Avaliação do diagnóstico da leishmaniose visceral canina com a utilização de teste rápido com antígeno recombinante K39 em regiões endêmicas do estado de São Paulo
PDF

Palavras-chave

Leishmaniose Visceral
proteínas recombinantes/imunologia
técnicas imunológicas
Leishmania chagasi

Como Citar

1.
Bisugo MC, Araújo M de FL, Taniguchi HH, Acunha E, Santos AA, Spessoto Junior M, Kaneto CN, Camargo CVO, Polizel MA, Vigilato MAN, Negreiros CMS, Okagima M, Gonçalves NM, Lundstedt LP, Andrade AM, Lima VMF, Tolezano JE. Avaliação do diagnóstico da leishmaniose visceral canina com a utilização de teste rápido com antígeno recombinante K39 em regiões endêmicas do estado de São Paulo. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 1º de abril de 2007 [citado 28º de abril de 2024];66(2):185-93. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/32831

Resumo

Em inquéritos caninos, realizados em municípios paulistas com autoctonia de leishmaniose visceral americana (LVA), o desempenho do teste rápido imunocromatográfico (formato “dipstick”) empregando antígeno recombinante K39 (rK39) foi realizado em amostras de sangue total e soro de cães. Este teste foi comparado com a técnica de RIFI e com ELISA as quais foram realizadas em amostras de soro. As amostras foram colhidas de 1.333 cães, sendo 1199 selecionados por sorteio em municípios com transmissão de LVA. O grupo controle foi constituído de amostras de 134 cães portadores de outras patologias ou residentes em áreas indenes para LVA, para avaliar a especificidade do teste rápido antirK39. Nos cães selecionados por sorteio, a positividade do teste rápido anti-rK39 foi de 31,3% nas amostras de soro e de 17,4% no sangue total; a RIFI e o ELISA detectaram anticorpos anti-Leishmania em 25,1% e 27,2% das amostras, respectivamente. Todas amostras do grupo controle apresentaram resultados negativos no teste rápido. O teste rápido realizado em amostras de soro apresenta-se como ensaio simples, rápido, de baixo custo e, portanto, adequado para ser empregado como técnica alternativa de triagem diagnóstica em função de sua especificidade para as espécies do complexo Leishmania donovani, responsáveis pela leishmaniose visceral.
https://doi.org/10.53393/rial.2007.66.32831
PDF

Referências

1. Ross R. Furter notes on leishman’s bodies. Brit Med J1903; 2: 1401.

2. WHO. World Health Organization. The 17th Programme Report of the UNICEF/UNDP/World Bank/ WHO Special Programme for Research & Training in Tropical Diseases 2006. [Acesso em 13/09/2006]. Disponível em:http://www.who.int/tdr/leishmaniasis.htm

3. Lutz A, Neiva A. Contribuição para o conhecimento das espécies do gênero Phlebotomus existentes no Brasil. Mem Inst Oswaldo Cruz 1912; 4: 84-95.

4. Lainson R, Shaw JJ. Evolution, classification andgeographical distribution. In: Peter W. Killick-Kendrickr. Ed. The leishmaniasis in biology and medicine.London, Academic Press; 1987 v.1.

5. Gontijo CMF, Melo MN. Leishmaniose Visceral no Brasil: quadro atual, desafios e perspectivas. Rev Bras Epidemiol 2004; 7(3): 338-48.

6. Ministério da Saúde do Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral. Brasília (DF); 2003.

7. Vieira JBF, Coelho GE. Leishmaniose Visceral ou Calazar: aspectos epidemiológicos e de controle. RevSoc Bras Med Trop 1998; 31 Supl 2: 85-92.

8. Simplício ACR, Furtado JBV, Monteiro OS, Garret D. Leishmaniose Visceral no Brasil. Análise epidemiológica nos últimos 16 anos. Rev Soc Bras Med Trop 2002; 35(I): 298.

