccharides of Diplococcus pneumoniae type III, Haemophilus influenzae type b, and Neisseria meningitidis group A. Infect Immun. 1973;8(6):896-900.

Naiman HL, Albritton WL. Counterimmunoelectrophoresis in the diagnosis of acute infection. J Infect Dis. 1980;142(4):524-31.

Kasper DL, Winkelhake JL, Zollinger WD, Brnadt BL, Artenstein MS. Immunochemical similarity between polysaccharide antigens of Escherichia coli O7:K1(L):NM and group B Neisseria meningitidis. J Immunol. 1973;110:262-8.

Downloads

Publicado

2010-04-30

Como Citar

1.
O. Fukasawa L, M. Salgado M, Gisele Gonçalves M, Custódio AV, P. Araújo T, R. M. P. Carvalhanas T, K. M. Albernaz R, P. Reis JD, Weyl A. Costa MI, T. Sacchi C. Limitações no uso da técnica de contraimunoeletroforese (CIE) para o diagnóstico das meningites causadas por Haemophilus influenzae tipo b. Bepa [Internet]. 30º de abril de 2010 [citado 28º de março de 2024];7(76):4-12. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/38516

Edição

Seção

Artigo Especial

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)