Avaliação do hábito alimentar de Lutzomyia longipalpis no Estado de São Paulo

Autores

  • Vera Lucia Fonseca de Camargo-Neves Superintendência de Controle de Endemias
  • Lílian Aparecida Colebrusco Rodas Superintendência de Controle de Endemias
  • Almério de Castro Gomes Faculdade de Saúde Publica, da Universidade de São Paulo – FSP/USP

Palavras-chave:

Lutzomyia longipalpis, hábito alimentar, epidemiologia, leishmaniose visceral americana

Resumo

 Avaliou-se o hábito alimentar de Lutzomyia longipalpis em áreas de transmissão da leishmaniose visceral    americana no município de Araçatuba (SP). De 1999 a 2001, capturas entomológicas mensais foram realizadas    em três áreas do município, sendo pesquisadas amostras de 123 residências/área, durante 20 minutos/    domicílio. As fêmeas ingurgitadas foram separadas e conservadas a -20ºC, até a realização do exame do    conteúdo intestinal, pela reação de imunoprecipitação em tubo capilar. Utilizou-se anti-soros de: animais    domésticos (cão, cavalo, gato e galinha), roedor e humano. Para a realização da reação, cada fêmea foi    colocada em tubo com 0,2mL de solução fisiológica estéril mertiolada a 0,85%, por 12 horas. Posteriormente,    foram maceradas e centrifugadas e 30ml do sobrenadante foram transferidos para o tubo capilar e adicionados    30ml de anti-soro. A reação foi dada como positiva quando observado grumo esbranquiçado até duas horas    depois de seu início. Coletou-se 1.540 fêmeas de L. longipalpis, destas 699 estavam ingurgitadas quando    coletadas e 613 (87,7%) foram submetidas ao teste, resultando em 45,6% de amostras reagentes. Das    amostras reagentes 91,4% reagiram para sangue canino. Das 25 amostras reagentes para sangue humano 22    (88,0%) também reagiram para cão. Apenas 7,5% dos exemplares reagiram para sangue de ave. Em    Araçatuba, L. longipalpis mostrou hábito eclético em relação à fonte alimentar, demonstrando alto grau de    cinofilia. Embora as aves não tenham representado a principal fonte de alimento, deve-se atentar para o    significado epidemiológico que elas representam, na medida em que permitem a domiciliação do vetor. Não foi    observada mudança de hábito alimentar decorrente das atividades de controle vetorial.   

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Referências

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Publicado

2007-03-30

Como Citar

1.
Fonseca de Camargo-Neves VL, Colebrusco Rodas LA, de Castro Gomes A. Avaliação do hábito alimentar de Lutzomyia longipalpis no Estado de São Paulo . Bepa [Internet]. 30º de março de 2007 [citado 4º de maio de 2024];4(39):2-7. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/38758

Edição

Seção

Artigo Original