Resumo
Os autores, após tecerem considerações gerais sobre a bacteriologia das fossas nasais e seios paranasais em indivíduos portadores de infecções e normais, chamam a atenção para um fato de verificação clínica diária, qual seja a ocorrência progressivamente mais frequente de formas agudas ou crônicas de infecções do trato aéreo superior resistentes à penicilina e também a outros antibióticos. Foi feito um estudo da flora microbiana do exsudato sinusal de 45 pacientes portadores de infecção e de 25 indivíduos clinicamente normais. Isolado o germe em causa, era o mesmo testado para os seguintes antibióticos: penicilina, estreptomicina, aureomicina, cloranfenicol e terramicina, no sentido de ser pesquisada a sua sensibilidade em relação a estes antibióticos. Foi sempre empregada a técnica dos discos impregnados pelo antibiótico. A comprovação clínica dos testes realizados no laboratório não foi feita pelos autores. O material foi obtido de três maneiras diferentes: por trepanação da parede anterior do seio maxilar no ato cirúrgico; por punção diameática e por aspiração do exsudato diretamente do meato médio. Nos indivíduos normais, foi feita a semeadura direta do muco nasal retirado por alça de platina. O estudo comparativo da flora dos pacientes com infecção e dos normais revelou uma diferença nítida entre uma e outra. Nos primeiros, predominavam os estafilococos, grupo hemófilo, pneumococos e Streptococcus viridans, enquanto nos outros havia preponderância de estafilococose difteróides, estando os outros germes ausentes. Testes de sensibilidade em todos os germens foram feitos apenas com a penicilina e o cloranfenicol, sendo que, com os outros antibióticos, apenas parte dos germes foram testados. O cloranfenicol foi o antibiótico que maior número de vezes se mostrou ativo contra os cocos Gram-positivos. A penicilina, que se revelou uniformemente ativa nos estreptococos e pneumococos, revelou-se ineficaz "in vitro" em grande percentagem dos estafilococos.
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