Algoritmo de testes sorológicos de triagem para infecção por HTLV-1/2 usado no Instituto Adolfo Lutz

Autores

  • Fabrício Jacob Instituto Adolfo Lutz
  • Elizabeth de los Santos-Fortuna Instituto Adolfo Lutz
  • Adele Caterino-de-Araujo Instituto Adolfo Lutz

Palavras-chave:

vírus linfotrópico de células T humanas do tipo I (HTLV-1), HTLV-2, sorologia, ensaio imunoenzimático (EIA), Western Blot (WB), testes de triagem, anticorpos

Resumo

 O Ministério da Saúde recomenda para o diagnóstico de infecção por HTLV-1/2 a utilização de um ensaio imunoenzimático (EIA) que contenha antígenos específicos do HTLV-1 e HTLV-2 na triagem sorológica e, nos soros reagentes, a repetição do mesmo teste em duplicata. O presente artigo tem como objetivo apresentar os resultados obtidos com a rotina diagnóstica de infecção por HTLV-1/2 e o algoritmo de testes de triagem utilizado pelo Instituto Adolfo Lutz Central, que difere do recomendado pelo Ministério. Amostras de soro encaminhadas por ambulatórios de especialidades do SUS e pelos Centros de Referência e Treinamento em AIDS de São Paulo, no período de dezembro de 1998 a março de 2006, foram analisadas quanto à presença de anticorpos anti-HTLV-1/2 usando kits de reagentes EIAs disponíveis no mercado. Os resultados obtidos são apresentados como valores de sensibilidade, especificidade e eficiência dos EIAs de primeira, segunda e terceira gerações em relação ao teste confirmatório de Western Blot, destacando os resultados falso-negativos. Nenhum kit de reagentes EIA, isoladamente, foi capaz de detectar todos os soros verdadeiramente positivos quanto à presença de anticorpos anti-HTLV-1/2. Houve necessidade da utilização de dois EIAs de composição antigênica e formatos diferentes para a triagem sorológica, com melhor desempenho dos EIAs de segunda geração. Os resultados obtidos confirmam a necessidade da utilização de dois kits de reagentes EIAs na triagem sorológica de infecção por HTLV-1/2 em laboratórios de diagnóstico, diferentemente do preconizado pelo Ministério da Saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Proietti AB de FC. HTLV Cadernos Hemominas. Belo Horizonte: Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais; 2006.

Posada-Vergara MP, Montanheiro P, Fukumori LMI, Bonasser F, Duarte AJS, Penalva De Oliveira AC et al. Clinical and epidemiological aspects of HTLV-II infection in São Paulo, Brazil: presence of tropical spastic paraparesis/HTLVassociated myelopathy (TSP/HAM) simile diagnosis in HIV-1-coinfected subjects. Rev Inst Med Trop S Paulo. 2006;48:207-10.

Brites C, Alencar R, Gusmão R, Pedroso C, Pedral-Sampaio D, Badaró R et al. Coinfection with HTLV-1 is associated with a shorter survival time for HIV-1-infected patients in Bahia, Brazil. AIDS. 2001;15:2053- 55.

Turci M, Pilotti E, Ronzi P, Magnani G, Boschini A, Parisi SG, et al. Coinfection with HIV-1 and human T-cell lymphotropic virus type II in intravenous drug users is associated with delayed progression to AIDS. J Acquir Immune Defic Syndr. 2006;41:100-6.

Roucoux DF & Murphy EL. The epidemiology and disease outcomes of human Tlymphotropic virus type II. AIDS Rev. 2004;6:144-54.

Ministério da Saúde. Portaria 1.376, de nov. 1993. Diário Oficial da União, Brasília, 2 de dez. 1993. [Aprova alterações na Portaria n. 721/GM, de 9 de ago. 1989, que aprova normas técnicas para coleta, processamento e transfusão de sangue, componentes e derivados, e da outras providências].

Ministério da Saúde. HTLV-I/II – Triagem e diagnóstico sorológico em unidades hemoterápicas e laboratórios de saúde pública. Brasília: Ministério da Saúde, Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids. 1998. II (Série TELELAB); 54p.

Centers for Disease Control and Prevention. Current trends licensure of screening tests for antibody to human T-limphotropic virus type I. Morb Mortal Wkly Rep. 1988 [acessado em 11 set. 2001];37(48):736-40. Disponível em: http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtm l/00001311.htm

Manns A, Blattner WA. The epidemiology of the human T-cell lymphotropic virus type I and II: etiologic role in human disease. Transfusion. 1991;31:67-75.

Franchini G. Molecular mechanisms of human T-cell leukemia/lymphotropic virus type I infection. Blood. 1995; 86:3619-39.