9. Ministério da Saúde do Brasil. Sistema Único de Saúde–SUS. Indicadores de morbidade e fatores de risco.[Acesso em 02/04/07]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br

10. Costa CHN, Vieira JBF. Mudanças no controle da leishmaniose visceral no Brasil. Rev Soc Bras Med Trop2001; 30 (1): 223-8.

11. Ministério da Saúde do Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Coordenação de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores. Controle, diagnóstico etratamento da Leishmaniose Visceral (calazar) – normas técnicas. Brasília (DF); 1996.

12. Deane LM, Deane MP. Infecção experimental do Phlebotomus longipalpis em raposa (Lycalopex vetulus) naturalmente infectada pela L. donovani. Hospital 1954;46: 651-3.

13. Deane LM, Deane MP. Observações preliminares sobrea importância comparativa do homem, do cão e da raposa (Lycalopex vetulus) como reservatórios de Leishmania donovani em área endêmica de calazar no Ceará. Hospital 1955; 48: 61-76.

14. Marzochi MCA, Marzochi KB. Leishmanioses em áreas urbanas. Rev Soc Bras Med Trop 1997; 30 (I): 162-4.

15. Monteiro OS, Lacerda MM, Arias JR. Controle da Leishmaniose Visceral no Brasil. Rev Soc Bras Med Trop 1994; 27 (Supl 3): 67-72.

16. Alencar JE. Leishmaniose Visceral no Brasil. Rev Med Univ Fed Ceará 1978; 17-18: 129-48.

17. Deane, LM. Leishmaniose Visceral no Brasil. Estudos sobre os reservatórios e transmissores realizados no Estado do Ceará. Serviço Nacional de Educação Sanitária. Rio de Janeiro; 1956.

18. Marzochi MCA, Coutinho SG, Souza WJS, Toledo LM, Grimaldi Jr G, Momen H, Pacheco RS, Sabroza PC, Souza MA, Rangel Jr FB, Tramontano NC. CanineVisceral Leishmaniasis in Rio de Janeiro, Brazil. Clinical, parasitological, therapeutical andepidemiological findings (1977-1983). Mem InstOswaldo Cruz 1985; 80 (3): 349-57.

19. Ashford DA, Bozza M, Freire M, Miranda JC, SherlockI, Eulálio C, Lopes U, Fernandes O, Degrave W, BarkerJR, Badaró R, David JR. Comparison of the polymerasechain reaction and serology for the detection of caninevisceral leishmaniasis. Am J Trop Med Hyg 1995; 53(3): 251-5.

20. Ferrer L, Aisa M , Roura X e Portus M. Serological diagnosis and treatment of canine leishmaniasis. Vet Rec 1995; (136): 514-6.

21. Aisa MJ, Castillejo S, Galleo M, Fisa R, Riera MC, Colmenares M et al. Diagnostic potential of western blotanalysis of sera from dogs with leishmaniasis in endemicareas and significance of the pattern. Am J Trop MedHyg 1998; 58(2): 154-9.

22. Ashford DA, Badaro R, Eulalio C, Frire M, Miranda C,Zalis M e David Jr. Studies on the control of Visceral leishmaniasis: validation of the Falcon assay screeningtest-enzyme linked immunosobernt assay screening(FAST-ELISA) for field diagnosis of canine visceralleishmaniasis. Am J Trop Med Hyg. 1993; (48):1-8.

23. Dietze R, Falqueto A, Valli, LCP, Rodrigues TP, Boulos M, Correy R. Diagnosis of canine Visceral leishmaniasis with a dot-enzyme-linked immunosorbent assay. Am JTrop Med Hyg 1995; (53): 40-2.

24. Gulnara P, Cabrera B, Silva VO, Costa RT, Reis AB,Mayrink W, Genaro O, Palatnik-de-Souza CB. Thefucose-mannose ligand-ELISA in the diagnosis andprognosis of canine Visceral leishmaniasis in Brazil. AmJ Trop Med Hyg 1999;61 (2), 296-301.

