Avaliação da efetividade do uso de coleiras impregnadas com deltametrina no controle da leishmaniose visceral no município de Votuporanga, Estado de São Paulo, Brasil, 2014 – 2016
PDF

Palavras-chave

encoleiramento
leishmaniose visceral (LV)
cães
análise espacial

Como Citar

1.
Tolezano JE, Matsumoto PSS, Taniguchi HH, Bertollo DMB, Pierre MK, Barbosa JE de R, Guerra JM, Fernandes NCC de A, Figueiredo EM de, Esteves Junior Élcio S, Fernandes SDP, Malta RCG, Guimarães RB, Hiramoto RM. Avaliação da efetividade do uso de coleiras impregnadas com deltametrina no controle da leishmaniose visceral no município de Votuporanga, Estado de São Paulo, Brasil, 2014 – 2016. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 29º de março de 2018 [citado 11º de dezembro de 2024];77:1-10. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/34209

Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar os principais resultados do Projeto de Inovação Tecnológica em Saúde realizado entre 2014 e 2015, destacando-se o uso de coleiras impregnadas com deltametrina a 4% em cães em uma região endêmica para leishmaniose visceral (LV), o município de Votuporanga, São Paulo, Brasil. Neste município, anterior à realização do projeto, eram registrados muitos casos caninos e humanos da doença, com elevada taxa de letalidade. Durante o projeto, foram monitorados cerca de 16,5 mil cães, examinadas 25.700 amostras de sangue, considerando-se as perdas e as entradas de novos animais durante os quatro inquéritos sorológicos. Após sua finalização, verificou-se uma diminuição da prevalência e incidência de LV canina, assim como do número de casos humanos. A diminuição dos casos caninos foi correlacionada positivamente aos casos humanos no período de 2011 a 2016 (Correlação de Pearson de 0.914, p-valor<0.05). Além disso, a análise espacial dos resultados corrobora a diminuição ou desaparecimento da concentração de casos caninos e, consequentemente, de fontes e de infecção nas áreas endêmicas à medida que avançaram no tempo e espaço as diferentes etapas de desenvolvimento do projeto. Apesar da drástica redução na incidência da LV canina, ainda permaneceram algumas áreas críticas. Os resultados delineados sugerem a revisão de protocolos e manuais demonstrando a efetividade do uso das coleiras como medida preventiva e potencial no controle da LV.

https://doi.org/10.53393/rial.2018.v77.34209
PDF

Referências

1. WHO. Leishmaniases: Epidemiological Report of the Américas; 2019. Disponível em: http://iris.paho.org/xmlui/handle/123456789/50505

2. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Coordenação Geral de Doenças Transmissíveis. Apresentação Oficial do Ministério da Saúde: Leishmaniose Visceral 2017. Outubro de 2017. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/janeiro/28/leishvisceral-17-novo-layout.pdf

3. Camargo-Neves VL, Katz G, Rodas LA, Poletto DW, Lage LC, Spínola RM et al. Utilização de ferramentas de análise espacial na vigilância epidemiológica de leishmaniose visceral americana – Araçatuba , São Paulo, Brasil, 1998 - 1999. Cad Saude Publica. 2001;17(5):1263–7. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2001000500026

4. Oliveira SS, Hiramoto RM, Rangel O, Henriques LF, Viviani-Junior A, Tanigushi HH et al. Classificação epidemiológica dos municípios do Estado de São Paulo segundo o Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral, 2018. BEPA, Bol Epidemiol Paul. 2019;16(192):29–46. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/ccd/homepage/bepa/edicao-2019/edicao_192_-_dezembro_2.pdf

5. Rangel O, Oliveira SS, França AC, Ciaravolo RM, Henriques LF. Leishmaniose visceral no estado de São Paulo: tendência geral da letalidade entre 1999 a 2013 e o risco de óbitos por estratificação epidemiológica dos municípios e regionais de Vigilância Epidemiológica entre 2011 a 2013. BEPA, Bol Epidemiol Paul. 2015;12(143): 1-8. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/ccd/homepage/bepa/edicao-2015/edicao_143_-_novembro_3.pdf.

