Caracterização química parcial das sementes de Lonchocarpus muehlbergianus Hassl.1
PDF

Palavras-chave

Leguminosae
Lonchocarpus muehlbergianus Hassl
sementes
composição química
ácidos graxos
elementos inorgânicos

Como Citar

1.
Isabel Vallilo M, Tavares M, Aued-Pimentel S, Lima Garbelotti M. Caracterização química parcial das sementes de Lonchocarpus muehlbergianus Hassl.1. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 29º de junho de 2001 [citado 3º de maio de 2024];60(1):17-22. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/39289

Resumo

Estudou-se a composição química das sementes de Lonchocarpus muehlbergianus Hassl., pertencente à família Leguminosae Faboideae (= Papilionoideae). Os frutos procederam do Parque Estadual do Morro do Diabo, Município de Teodoro Sampaio, SP. A determinação de umidade, cinzas e lipídios foi realizada por métodos gravimétricos; protídios, pelo processo digestão Kjeldahl; fibras, pelo método enzimático-gravimétrico da AOAC, modificado por Lee; elementos inorgânicos, pela técnica da espectrometria de emissão atômica acoplada ao plasma indutivamente (ICP-AES) e os ácidos graxos, por cromatografia em fase gasosa. As sementes revelaram altos teores de lipídios (26,8 g/100g), protídios (25,9g/100g) e fibras alimentares (18,4 g/100g). Na fração oleosa foram identificados predominantemente os ácidos palmítico (11,65%), oléico (56,0%) e linolênico (12,9%), ácido graxo essencial da série ômega-3. As sementes apresentaram conteúdos elevados para P (0,214 g/100g), Mg (0,135 g/100g) e K (0,458 g/100g) e concentrações menores a nível de mg/g para Al (47 mg/g), Zn (33 mg/g) e Fe (23 mg/g), não tendo sido detectados metais pesados (Cd, Ni, Pb). Os resultados favorecem o uso das sementes para o enriquecimento de rações e/ou produtos alimentícios, no entanto, sugere-se a pesquisa de rotenona, referida como substância tóxica, presente nas folhas e raízes do gênero Lonchocarpus.

https://doi.org/10.53393/rial.2001.60.39289
PDF

Referências

1. American Oil Chemists’Society. Official methods and recommended practices of the American Oil Chemists’ Society. 4th ed. Champaign, A.O.C.S., 1990. (A.O.C.S. Recommended Practice C.d. 1c-85).

2. Asp, N.G. et al. Rapid enzymatic assay of insoluble and soluble dietary fiber. J. Agric. Food Chem., 31: 476-482, 1982.

3. Barroso, G. M. Sistemática de angiospermas do Brasil. Viçosa. 1984, v.2. 377p.

4. Brasil, Leis, decretos, etc. Portaria nº 33/98 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Diário Oficial, Brasília, 30 mar. 1998. Seç. I, Nº 60-E, p. 5-6. Adota os valores constantes das tabelas do anexo desta portaria como níveis de IDR (Ingestão Diária Recomendada) para as vitaminas, minerais e proteínas.

5. Brasil, Leis, decretos, etc. Portaria nº 695/98 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Diário Oficial, Brasília, 24 set. 1998. Seç. I, nº 183-E, p. 3. Aprova o Regulamento Técnico: “Princípios Gerais para o Estabelecimento de Níveis Máximos de Contaminantes Químicos em Alimentos” e seu Anexo: “Limites máximos de tolerância para contaminantes inorgânicos”.

6. Brasil, Leis, decretos, etc. Resolução nº 482/99 da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oficial, Brasília, 13 out. 1999. Seç. I, nº 196-E, p. 82-87. Aprova o Regulamento Técnico referente a Óleos e Gorduras Vegetais, constante do anexo desta Resolução. (Anexo 13: Azeite de oliva).

7. De Angelis, R.C. Fisiologia da nutrição: fundamentos para nutrição e desnutrição. São Paulo, EDART, 1977, v. 1, cap. 4, p. 44.

