Programa de Controle da Doença de Chagas no Estado de São Paulo: aspectos sorológicos e entomológicos de inquéritos entre escolares de ensino fundamental

Autores

  • Maria Esther de Carvalho Laboratório de Imunoepidemiologia, Superintendência de Controle de Endemias, Secretaria de Estado da Saúde. São Paulo, SP
  • Rubens Antonio da Silva Diretoria de Combate a Vetores. Superintendência de Controle de Endemias, Secretaria de Estado da Saúde. São Paulo, SP
  • Dalva Marli Valério Wanderley Departamento de Epidemiologia, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo. São Paulo, SP
  • José Maria Soares Barata Departamento de Epidemiologia, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo. São Paulo, SP

Palavras-chave:

Doença de Chagas, Diagnóstico sorológico, Inquérito escolar, Triatomíneos

Resumo

Como parte de avaliação de medidas de controle de vetores, levadas a efeito no Estado de São Paulo, na década de 60, inquéritos sorológicos entre crianças escolares nascidas após sua aplicação foram realizados nos períodos abrangidos entre os anos
1968 e 1970, em todos os municípios do estado, à exceção dos da Grande São Paulo e, anualmente, de 1973 a 1983, em amostra selecionada a partir daqueles com as maiores soroprevalências para a infecção chagásica. No primeiro caso, a metodologia sorológica previu os exames à base da reação de fixação de complemento, em soros e, no segundo, a reação de imunofluorescência indireta, em eluatos de sangue total absorvido em papel-filtro. Presença de triatomíneos e sua condição de infecção por Trypanosoma cruzi, coligidas nos diversos municípios de acordo com o ano dos nascimentos dos escolares e da realização dos inquéritos, permitiram vislumbrar o quadro da infecção chagásica no Estado de São Paulo, naquelas épocas. A região de Sorocaba destacou-se das demais em termos sorológicos, sustentada pela presença do Triatoma infestans até o início da década de 70. Similarmente, a autoctonia dos casos foi aí observada de maneira preponderante, enquanto que em outras regiões do estado manteve-se um equilíbrio entre casos autóctones e importados. A análise dos dados revela que, ainda em 1974, a transmissão vetorial poderia registrar-se no estado. É importante destacar que, mesmo com falhas de cobertura, até o ano de 1997, não se observou mais sororreatividade para infecção chagásica nas idades inferiores a 15 anos, no Programa de Controle do Estado de São Paulo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

World Health Organization. Control of Chagas Disease (WHO - Technical Report

Series, 811). Geneva: WHO; 1991. [Links]

Buralli GM. Estudo do controle dos triatomíneos domiciliados no Estado de São

Paulo [Dissertação de mestrado] São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP; 1985.

[Links]

Guarita OF, Fomm AS, Brigido RM, Pimenta Filho TT. Inquérito sorológico para avaliação

da infecção chagásica do grupo etário de 9 a 14 anos dos escolares do Estado de

São Paulo, Brasil. São Paulo: Secretaria de

Estado da Saúde de São Paulo - SUCEN;

[Links]

Silva TL, Unti O. Organização do serviço para o combate à moléstia de Chagas no Estado

de São Paulo. Arq Hig Saude Publ 1952; 17:99-107. [Links]

Rocha e Silva EO, Guarita OF, Ishihata GK. Doença de Chagas: atividades de controle

dos transmissores no Estado de São Paulo, Brasil. Rev Bras Malariol D Trop 1979;

:99-119. [Links]

Silva LJ. Evolução da doença de Chagas no Estado de São Paulo[Tese de Doutorado].

Ribeirão Preto, SP: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP; 1981. [Links]

Silva LJ. Desbravamento, agricultura e doença: a doença de Chagas no Estado de

São Paulo. Cad Saude Publ 1986; 2:124-140. [Links]

Freitas JLP. Contribuição para o estudo do diagnóstico da moléstia de Chagas

por processos de laboratório[Tese de doutorado]. São Paulo, SP: Faculdade de

Medicina da USP; 1947. [Links]

Rosenfeld G, Cardoso FA. Distribuição dos triatomídeos e da moléstia de Chagas no

Estado de São Paulo (Brasil). Rev Clin S Paulo 1941; 9:198-209. [Links]

Carvalho ME. Sorologia da infecção chagásica no Programa de Controle do

Estado de São Paulo, Brasil [Tese de doutorado] São Paulo: Faculdade de Saúde

Pública da USP; 2000. [Links]

Rocha e Silva EO, Wanderley DMV, Rodrigues VLCC. Triatoma infestans:

importância, controle e eliminação da espécie no Estado de São Paulo, Brasil. Rev Soc Bras Med Trop 1998; 31:73-88. [Links]

Corrêa RR. Técnicas de contrôle utilizadas no Estado de São Paulo. In: Grupo de

estudio sobre la enfermedad de Chagas [WHO/CHAGAS/SG/69.13]. Geneva: World

Health Organization; 1969. [Links]

