Considerações sobre algumas propriedades bioquímicas do Bacilo da Difteria
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Como Citar

1.
Pestana BR, Ferreira MFQ. Considerações sobre algumas propriedades bioquímicas do Bacilo da Difteria. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 12º de janeiro de 1943 [citado 2º de maio de 2024];3(1):32-43. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/33109

Resumo

Corynebacterium diphtheriae, as quais fermentaram dextrose e dextrina, tendo a fermentação desta variado de intensidade, algumas fermentaram a sacarose, outras o amido. As que foram classificadas como pseudodiftérico (bacilo xerosis) não fermentaram a dextrina, tendo fermentado a dextrose e a sacarose, Tendo sido inoculadas em cobaia, estas raças de pseudodiftérico, não mataram nem produziram reação local, demonstrando assim serem avirulentas. Foram inoculadas, também, diversas raças típicas pela morfologia de C. diphtheriae que fermentaram sacarose, tendo elas demonstrado serem virulentas e tóxicas. Foram isoladas raças, de diversos casos em uma mesma família, filiadas a um primeiro caso, do qual tinha sido isolada uma cultura de C. diphtheriae, que fermentou sacarose e era virulenta e tóxica. Todas as raças classificadas como C. diphtheriae, fermentaram a glicerina com maior ou menor intensidade, enquanto que, as de pseudodiftérico não fermentaram este carboidrato. Das 1.452 raças de C. diphtheriae, 184 fermentaram sacarose o que dá uma percentagem de 12,6% e 32 amido, ou seja, 2,2%. As raças que fermentam o amido (tipo gravis) são muito raras em São Paulo, o que concorda com os nossos estudos de classificação dos tipos, pela morfologia das colônias. A dextrina pode ser considerada elemento básico na classificação dos diftéricos, pois das 1.452 raças nenhuma deixou de fermentá-la, apesar de variar de intensidade, tendo procedido da mesma maneira as raças Park 8, 3.985 (Gravis), 3.990 (Mitis) e 3.988 (Intermedius) do Instituto Lister. A pureza do carboidrato empregado é de grande importância, bem como o seu poder rotatório. Estas propriedades deverão ser sempre mencionadas para que os resultados sejam constantes. A qualidade de dextrina empregada é importante, pois o seu poder de ser fermentada varia muito, conforme já verificaram outros autores. Foi usada a dextrina Pfanstiehl Chemical – Special Bacteriological (pptd from alcool) cujo poder rotatório é em solução aquosa a 1% [α] 19/D = +170. Todas as raças que foram classificadas como                 C. diphtheriae fermentaram: dextrose, maltose, d-galatose, d-levulose, d-manose, dextrina e glicerina algumas a sacarose, outros o amido. Não fermentaram: d-lactose, d-manita, d-xilose, adonita, l-arabinose. dulcita, d-galatose, inosita, inulina, l-rhamnose (isodulcita) rafinose, salicina, d-sorbita celobiose, trealose e esculina. Todos os carboidratos usados foram Pfanstieht Chemical. Podemos, pois, pela fermentação, separar o Corynebacterium diphtherine em 3 grupos: I - Fermentando dextrose e dextrina não fermentando sacarose; II Fermentando dextrose, dextrina e sacarose; III Fermentando dextrose, dextrina e amido. Todas as raças reduziram nitratos a nitritos, nenhuma deu indol, na produção de H2S variaram de intensidade, não liquefizeram a gelatina, acusaram ligeira acidez em leite litmus e quanto à cromogênesis, algumas mostraram pigmento amarelo.

https://doi.org/10.53393/rial.1943.3.33109
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