6. Prefeitura de Votuporanga. Secretaria da Saúde; 2014. [acesso 2018 Jan 28] Disponível em: http://votuporanga.sp.gov.br/n/noticia/?x=saude&n=2014117202822-secretaria-de-saude-inicia-o-censo-de-caes-e-gatos-em-votuporanga

7. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE; 2010 [acesso 2018 Oct 14]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br

8. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Epidemiológica. Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2014. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_leishmaniose_visceral_1edicao.pdf

9. Bailey TC, Gatrell AC. Interactive spatial data analysis. New York: Longman; 1995. 413 p.

10. Yamamoto JK, Landim PMB. Geoestatística: conceitos e aplicações. 1. ed. São Paulo: Oficina de textos; 2013. 215 p.

11. Matsumoto PSS. A geografia é uma forma de pensar: Padrões espaciais e epidemiológicos da leishmaniose visceral em Araçatuba, Presidente Prudente e Votuporanga - SP, Brasil [tese de doutorado]. Presidente Prudente (SP): Universidade Estadual Paulista; 2019. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/182323

12. Gatrell AC, Bailey TC, Diggle PJ, Rowlingson BS. Spatial point pattern analysis and its application in geographical epidemiology. Trans Inst Br Geogr. 1996;21(1):256.

13. Donato LE, de Lima Júnior FEF, Alburquerque R, Gomes MLS. Vigilância e controle de reservatórios da leishmaniose visceral no Brasil: aspectos técnicos e jurídicos. Rev Educ Cont Med Vet Zootec. 2013;11(2):18–23. https://doi.org/10.36440/recmvz.v11i2.16219

14. Coura-Vital W, Leal GGA, Marques LA, Pinheiro ADC, Carneiro M, Reis AB. Effectiveness of deltamethrin-impregnated dog collars on the incidence of canine infection by Leishmania infantum: A large scale intervention study in an endemic area in Brazil. PLoS One. 2018;13(12):1–17. http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0208613

15. Silva RA, Andrade AJ, Quint BB, Raffoul GES, Werneck GL, Rangel EF et al. Effectiveness of dog collars impregnated with 4% deltamethrin in controlling visceral leishmaniasis in Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidade: Phlebotominae) populations. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2018;113(5):1–9. http://dx.doi.org/10.1590/0074-02760170377

16. Brianti E, Gaglio G, Napoli E, Falsone L, Prudente C, Solari Basano F et al. Efficacy of a slow-release imidacloprid (10%)/flumethrin (4.5%) collar for the prevention of canine leishmaniosis. Parasit Vectors. 2014;7:327. http://dx.doi.org/10.1186/1756-3305-7-327

17. Killick-Kendrick R, Killick-Kendrick M, Focheux C, Dereure J, Puech MP, Cadiergues MC. Protection of dogs from bites of phlebotomine sandflies by deltamethrin collars for control of canine leishmaniasis. Med Vet Entomol. 1997;11(2):105–11. http://dx.doi.org/ 10.1111/j.1365-2915.1997.tb00298.x

18. Camargo-Neves VLF, Rodas LAC, Pauliquévis-Junior C. Avaliação da efetividade da utilização de coleiras impregnadas com Deltametrina a 4% para o controle da leishmaniose visceral americana no Estado de São Paulo: resultados preliminares. BEPA, Bol Epidemiol Paul. 2004;1(12):1–13. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/ccd/homepage/bepa/2004/12_dezembro_2004.pdf

19. Reithinger R, Teodoro U, Davies CR. Topical insecticide treatments to protect dogs from sand fly vectors of leishmaniasis. Emerg Infect Dis. 2001;7(5):872–6. http://dx.doi.org/10.3201/eid0705.017516

