Contribuição ao estudo da flora bacteriana das sinusites; verificação de sua sensibilidade aos antibióticos
PDF

Como Citar

1.
Taunay A de E, Dias MC de S. Contribuição ao estudo da flora bacteriana das sinusites; verificação de sua sensibilidade aos antibióticos. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 31º de julho de 1952 [citado 9º de maio de 2024];12(1-2):27-46. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/33218

Resumo

Os autores, após tecerem considerações gerais sobre a bacteriologia das fossas nasais e seios paranasais em indivíduos portadores de infecções e normais, chamam a atenção para um fato de verificação clínica diária, qual seja a ocorrência progressivamente mais frequente de formas agudas ou crônicas de infecções do trato aéreo superior resistentes à penicilina e também a outros antibióticos. Foi feito um estudo da flora microbiana do exsudato sinusal de 45 pacientes portadores de infecção e de 25 indivíduos clinicamente normais. Isolado o germe em causa, era o mesmo testado para os seguintes antibióticos: penicilina, estreptomicina, aureomicina, cloranfenicol e terramicina, no sentido de ser pesquisada a sua sensibilidade em relação a estes antibióticos. Foi sempre empregada a técnica dos discos impregnados pelo antibiótico. A comprovação clínica dos testes realizados no laboratório não foi feita pelos autores. O material foi obtido de três maneiras diferentes: por trepanação da parede anterior do seio maxilar no ato cirúrgico; por punção diameática e por aspiração do exsudato diretamente do meato médio. Nos indivíduos normais, foi feita a semeadura direta do muco nasal retirado por alça de platina. O estudo comparativo da flora dos pacientes com infecção e dos normais revelou uma diferença nítida entre uma e outra. Nos primeiros, predominavam os estafilococos, grupo hemófilo, pneumococos e Streptococcus viridans, enquanto nos outros havia preponderância de estafilococose difteróides, estando os outros germes ausentes. Testes de sensibilidade em todos os germens foram feitos apenas com a penicilina e o cloranfenicol, sendo que, com os outros antibióticos, apenas parte dos germes foram testados. O cloranfenicol foi o antibiótico que maior número de vezes se mostrou ativo contra os cocos Gram-positivos. A penicilina, que se revelou uniformemente ativa nos estreptococos e pneumococos, revelou-se ineficaz "in vitro" em grande percentagem dos estafilococos.

https://doi.org/10.53393/rial.1952.12.33218
PDF

Referências

1. ABRAHAM,E. P. e E. CHAIN- 1940 - An enzyme from bacteria able to destroy penicillin. Nature 146: 837.

2. BARBER,M. e M. Rozwxnowsxx-Dozwzaxxo - 1948 - Infection by penicillin-resistant staphylococci. Lancet 2: 641-644.

3. BIER, O. - 1932 - Sôbre a diferenciação entre os estafilococos piogênicos e os estafilococos da pele. Rev. Assoc. Paul. Med. 1: 415-423.

4. BONDIJr., A., E. H. SPAUDINGe C. C. DIETZ- 1947 - A routine method for the rapid determanation of susceptibility to penicillin and other antibiotics. Am. J. Med. Sci. 213: 221-225.

5. CARDWEEL,E. P. - 1946 - Penicillin administered locally in treatment of disease of nasal accessory sinus: evaluation of bacterial sensitivity. Arch. Otoraryngology 44: 287-297.

6. DAVISON,F. W. - 1950 - Antibiotics and sinus infection. Laryngoscope 60: 131-14l.

7. DAVISON,F. W. ~ 1951 - The use of antibiotics in otolaryngology. Ann. Otol. Rhin. Laryng. 60: 207-220.

8. DEMEREC,M. - 1951 - Production of staphylococcus strains resistant to various concentrations of penicillin. Citado por W. W. Spin k, In J.A.M.A. 37: 278-293.

9. EAGLE,H. e A. D. MUZELMANN- 1948 - The rate of bactericidal action of penicillin in vitro as a function of its concentration and its paradoxically reduced activity at high concentration against certain organisms. J. Exp. Med. 88: 99-131.

10. EDITORIAL- 1951 - Penicillin-resistant staphylococci. J.A.M.A. 145: 1268-1269.

11. FLEMING,A. - A penicilina e suas aplicações práticas. São Paulo, Ypê, 1947.

12. GOLDMAN,J. L. - 1950 - Bacteriology and clínical interpretation of the flora of the nose and naso pharynge in adults. Ann. Otol. Rhin. Laryng. 59: 156-165.

13. Me LAURIN,A. W., D. M. TUTTLEe P. R. BEARNER- 1951 - Sensitivity of bacteria to chloramphenicol in vitro. Am. J. Clin. Path. 21: 189-19l.

14. MESQUITA,E. P. de - 1944 - Estafilococcias. Rev. Inst. Adoi]« Lute 4: 1-181.

15. MORLEY,D. C. - 1945 - A simple method of testing the sensitivity of wound bacteria to penicillin and sulphatiazole by the use of impregnated blotting paper discs. J. Path. Bact. 57: 379-382.

16. SCOTT,E. G. - 1950 - Aureomycin sensitivity tested by Bondi disc technic. Am. J. Clin. Path. 20: 65-77.

17. SPINK,W. W. - 1951 - Clinical and biological significance of penicillin resistant spaphylococci including observations with streptomycin, aureomycin, chloramphenicol and terramycin. J. Lab. Clin. M ed. 37: 278-293.

18. SPINK, W. W., W. H. HALLe V. FERRIS- 1945 - Clinieal significance of staphylococci with natural or acquire resistance to the sulfamides and to penicillin. J.A.M.A. 128: 555-559.

19. SPARREVOHN,U. R. e A. BUCH- 1946 - The bacteriology of maxillary sinusitis. Acta Oto-Laryngologica 33: 425-436.

20. TÕRNE, F. - Citado por F. Hansel, AlIergy of the nose and paranasal sinuses. St. Louis, C. V. MosIey Co, 1936.

21. VINCENT,J. G. e TI. W. VmcENT - 1944 - Filter paper disc modification of the Oxford cup penicillin determination, Proc. Soe. Esp. Biol. Med. 55: 162-164.

22. WILSON e MILLES- Topley and WiIson's principIes of baeteriology and immunity. BaItimore, Williams & WiIkins, 1946.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 1952 Augusto de E. Taunay, Mauro Cândido de Souza Dias

Downloads

Não há dados estatísticos.