Resumo
Foram estudados retrospectivamente 73 casos de doença meningocócica (DM), dos quais, analisou-se amostras de líquido céfalorraquidiano (LCR) e de sangue, empregando-se as técnicas de cultura e pesquisa de antígenos polissacarídicos, através da contra imunoeletroforese (CIE) e pela reação de aglutinação de partículas de látex sensibilizadas por antissoros específicos (LA). Os resultados laboratoriais revelaram que 45,2% das amostras foram positivas através da análise do LCR; 41,0% foram positivas pela análise do LCR, hemocultura e/ou soro e 13,6% foram positivas através da análise de hemocultura e/ou soro. Quanto ao tipo de exame realizado com o sangue, notou-se que 35,2% dos casos foram positivos pela hemocultura, e quando se pesquisou o antígeno no soro dos pacientes, obteve-se 24,6% de positividade pela CIE e 46,7% pelo LA. Constatou-se que 13,6% dos casos, só tiveram a confirmação laboratorial, através dos exames realizados em amostras de sangue, destacando-se assim, a importante contribuição desse tipo de material na identificação do agente etiológico e no aumento da positividade do diagnóstico laboratorial da DM.
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