8. Favier, J.C. Repertório geral dos alimentos: tabela de composição. 2ª ed. São Paulo, Roca, 1999, p. 572.

9. Fundação Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE). Estudo nacional da despesa famíliar (ENDEF). Rio de Janeiro, 1977. [Dados preliminares, t. 1, p. 36].

10. Hernández, T.; Hernández, A.Y.; Martinez, C. Fibra alimentaria: concepto, propiedades y métodos de análisis. Rev. Alimentaria, 1(6): 19-29, 1995.

11. Instituto Adolfo Lutz. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3ª ed. São Paulo, IMESP, 1985, p. 22, 27, 28, 42, 43, 44, 45, 266.

12. Kaloyeras, S.A. Rancidity as a factor in the loss of viability of pine and other seeds. J. Am. Oil Chem. Soc., 35: 176-179, 1958.

13. Lago, R.C.A. et al. Estudos preliminares das sementes e do óleo de cinco espécies da Amazônia. Acta Amazonica, 16/17 (nº único): 369-376, 1986/87.

14. Lee, S.C; Prosky, L.; Devries, J.W. Determination of total, soluble, and insoluble dietary fiber in foods. Enzymatic-gravimetric method,MÊS-TRIS Buffer: collaborative study. J. Assoc. Off. Anal. Chem. Int., 75: 395-416, 1992.

15. Lewis, G.P. Legumes of Bahia. Kew. Richmond, Publications Department Royal Botanic Gardens, 1987. 369p.

16. Lorenzi, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, Plantarum, 1992. 351p.

17. Mahan, L.K.; Stump, S.E. Krause-Alimentos, nutrição e dietoterapia. 9ª ed. São Paulo, Roca, 1999. p. 1097.

18. Markert, B. Presence and significance of naturally occurring chemical elements of the periodic system in the plant organism and consequences for future investigations on inorganic environmental chemistry in ecosystems. Vegetatio, 103: 1-30, 1992.

19. Marsiglia, D.A.P.; Garbelotti, M.L. I Curso de fibra alimentar: teórico e prático. São Paulo, Instituto Adolfo Lutz, 1999. P. 4. 20. Matsumura, F. Toxicity of insecticides. New York, Plenum Press,1985. 598p.

21. Mors, W.B.; Rizzini, C.T. Useful Plants of Brazil. San Francisco, Holden-Day, 1966. p. 97-98.

22. Popinigis, F. Fisiologia da semente. 2ª ed. Brasília, Agiplan, 1985. 289p.

23. Saastamoinen, M.; Kumpulainen, J.; Nummela, S. Genetic and environmental variation in oil content and fatty acid composition of oats. Cereal Chem., 66(4):269-300, 1989.

24. Silva, C.R.; Silva, H.C.; Dutra de Oliveira, J.E. Conteúdos de celulose, hemicelulose e lignina em dieta hospitalar hipocalórica. Alim. Nutr., 2:65, 71, 1990.

25. Stansby, M.E.; Lemon, J.M. Quantitative determination of oil in fish flesh. Ind. Eng. Chem., 9(7): 341-343, 1937.

26. The Merck Index. The Merck Index: an Encyclopedia of Chemicals, Drugs and Biologicals. Budavari, S. editor. 11th ed. Rahway, Merck & Co., 1989. p. 1314-1315.

27.Vallilo, M.I.; Tavares, M.; Aued-Pimentel, S. Composição química da polpa e da semente do fruto do cumbaru (Dipteryx alata Vog.) – Caracterização do óleo da semente. Rev. Inst. Flor., 2(2): 115-125,

28.Vallilo, M.I. et al. Lecythis pisonis Camb. nuts: oil characterization, fatty acids and minerals. Food Chem., 66: 197-200, 1999.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2001 Maria Isabel Vallilo, Mário Tavares, Sabria Aued-Pimentel, Maria Lima Garbelotti

Downloads

Não há dados estatísticos.