Resumo
Os antifúngicos polienos e os azólicos compreendem os imidazois representados pelo nitrato de miconazol e cetoconazol, e os triazólicos que têm o itraconazol e o fluconazol como representantes. São largamente prescritos para o tratamento de infecções sistêmicas causadas por fungos, principalmente em pacientes imunocomprometidos. Os medicamentos manipulados são desenvolvidos para atender o tratamento individualizado, e no Brasil estão regulamentados pela RDC n° 67, que instituiu as Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficiais para Uso Humano em Farmácias (BPMF). Nossa instituição recebeu amostra de cápsulas manipuladas, identificadas como sendo de fluconazol, para verificação da identidade do produto. O método empregado foi o da USP-28 do ensaio de quantificação de cetoconazol, e teve as modificações de: coluna, comprimento de onda, fluxo, temperatura a 25ºC, da fase móvel sendo ajustada a pH 5,6 com ácido acético glacial. Foram utilizados: HPLC Shimadzu CLASS-VP10, padrões de nitrato de miconazol e as bases de fluconazol, itraconazol, cetoconazol, secnidazol e tioconazol e metronidazol. Esses foram preparados na concentração de 100 µg/mL, assim como as soluções do conteúdo individual das cápsulas. Após o desenvolvimento cromatográfico das amostras e dos padrões, verificou-se que os tempos de retenção não foram semelhantes entre as cápsulas e os padrões, concluindo-se que não era fluconazol o seu conteúdo. O sistema cromatográfico mostrou-se eficiente na identificação dos seis antifúngicos com estruturas químicas semelhantes apresentando tempos de eluição diferentes, assim como o antiparasitário metronidazol com outra estrutura química. Esse método poderá ser de escolha para análise de antifúngicos, quando houver queixas relacionadas com a identidade do fármaco
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