Resumo
Alguns insumos farmacêuticos ativos (IFA) possuem como característica, a possibilidade de apresentarem o polimorfismo, que pode se desenvolver em alguma das etapas do processo de produção na indústria. No caso deste não ser caracterizado e especificado, um diferente polimorfo poderá ser utilizado equivocadamente durante o processo de fabricação. A ocorrência de polimorfismo pode originar importantes variações nas propriedades físico-químicas dos IFAs, principalmente quanto à solubilidade. Alguns medicamentos de glibenclamida (GLIB) apresentaram denúncias de ineficácia terapêutica e a presença de polimorfos pode ser uma das possíveis causas. Neste trabalho foram analisados cinco medicamentos e cinco IFAS de diferentes fornecedores. Para os medicamentos foram feitos testes característicos de verificação de equivalência farmacêutica. Nos IFAS, as diversas técnicas empregadas não evidenciaram presença de polimorfos ou alterações importantes nas propriedades físico-químicas e na velocidade de dissolução intrínseca. Entretanto, os perfis de dissolução dos medicamentos, principalmente, entre os dois similares A e B demonstraram diferenças apontadas pelos valores do fator f2, respectivamente, de 20 e 42, os quais indicaram associação destes valores com a presença de distintos excipientes, como por exemplo o manitol e diferentes processos de produção industrial.Referências
1. Rang HP, Dale MM, Ritter JM. Farmacologia. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2001. p.323-329.
2. Merck index: an encyclopedia of chemicals, drugs and biologicals. 14.ed. Whitehouse Station: Merck Research Laboratories, 2006. p.773.
3. Moffat AC, Osselton MD, Widdop B. Clarke’s analysis of drugs and poisons. 3.ed. London: Pharmaceutical Press. 2004, v.2. p.1078.
4. Farmacopéia Brasileira. 5.ed. Brasília: ANVISA, 2010. v.2, p.442-5.
5. Suleiman MS, Najib NM. Isolation and Physicochemical characterization of solids forms of glibenclamide. Int J Pharm.1989;50:103-9.
6. Hassan MA, AL-hindawi MK, Sallam E, Sheikh Salem M. Preparation and characterization of a new polymorphic form and a solvate of glibenclamide. Acta Pharm Hung. 1997; 67:81-8.
7. Panagopoulou-KaplanI A, Malamataris S. Preparation and characterization of a new insoluble polymorphic form of glibenclamide. Int. J. Pharm. 2000 ; 19:239-46.
8. Rodríguez MS, Luna J, Carlucci A, Bregni C. Relación de estabilidad termodinámica relativa entre polimorfos de glibenclamida. Acta Farm Bonaer. 2004 ; 23(2):169-75.
9. Cuffini SL, Pitaluga AJR, Tombari DG. Polimorfismo em Fármacos. In: Storpirtis S, Gonçalves JE, Chiann C, Gai MN. Biofarmacotécnica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p.21-29.
10. Neugebauer G, Betzien G, Hrstka V, Kaufman B, Vonmöllendorff E, Abshagen U. Absolute bioavailability and bioequivalence of glibenclamide (Semi-Euglucon N). Int J Clin Pharmacol Ther Toxicol. 1985;23(9):453-60.
11. Blume H, Ali SL, Siewert M. Pharmaceutical quality of glibenclamide products: Multinational post market comparative study. Drug Dev Ind Pharm. 1993; 19(20):2713-41.
12. United States Pharmacopeia. 32. ed. Rockville: United StatesPharmacopeial Convention, v.1, p.549–552, 2009.
13. Aulton ME. Delineamento de Formas Farmacêuticas: 2.ed. Rio Grande do Sul: Artmed, 2005. p. 25.
14. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC No 31, de 11 de agosto de 2010. Dispõe sobre a realização dos Estudos de Equivalência Farmacêutica e de Perfil de Dissolução Comparativo. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 12. Ago. 2010. Nº 154, p. 36-8
15. O’hara T, Dunne A, Butler J, Devane J. A review of methods used to compare dissolution profile data. Pharm Sci Technol Today. 1998; 1:214-23.
16. Zhang G, Law D, Schmitt E, Qiu Y. Phase transformation considerations during process development and manufacture of solid oral dos age forms. Adv Drug Deliv Rev. 2004; 56:371-90.
17. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC No 134, de 29 de maio de 2003. Dispõe sobre a adequação dos medicamentos já registrados. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Jun. 2003. p.47-8.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2013 Euclides Quintino da Silva Filho, José Luiz Neves de Aguiar, André Luis Mazzei Albert, Armi Wanderley Nobrega