25. El Harith A, Slappendel RJ, Reiter I, Van Knapen F,Korte P, Huigen E, Kolk AH. Application of a directa gglutination test for detection of specific anti-Leishmania antibodies in the canine reservoir. J ClinMicrobiol 1989; 27(10): 2252-7.

26. Arias JR, Monteiro PS, Zicker F. The reemergence of visceral leishmaniasis in Brazil. Emerg Infect Dis. 1996;2: 145-6.

27. Genaro O, Costa RT, França Silva JC, Reis AB, VieiraEP, Arias JR et al. Evaluation of animmuno chromatographic assay for the diagnosis fordogs experimentally and naturally infected with Leishmania chagasi in Brazil. Acta Parasitol Turcica1997; 21(I): 93.

28. Jelinek T, Eichenlaub S, Loscher T. Sensitivity and specificity of a rapid immunochromatographic test fordiagnosis of visceral leishmaniasis. Eur J Clin Microbiol Infect Dis 1999; (9): 669-70.

29. Sundar S, Reed SG, Singh VP, Kumar PC, MurrayHW. Rapid accurate field diagnosis of Indian visceral leishmaniasis. Lancet 1998; 351(9102): 563-5.

30. Badaró, R. Desenvolvimento e utilização de um antígeo recombinante específico de Leishmania chagasi (rK39) no diagnóstico sorológico da leishmaniose visceral. [Tese de doutorado]. São Paulo: Universidade Federalde São Paulo – Escola Paulista de Medicina, 1996.

31. Dye C, Vidor E, Dereure J. Serological diagnosis ofleishmaniasis: on detecting infection as well as disease. Epidemiol Infect 1993; 103: 647-56.

32. Scalone A, De Luna R, Oliva G, Baldi L, Satta G, VescoG, Mignone W, Turilli C et al. Evaluation os the Leishmania recombinant k39 antigen as a diagnostic marker for canine leishmaniasis and validation of astandardized enzyme-linked immunosorbent assay. VetParasitol 2002; 104: 275-85.

33. Ministério da Saúde do Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral. Brasília (DF); 2006.

34. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Superintendência de Controle de Endemias – SUCEN e Coordenadoria de Controle de Doenças – CCD. Manualde Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana do Estado de São Paulo. São Paulo; 2006.

35. Badaró R, Benson D, Eulálio MC, Freire S, Cunha S, Netto EM, Pedral-Sampaio D, Madureira C, Burns JM, Houghton RL, David JR, Reed SG. rK39: A clonedantigen of Leishmania chagasi that predicts activevisceral leishmaniasis. J Infect Dis 1996; 173: 758-61.

36. Nakatani M, Miranda-Badaró R, Meireles A, Trigo J,Netto EM, Badaró R. Avaliação da sensibilidade do teste rápido (TRALd) para detecção de anticorpos anti-

Leishmania com o novo antígeno K26 adicionado aoK39. Rev Bras Med Trop 2001; Suplemento: 10.

37. Burns JM Jr, Shreffler WG, Benson DR, Ghalib HW, Badaró R, Reed S. Molecular characterization of akinesin-related antigen of Leishmania chagasi that detectsspecific antibody in African and American visceral leishmaniasis. Proc Natl Acad Sci 1993; 90: 775-9.

38. Zijlstra EE, Daifalla NS, Kager PA, Khalil EAG, El-Hassan AM, Reed SG et al. Rk39 enzyme-linkesimmunosorbent assay for diagnosis of Leishmaniadonovani infection. Clin Diag Lab Immunol 1998;5: 717-20.

39. Gradoni L. Epizootiology of canine leishmaniasisin southern Europe. In Killick-Kendrick, R. (ed).Canine leishmaniasis: an update. Hoechst RousselVet, Wiesbaden; 1999: pp. 32-6.