20. Maroli M, Mizzoni V, Siragusa C, D’Orazi A, Gradoni L. Evidence for an impact on the incidence of canine leishmaniasis by the mass use of deltamethrin-impregnated dog collars in southern Italy. Med Vet Entomol. 2001;15(4):358–63. http://dx.doi.org/ 10.1046/j.0269-283x.2001.00321.x

21. Mazloumi Gavgani AS, Hodjati MH, Mohite H, Davies CR. Effect of insecticide-impregnated dog collars on incidence of zoonotic visceral leishmaniasis in Iranian children: A matched-cluster randomised trial. Lancet. 2002;360(9330):374–9. . http://dx.doi.org/10.1016/s0140-6736(02)09609-5

22. Brazuna JCM. Estudos sobre leishmaniose visceral humana e canina no município de Campo Grande, MS, Brasil. [tese de doutorado]. Campo Grande(MS): Universidade Federal de Mato grosso do Sul; 2012. Disponível em: https://repositorio.ufms.br:8443/jspui/bitstream/123456789/1865/1/JÚLIA CRISTINA MAKSOUD BRAZUNA.pdf

23. Kazimoto TA, Amora SSA, Figueiredo FB, Magalhães JM e, Freitas YBN, Sousa MLR et al. Impact of 4% deltamethrin-impregnated dog collars on the prevalence and incidence of canine visceral leishmaniasis. Vector Borne Zoonotic Dis. 2018;18(7):356–63. http://dx.doi.org/10.1089/vbz.2017.2166

24. Sevá AP, Ovallos FG, Amaku M, Carrillo E, Moreno J, Galati EAB et al. Canine-based strategies for prevention and control of visceral leishmaniasis in Brazil. PLoS One. 2016;11(7):e0160058. http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0160058

25. Alves EB, Figueiredo FB, Rocha MF, Werneck GL. Operational difficulties in the use of insecticidal dog collars for the control of visceral leishmaniasis, municipality of Montes Claros, MG, Brazil, 2012. Epidemiol Serv Saude. 2018;27(4):e2017469. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742018000400001

26. Wilke VML. Avaliação das atividades de controle da Leishmaniose visceral canina no município de Sabará, Minas Gerais, 1995 a 2000 [dissertação de mestrado]. Belo Horizonte(BH): Universidade Federal de Minas Gerais; 2005. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/BUOS-8CBFGW

27. Andrade AM, Queiroz LH, Nunes GR, Perri SHV, Nunes CM. Dog replacement in an area endemic for visceral leishmaniasis. Rev Soc Bras Med Trop. 2007;40(5):594–5. http://dx.doi.org/10.1590/s0037-86822007000500021

28. Margonari C, Freitas CR, Ribeiro RC, Moura ACM, Timbó M, Gripp AH et al. Epidemiology of visceral leishmaniasis through spatial analysis, in Belo Horizonte municipality, state of Minas Gerais, Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2006;101(1):31–8. http://dx.doi.org/10.1590/s0074-02762006000100007

29. Ciaravolo RM, Oliveira SS, Hiramoto RM, Henriques LF, Taniguchi HH, Viviani-Jr A et al. Classificação Epidemiológica dos Municípios Segundo o Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral no Estado de São Paulo, dezembro de 2014. BEPA, Bol Epidemiol Paul. 2015;12(143):9-22. Disponível em: http://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/10/1022458/121439-22.pdf

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2018 José Eduardo Tolezano, Patrícia Sayuri Silvestre Matsumoto, Helena Hilomi Taniguchi, Denise Maria Bussoni Bertollo, Marcella Kelvya Pierre, José Eduardo de Raeffray Barbosa, Juliana Mariotti Guerra, Natália Coelho Couto de AzevedoS Fernandes, Ernesto Machado de Figueiredo, Élcio Sanchez Esteves Junior, Samara Del Pino Fernandes, Roberto Carlos Grassi Malta, Raul Borges Guimarães, Roberto Mitsuyoshi Hiramoto

Downloads

Não há dados estatísticos.