Efetividade das estratégias de controle da leishmaniose visceral no Brasil: não existe uma bala de prata
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Palavras-chave

leishmaniose visceral
estratégias para controle
efetividade de intervenções

Como Citar

1.
Werneck GL. Efetividade das estratégias de controle da leishmaniose visceral no Brasil: não existe uma bala de prata. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 29º de março de 2018 [citado 2º de maio de 2024];77:1-3. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/34202

Resumo

O controle da leishmaniose visceral zoonótica tem sido um esforço desalentador para gestores da saúde pública e pesquisadores brasileiros. Desde a implantação do programa brasileiro de controle da leishmaniose visceral (PCLV) no início da década de 1960, a doença passou por um notável processo de urbanização e disseminação geográfica, e a situação epidemiológica está longe de mostrar algum progresso substancial. As principais estratégias para reduzir a transmissão propostas pelo atual PCLV ainda são o controle de vetores com inseticidas residuais e a eliminação de cães soropositivos. No entanto, poucos estudos epidemiológicos bem desenhados dão suporte para seu uso em larga escala, a maioria mostrando efetividade limitada e apenas em contextos específicos. Novas abordagens promissoras têm sido preconizadas, como vacinas para cães, coleiras impregnadas com inseticidas, tratamento de cães infectados e inseticidas tópicos, mas ainda há muitas dúvidas sobre sua efetividade. As poucas estimativas de efetividade disponíveis não são altas, sugerindo que nenhuma intervenção sozinha resolveria o problema. Não existe uma solução simples, mas considerando o padrão espacial heterogêneo de distribuição da doença e a ausência de altos níveis de efetividade para intervenções individuais, provavelmente não há meios de reduzir a transmissão sem usar uma combinação de intervenções dirigidas de acordo com os diferentes cenários de transmissão, preferencialmente visando áreas de maior risco.

https://doi.org/10.53393/rial.2018.v77.34202
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