40. Camargo – Neves VLF. Aspectos epidemiológicose avaliação das medidas de controle da leishmaniose visceral americana no Estado de São Paulo, Brasil. [Tese de doutorado]. São Paulo: Faculdade de SaúdePública da Universidade de São Paulo, 2004.

41. Dye C, Killick-Kendrick R, Vitutia MM, Walton R,Harith AE, Killick-Kendrick M et al. Epidemiologyof canine leishmaniasis: prevalence, incidence andbasic reproduction number calculated from a cross-sectional serological survey on the island of Gozo,Malta. Parasitology (Lond) 1992; 105: 35-41.

42. França-Silva JC, Costa RT, Siqueira AM, Machado-Coelho GL, Costa CA, Mayrink W, Vieira EP, CostaJS, Genaro O, Nascimento E. Epidemiology ofcanine visceral leishmaniasis inthe endemic área ofMontes Claros Municipalily, Minas Gerais State,Brazil. Vet parasitol 2003; 111: 161-73.

43. Solano-Galego L, Morell B, Arboix M, Alberola J,Ferrer L. Prevalence of Leishmania infantuminfection in dogs living in na área of canineleishmaniasis endemicity using PCR on several tissuesand serology. J Clin Microbiol 2001; 39: 560-3.

44. Rocha MF. Validação do teste rápido para detecçãode anticorpos anti-Leishmania donovani nodiagnóstico da leishmaniose visceral canina em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. [Dissertaçãode Mestrado]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina; 2002.

45. Quinnel, RJ, Courtenay O, Garcez L, Dye C. Theepidemiology of canine leishmaniasis: transmissionrates estimated from a cohort study in Amazonian Brazil. Parasitology 1997; 115: 143-56.

46. Chicharro C, Nieto J, García E, Cruz I, Cañavate C, Flores M, Cuadrado J, Alvar J. Epidemiologia de laleishmaniasis canina em Ibiza (Islas Baleares):estúdio comparativo de diferentes métodos dediagnóstico. Enf Emerg 2004; 6 (3): 189-200.

47. Courtenay O, Quinnel RJ, Garcez LM, Shaw JJ, Dye C. Infectiousness in a cohort of brazilian dogs: why cullingfails to control visceral leishmaniasis in áreas of hightransmission. J Infect Dis 2002; 186(9):1314-20.

48. Gradoni, L. The diagnosis of canine leishmaniasis.In: Canine leishmaniasis: moving towards a solution. Proceedings of the 2nd Internation Canine Leishmaniasis Forum, 2002. Intervet Internationalby, Boxmeer, The Netherlands.

49. Lira RA, Cavalcanti MP, Nakazawa M, Fereira AGP,Silva ED, FGC Abath, Alves LC et al. Caninevisceral leishmaniosis: A comparative analysis of theEIE-leishmaniose-visceral-canina-Bio-Maguinhosand the IFI-leishmaniose-visceral-canina-Bio-Maguinhos Kits. Vet Parasitol 2006; 137: 11-6.

50. Guimarães KS, Batista ZS, Dias EL, Guerra RMSNC, Costa ADC, Oliveira AS, Calabrese KS et al. Canine visceral leishmaniasis in São José de Ribamar,Maranhão, Brazil. Vet Parasitol 2005; 131: 305-9.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2007 Márcia C. Bisugo, Maria de Fátima L. Araújo, Helena H. Taniguchi, Elaine Acunha, Andréa A. Santos, Mário Spessoto Junior, Carlos N. Kaneto, Cristiane V. O. Camargo, Milson A. Polizel, Marco A. N. Vigilato, Cláudia M. S. Negreiros, Mashami Okagima, Nilton M. Gonçalves, Larissa P. Lundstedt, Andréa M. Andrade, Valéria M. F. Lima, J. Eduardo Tolezano

Downloads

Não há dados estatísticos.