Resumo
No Brasil, a taxa estimada de IRAS é 10%, o que é relevante à saúde pública devido à alta morbimortalidade e custos. A pandemia de COVID-19 foi um dos principais desafios atuais devido ao alto número de internações, maior tempo de hospitalização e sobrecarga aos sistemas de saúde. Este estudo teve como objetivo conhecer o perfil microbiano das IRAS e o perfil de resistência aos antimicrobianos dos microrganismos isolados nos hospitais da região de Araçatuba-SP no período da pandemia. Foi realizada uma análise de dados do sistema de Gerenciamento de ambiente laboratorial (GAL) das cepas recebidas pelo Instituto Adolfo Lutz de Araçatuba-SP durante o período apresentado. Do total de 56 isolados recebidos, 52% eram de pacientes do sexo feminino e a média de idade dos pacientes foi 58,1 anos. Acinetobacter baumannii foi o patógeno mais isolado (85%) especialmente de secreção oronasofaringeana, sangue e secreção traqueal. Dos isolados de A. baumannii, todos apresentaram resistência às cefalosporinas, fluoroquinolonas, carbapenêmicos e portavam o gene blaOXA-23, responsável pela expressão de carbapenemases. Os dados obtidos nesse estudo corroboram a preocupação da OMS com relação ao A. baumannii, a qual exige uma vigilância epidemiológica atuante e a implementação de práticas de prevenção e controle de infecções.
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