Otimização e validação de método farmacopeico para verificar possíveis desvios de qualidade de matérias primas e cápsulas manipuladas contendo hormônios tireoidianos
PDF

Palavras-chave

levotiroxina
liotironina
CLAE
cápsulas manipuladas
validação

Como Citar

1.
Markman BEO, Koschtschak MRW, Auricchio MT. Otimização e validação de método farmacopeico para verificar possíveis desvios de qualidade de matérias primas e cápsulas manipuladas contendo hormônios tireoidianos. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 1º de agosto de 2007 [citado 28º de abril de 2024];66(3):268-74. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/32805

Resumo

Os hormônios tireoidianos levotiroxina (T4) e liotironina (T3), utilizados no hipotireoidismo, controlam a velocidade das funções químicas corpóreas. Os objetivos deste estudo foram otimizar e validar a técnica de CLAE-UV a partir da descrita na farmacopéia americana 28a. ed., para determinar T3 e T4 com um fator de resolução igual ou maior que 5 entre o maior componente e seu contaminante, e aplica-la com eficiência na verificação da qualidade de formulações farmacêuticas manipuladas. A otimização do método foi alcançada com a fase móvel de 52:50 (água acidificada com ácido fosfórico: acetonitrila), temperatura 27°C e fluxo de 1,6mL. min-1, empregando-se a coluna de 250 x 4,6mm constituída de grupos nitrila ligados quimicamente a partículas de sílica porosa de 3 a 10μm e detecção em 238nm. O número de pratos teóricos acima de 8500 e a resolução de 5,12, indicam excelente eficiência do sistema cromatográfico otimizado. Foram detectados graves desvios de qualidade nas cápsulas manipuladas de T3 e ou T4, pois foram encontrados valores de super-dosagem que levaram os pacientes a internação hospitalar e mesmo a óbito por intoxicação causada por esses hormônios. Os resultados obtidos expõem as limitações técnicas dos processos de manipulação, assim como a ausência do controle de qualidade do produto acabado, o uso desses medicamentos constitui um risco sanitário.
https://doi.org/10.53393/rial.2007.66.32805
PDF

Referências

1. Farwell PA, Braverman LE. Thyroid and Antithyroid Drugs In: The Goodman e Gilman’s. Pharmacological Basis of Therapeutics, 9ª ed. New York: Pergamon Press;1996, p. 1391-7

2. Martindale. The complete drug reference. 34.ed.London: The Royal Pharmaceutical Society of Great Britain. 2005, 1594-6; p. 1600-4.

3. The Merck Manual of Medical Information-HomeEdition: Merck Research Laboratories. Division of Merck& Co.,Inc. Whitehouse Station, N.J. 1997, p. 704-11.

4. Bricarello S. Hormônios da Tireóide e Drogas Antitireoidianas. In: Zanini AC, Oga S. FarmacologiaAplicada. 5.ed. São Paulo: Ed Atheneu; 1994,p. 616-21.

5. Garnick RL, Burt GF, Long DA, Bastian JW, Alfred JP. High-performance liquid chromatographic assay forsodium levothyroxine in tablet formulations: Contentuniformity applications. J Pharm Sci. 1984;73:75-7.

6. Richheimer SL, Amer TM. Stability-indicating assay, dissolution and content uniformity of sodiumlevothyroxine in tablets. J Pharm Sci. 1983;72:1349-51.

7. Brower JF, Toler DY, Reepmeyer JC. Determination of sodium levothyroxine in bulk, tablet, and injection formulations by high-performance liquid. J Pharm Sci.1984; 73: 1315-17.

8. British Pharmacopeia, Her Magesty’s Stationery Office (HMSO), London, 2004, p 1166-8.

9. United States Pharmacopeia 28 ed. Rockville: UnitedStates Pharmacopeial conventions. 2005;1137-39;p. 1126-9.

10. Lovell G, Corran PH. Determination of L-thyroxine inreference serum preparations as the o-phthalaldehyde-N-acetylcysteine derivative by reversed-phase liquid chromatography with electrochemical detection. J Chromatogr Biomed Appl. 1990;525:287-96.

11. Kazemifard AG, Moore DE, Aghazadeh A. Identification and quantification of sodium-thyroxineandits degradation products by LC using electrochemicaland MS detection. J Pharm Biomed Anal 2001;25:697-711.

12. Siekmann L. Measurement of thyroxin in human serumby isotope dilution mass spectrometry. Definitive methods in clinical chemistry. V. Biolog Mass Spect.1987;14:683-8.

13. Holak W, Shostak D. Differential pulse polarographic analysis of thyroid hormone: determination of iodine,thyroxine, and liothyronine. J Pharm Sci. 1979;68:338-42.

14. Armbruster MD, Harris R, Scarbrough R, Tamez C. Total triiodothyronine by fluorescence polarization immunoassay (FPIA). J Clin Lab Anal. 1988; 2: 3-6.

15. Kobuke L, Specker JL, Berm HA. Thyroxine content ofeggs and larvae of coho salmon, Oncorhynchus kisutch.J Exp Zool. 1987;242:89-94.

16. Bigos ST, MacLean J, Butler B. Comparison of serumfree thyroxine measurements by chemiluminescenceand equilibrium dialysis. J Biolum Chemilum. 1989;4:627-34.

17. Waseem A, Yaqoob M, Nabi A. Determination of thyroxine in pharmaceuticals using flow injection withluminol chemiluminescence inhibition detection. Lumin.2006;21:174-8.

18. US Pharmacopeia 28. Validation of compendia methods. United States Pharmacopeal Convention, Rockville,MD, 2005, 2748-51 p.

19. ICH Q2B: Tex on validation of analytical procedures methodology (International Conference onHarmonization of Technical Requirements for theRegistration of Drugs for Human Use, Geneva,Switzerland, March 1979). Published in Federal Register, 62(96), 19 May 1997,27463-7 p.

20. Brasil, RDC N° 10 Anexo V de 2 de Janeiro de 2001, Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacionalde Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Aprovao Regulamento Técnico para Medicamentos Genéricose estabelece Guia para validação de MétodosAnalíticos. Disponível em: http://elegis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?=19777&word. Acesso em20/09/2007.

21. Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia. Normalização e Qualidade Industrial). Orientações sobre Validação de Métodos e Ensaios Químicos.DOQ-CGCRE-008, Revisão: 00, 2002, 31 p.

22. Farmacopéia Brasileira 4ª Ed. Uniformidade de Doses Unitárias. Parte II, Primeiro fascículo, Atheneu EditoraSão Paulo Ltda, 1996.

23. Brasil, RDC n° 214 de 12 de Dezembro de 2006, Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacionalde Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Dispõe sobre as Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos para Uso Humano em farmácias.Disponível em http://elegis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=25128&mode=Print. Acessoem 23/2/2007.

24. Brasil, RDC n° 33 de 19 de abril de 2000, Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Aprova RegulamentoTécnico de Boas Práticas de Manipulação em Farmácias. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 de abril 2000. Seção 1, n°78-E, p. 27.

25. Brasil, RDC n° 354 de 18 e Dezembro de 2003, Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Estabelece a manipulação de produtos farmacêuticos emtodas as formas farmacêuticas de uso interno, quecontenham substâncias de baixo índice terapêuticodefinidas no Anexo I. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/Legis/resol/2003/rdc/t354?rdc.htmAcesso em 29/12/03.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2007 Blanca E. O. Markman, Maria Regina W. Koschtschak, Mariângela Tirico Auricchio

Downloads

Não há dados estatísticos.