Wiktor SZ, Pate EJ, Weiss SH, Gohd RS, Correa P, Fontham ET, et al. Sensitivity of HTLV-I antibody assays for HTLV-II. Lancet. 1991;338:512-13.

Centers for Disease Control and Prevention. Current trends human T lymphotropic virus type I screening in volunteer blood donors – United States, 1989. Morb Mortal Wkly Rep. 1990 [acessado em 15 jul. 2001]; 39(50): 915, 921-24. Di sponí vel em:ht tp: / /www. cdc .gov / mmwr/preview/mmwrhtml/00001864.htm.

Andersson S, Thorstensson R, Ramirez KG, Krook A, Von Sydow M, Dias F et al. Comparative evaluation of 14 immunoassay for the detection of antibodies to the human Tlymphotropic virus types I and II using painels of sera Sweden and West Africa. Transfusion. 1999;39:845-51.

Vrielink H, Reesing HW, Habibuw M, Schuller M, Van Der Meer C. Comparision of four HTLV-I and HTLV-I + II ELISAs. Vox Sang. 1999;76:187-91.

Thorstensson R, Albert J, Andersson S. Strategies for diagnosis of HTLV-I and II. Transfusion. 2002;42:780-91.

Santos TJT. Biomolecular study of seroindeterminate individuals for the retrovirus HTLVI/ II. Arq Neuropsiquiatr. 2001;60:174-75.

Jacob F, Santos-Fortuna E, Azevedo RS, Caterino-De-Araujo A. Performances of HTLV serological tests in diagnosing HTLV infection in high-risk population of São Paulo, Brazil. Rev Inst Med Trop S Paulo. 2007a; 49(6): 361-364.

Morimoto HK, Morimoto AA, Reiche EMV, Ueda LT, Matsuo T, Reiche FV et al. Difficulties in the diagnosis of HTLV-2 infection in HIV/AIDS patients from Brazil. Comparative performances of serologic and molecular assays, and detection of HTLV-2b subtype. Rev Inst Med Trop S Paulo. 2007; 49(4): 225-230.

Jacob F, Santos-Fortuna E, Azevedo RS, Caterino-De-Araujo A. Serological patterns for HTLV-I/II and its temporal trend in highrisk populations attended at Public Health Units of São Paulo, Brazil. J Clin Virol (em revisão, 2007b).

Catalan-Soares B, Carneiro-Proietti AB, Proietti FA, Interdisciplinary HTLV Research Group – Heterogeneous geographic distribution of human T-cell lymphotropic viruses I and II (HTLV-I/II): serological screening prevalence rates in blood donors from large urban areas in Brazil. Cadern Saúde Publ. 2005;21:926-31.

De-Araujo AC, Casseb JSR, Neitzert E, Xavier De Souza ML, Mammano F, Del Mistro A, et al. HTLV-I and HTLV-II infections among HIV-1 seropositive patients in São Paulo, Brazil. Eur J Epidem. 1994;10:165-71.

Gallo D, Diggs JL, Hanson CV. Evaluation of two commercial human T-cell lymphotropic virus Western blot (immunoblot) kits with problems specimens. J Clin Microbiol. 1994; 32: 2046-49.

Casseb J, Souza T, Pierre-Lima MT, Yeh E, Hendry MR, Gallo D. Testing problems in diagnosing HTLV infection among intravenous drug users with AIDS in São Paulo city, Brazil. AIDS Res hum Retrovir. 1997;13:1639-41.

Caterino-De-Araujo A, Santos-Fortuna E, Meleiro MCZ, Suleiman J, Calabro ML, Favero A, et al - Sensitivity of two ELISA tests in relation to Western blot in detecting HTLV-I and HTLV-II infection among HIV-1-infected patients from São Paulo, Brazil. Diagn Microbiol infect Dis. 1998;30:173-82.

Zehender G, De Maddalena C, Gianotto M, Cavalli B, Santambrogio S, Orso M, et al. High prevalence of false-negative anti- HTLV type I/II enzyme-linked immunosorbent assay results in HIV type 1-positive patients. AIDS Res Hum Retrovir. 1997;13:1141-46.

Bassani S, Toro C, Jiménez V, Rodés B, Soriano V. Can the level of immunosuppression in human immunodeficiency virus-infected patients affect the reliability of human T-cell lymphotropic virus type 2 serological diagnosis? Clin Vacc Immunol. 2006;13:160-61.

Downloads

Publicado

2008-01-31

Como Citar

1.
Jacob F, de los Santos-Fortuna E, Caterino-de-Araujo A. Algoritmo de testes sorológicos de triagem para infecção por HTLV-1/2 usado no Instituto Adolfo Lutz. Bepa [Internet]. 31º de janeiro de 2008 [citado 3º de maio de 2024];5(49). Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/38717

Edição

Seção

Artigo Original