Coutinho J. Contribuição ao estudo da epidemiologia da doença de Chagas. Arq

Hig Saude Publ 1962; 27: 317-330. [Links]

Freitas JLP. Dados atuais sobre a distribuição de triatomídeos e moléstia de Chagas no

Estado de São Paulo. Rev Paul Med 1950; 37:227-236. [Links]

Maluf J, Guarita OF, Rocha e Silva EO. O controle da doença de Chagas no município

de Bariri, Estado de São Paulo. Rev Saude Publ 1970; 4:7-12. [Links]

Dawson-Saunders B, Trapp RG. Basic & clinical

biostatistics. 2nd ed. Norwalk, Connecticut:

Appleton & Lange; 1994. [Links]

Paschoal L. Borrador sobre distribuição de triatomíneos nos municípios do Estado

de São Paulo, de 1950 a 1980. São Paulo; Superintendência de Controle de Endemias

(SUCEN), mimeo. [Links]

Dean AG, Dean JA, Coulombier D, Brendel KA, Smith DC, Burton AH, et al. Epi Info, Version

: a word processing database, and statistics program for epidemiology on microcomputers. Centers of Disease Control and Prevention,

Atlanta, Georgia, USA; 1994. [ Links ]

Camargo ME. Fluorescent antibody test for the serodiagnosis of American Trypanosomiasis. Technical modification

employing preserved culture forms of

Trypanosoma cruzi in a slide test. Rev Inst

Med Trop S Paulo 1966; 8:227-234. [ Links ]

Ferreira CS, Carvalho ME. Reações de imunofluorescência indireta: algumas simplificações de sua técnica. Rev Saude

Publica 1973; 7:303-306. [ Links ]

Ferreira CS, Carvalho ME. Padronização de uso de papel-filtro como suporte de material para reações sorológicas. Rev Bras

Malariol D Trop 1982; 34: 82-86. [ Links ]

Coda D, Falci N, Mendes FAT. Contribuição para o estudo e a profilaxia da moléstia de

Chagas no Estado de São Paulo. Rev Inst Adolfo Lutz 1958; 18:83-121. [ Links ]

Luquetti AO, De Ponce E, Tavares SBN, Oliveira RA, Ponce C. Concentración de anticuerpos en infectados chagásicos. Comparación en

dos regiones endémicas de América Latina. Resultados preliminares. In: Resumenes del XIV Congreso Latinoamericano de

Parasitología, Acapulco (Gro), México.

Acapulco: Federación Latinoamericana de Parasitología; 1999. p. 9. [ Links ]

Forattini OP, Rocha e Silva EO, Barata JMS, Boainain E. Nota sobre novo caso autóctone de tripanossomíase americana no Litoral

Sul do Estado de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publ 1981; 15:350-352. [ Links ]

Dias JCP. Prevalência da doença de Chagas em crianças da zona rural de Bambuí, MG,

após ensaio profilático. Rev Bras Malariol D Trop 1967; 29:135-159. [ Links]

Dias JCP. Perspectivas para o controle da doença de Chagas humana em áreas endêmicas através de profilaxia domiciliar

com inseticidas de ação residual. Experiência de Bambuí, Minas Gerais, Brasil

[Monografia de conclusão de mestrado]

Belo Horizonte, MG: Faculdade de Medicina

da UFMG; 1974. [ Links ]

Marsden P, García-Zapata MTA, Castillo EAS, Prata AR, Macedo VO. Los 13 primeros años del control de la enfermedad de Chagas en

Mambaí, Goiás, Brasil, 1980-1992. Bol Of Sanit Panam 1994; 116:111-117. [ Links ]

Fundação SEADE. O novo retrato de São Paulo. Avaliação dos primeiros resultados

do censo demográfico de 1991. 2ª ed. São Paulo; 1993. [ Links ]

Forattini OP, Rocha e Silva EO, Barata JMS, Boainain E. Nota sobre caso autóctone de tripanossomíase americana no Litoral Sul

do Estado de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publ 1980; 14:143-149. [ Links ]

Schenone H, Iglesias J, Schenone S, Contreras M del C. Infección chagásica congénita de segunda generación. Bol Chil

Parasitol 1987; 42:71-73. [ Links ]

Dias jcp. Doença de Chagas em Bambuí (MG), Brasil. Estudo clínico-epidemiológico a partir da fase aguda, entre 1940 e 1982 [Tese de

doutorado. Belo Horizonte, MG: Faculdade de Medicina da UFMG; 1982. [ Links ]

Downloads

Publicado

2014-12-31

Como Citar

1.
Carvalho ME de, Silva RA da, Wanderley DMV, Barata JMS. Programa de Controle da Doença de Chagas no Estado de São Paulo: aspectos sorológicos e entomológicos de inquéritos entre escolares de ensino fundamental. Bepa [Internet]. 31º de dezembro de 2014 [citado 27º de abril de 2024];11(131/132):47-68. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/39499

Edição

Seção

Certificação de eliminação de triatoma infestans do Estado de São Paulo

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>