Conservação do leite "in natura" por meios físicos, químicos e bioquímicos. Peróxido de hidrogênio como conservador
PDF

Como Citar

1.
Mello Filho A, Celso de Castro L. Conservação do leite "in natura" por meios físicos, químicos e bioquímicos. Peróxido de hidrogênio como conservador. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 12º de fevereiro de 1969 [citado 15º de maio de 2024];29:85-103. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/33458

Resumo

Conforme recomendação de regulamento federal brasileiro - Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal - o leite in natura, da fonte de produção ao centro de beneficiamento, somente poderá ser conservado por meios físicos, principalmente pela refrigeração e após, pasteurizado. O emprego de outros conservantes - químicos ou bioquímicos - constituirá flagrante transgressão regulamentar. Além do mais, a longa permanência no leite dos conservadores a ele adicionados e a sua fácil determinação torna o emprego dessas substâncias impraticável para fins excusos. Porém, tal fato não acontece com o peróxido de hidrogênio que, após 6 horas da sua colocação, não mais pode ser detectado, o que constitui um considerável estímulo para o seu emprego. Levando em consideração o exposto e os resultados das pesquisas que fizeram os autores, em 1966 e 1967, que evidenciaram respectivamente 15-20 % e 9 % de presença de substâncias inibidoras do crescimento bacteriano no leite de consumo de São Paulo, Capital, e na sua maioria não identificadas, tomaram os autores a iniciativa de elaborar este trabalho, no intuito de relacionar o peróxido de hidrogênio com aquelas substâncias incógnitas. Os processos empregados foram bioquímicos e foram utilizadas, entre outras, a prova do C.T.T., redutase do azul de metileno e emprego da placa com agar-germe de prova. Os autores conseguiram determinar, mesmo 24 horas ou mais da sua colocação no leite cru, a presença atuante do peróxido de hidrogênio, portanto, muitas horas após a sua não mais determinação pelos métodos clássicos correntes. Tais processos foram a seguir empregados no exame de amostras do leite tipo "B" e tipo "C" do consumo da capital de São Paulo.

https://doi.org/10.53393/rial.1969.29.33458
PDF

Referências

1. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION - Standard methods for the examination of dai. ry products. 10 ed. New York, A.P.H.A., 1~.

2. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION _ Standard methods for the examination of dairy products. 12 ed. New York, A.P.H.A., 1967.

3. APPLIED RESEARCH INSTITUTE - SCHARER modified phosphatase testo Instructions. New York, Applied Research Institute, 1958. Catalogue.

4. BENDIXEN, H. C.; BLINK. G. J.; DRUMMOND, J. C.; LEROY A.' M. & WILSON, G. S. - Le problême du lait., Bulletin Trimestriel de l'órganisation H'Higiene 6:193-539, 1937.

5. BRASIL. - Divisão de Inspecção de Produtos de Origem Animal. Regulamento da Inspecção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. (Aprovado pelo Decreto 30.691 de março de 1952). Rio de Janeiro, Ministério da Agricultura, 1952. 102

6. BRASIL - Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Decreto n.O 1255 de 25 de junho de 1962. Altera o Decreto 30.691, de 29 de março de 1952, que aprovou o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Rio de Janei, ro, Ministério da Agricultura, 1962.

7. BURUIANA, L. M. & PAVLU, U. - L'ínfluence du peroxyde d'hydrogêne sur les proteínas du lait. Étude polarographique. Mílchwissens, chatf 18(12) :613-7, 1963.

8. CECILIA, C. A. - Enciclopedia de Ia leche. Madríd, Espasa-Calpa, 1956.

9. FOSTER, E. M.; NELSON, F. E.; SPECK. M. L.; DOETSCH, R. N. OLSON, J. C. - Dairy Mi• crobiology. New Jersey, Prentice-Hall, 1957.

10. HAMMER, B, W. & HABEL, F. J. ~ Dairy Bacte, riology. 4th ed. Chapman & Hall, London, 1957.

11. INSTITUTO ADOLFO LUTZ - Metodos de análises bromatolgicas. I. Análises químicas. São Paulo, Rev. Tribunais, 1951.

12. JENNESS, R. & PATTON, S. - Princíples of Dairy Chemistry, New York John Wiley, 1959.

13. KOSIKOWSKY, F. V.; HENNINGSON, R. W. & SILVERMAN, G" J. - The incidence of antíbiotics, sulfa drugs and quaternary ammo, nium comp o unds in the fluid milk supply of New York State. J. Dairy Sei. 35:533-9, 1%2.

14. LING, E. R. - A textbook of dairy chemistry. 3rd. ed. London, Chapman & HaIl, 1956.

15. LOPES, C. F. - Observações sôbre os fatores de insucesso e de recontaminação do leite pasteurizado. Bolm. Ind, Anim. 11 :145-62, 1950.

16. LOPES, C. F. & FERRAZ, C. A. - Observações sôbre o pre.aquecímento do leite. Sua ínfluência sôbre o teor bacteriano em geral e collformes. Bolm. Ind , Aním. 15:139-84, 1956.

17. MELLO, A. & MASTROFRANCISCO, N. - Veri. ficação sôbre a presença do bacílo tuberculoso no leite da Capital., Rev, Ind. Anim. 1:2542, 1938.

18. MELLO FILHO, A. - O leite: colimetria, fosfatasimetria e contagem global. Rev. Inst. Adolfo Lutz 20:129-60, 1960.

19. MELLO FILHO, A.; SANDOVAL, L. A.; RODRIGUES, N. R. & XIMENES, J. - Pesquisas de substâncias inibidoras, em particular a penicilina, por métodos rápidos no leite tipo de consumo na Capital de São Paulo. Rev. Ass. Paul. Med .. 69 :264-5, 1966. Nota preli, minar.

20. MELLO FILHO A; SANDOVAL, L. A.; RODRI_ GUES, N. R & XIMENES, 1. - Inibidores bacterianos no leite de consumo da Capital. Rev. Inst. Adolfo Lutz 25/27:69-94, 1965/67.

21. MELLO FILHO, A.; SANDOVAL, L. A.; RODRIGUES. N. R,; XIMENES, J. & MATOS, D. B. Inibidores bacterianos, em especial a penicilina, no leite em pó de consumo da Ca. pital. Rev. Inst. Adolfo Lutz 28 :27-42, 1%8.

22. MELLO FILHO, A. - Penicilina no leite de con, sumo da Capital e risco de sensibilização. Rev. Assoe. Paul. Med. 75:21-34. 1969,

23. MILK INDUSTRY FOUNDATION - Laboratory manual of analysis of milk and its products. Washington, D. C., Milk Industry Foundatíon, 1959.

24. MOSIMAN, W. - Catalase preparatión. Biochem. Biophys. 33 :488, 1951. Archs

25. ORGANISATION MONDIALE DE LA SANT:É - Comité mixte FAO/OMS d'éxperts de I' hygie, ne du lait. Maladies transmises par le lait. Premier rapport. Geneve, O.M.S., 1957. Sér. Rapp. Techn, 124.

26. ORGANISATION MONDIALE DE LA SANT:É - Comité mixto FAO/OMS d'éxperts de I'hygiene du lait. Deuxieme rapport. G e n e v e, O.M.S., 1960. Sér. Rapp, Techn. 197.

27. PIEN, J.; DESIRENT, J. & LAFONTAINE, D. La recherche de I'eau oxygenée dans le lait. Le lait 34:133-45, 1954.

28. ROGICK, F. A.; PORTO, E .. & GONÇALVES, M. - A mastite sub-clinica no rebanho produtor do leite tipo "B" e "C". Bolm, Ind. Anim. 22 :91-120, 1964.

29. ROGICK, F. A. - Doenças transmissíveis ao homem pelo leite e derivados. Zootecnica. São Paulo (Brasil) 4(3) :31-52. 1966.

30. ROSSEL, J. M. & SANTOS, I. - Metodos analíticos de Laboratório Lactológico y Microbiología de Ias Industrias Lácteas. Barcelona, Labor, 1952. v. 2.

31. SCHARER, H. - A rapid phosphomonoesterase test for the control of dairy pasteurization. J. Dairy Sei. 21 :21-34. 1938.

32. TAPERNOUX, A. - Recherche de l'eau oxygené dans les laits pasteurisés. Le Lait 8( 1) :410_ 11. 1928.

33. TEIXEIRA, C. G. - Aplicação da radiação na preservação de alimentos. Bolm.

34. TERPLAN, G. & ZAADHOF, J. - Zum Vorkommem und Nachweis von Hemmstoffen in der Milch - eine kurze Ubersicht. Mílch, wissenschaft 22(12) :71>1"71, 1967.

35. VILLARES, J. B. - Qualidade do leite tipo "C" em São Paulo. Bolm. Ind. Aním, 17: 55-81, 1959.

36. ZINNER, K. - Ativação oxigenio por espécies não clássicas. São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Tese de doutorando. 1967.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 1969 Alexandre Mello Filho, Luiz Celso de Castro

Downloads

Não há dados estatísticos.