Manutenção da fecundidade e oviposição em Triatoma infestans após décadas de criação em condições de laboratório
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Palavras-chave

Triatoma infestans
fecundidade
oviposição
biologia
criação em laboratório

Como Citar

1.
Cruz Oliveira Junior O da, Socorro Guilherme C do, Rocha Westphalen S da, Aparecida Moreira Santos M, Hilomi Taniguchi H, Eduardo Tolezano J. Manutenção da fecundidade e oviposição em Triatoma infestans após décadas de criação em condições de laboratório. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 29º de junho de 2001 [citado 14º de maio de 2024];60(1):43-6. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/39296

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar a possibilidade da manutenção da fecundidade e oviposição
em triatomíneos após décadas de criação em condições de laboratório. Foi observado o desempenho de 11
colônias de Triatoma infestans do Laboratório de Triatomíneos do Instituto Adolfo Lutz. Os insetos foram
mantidos em temperatura e umidade constantes (27-28°C e 70-80%, respectivamente) e acasalados em
diferentes proporções de machos e fêmeas. Dois ritmos de alimentação foram utilizados. No primeiro, os
triatomíneos foram alimentados semanalmente, e no segundo, o ritmo de alimentação foi quinzenal ou a
cada 21 dias.
Durante o estudo marrecos foram utilizados como fonte de sangue. Os resultados confirmaram a importância
do ritmo de alimentação para a oviposição. Insetos que receberam alimentação semanal apresentaram os
melhores índices de oviposição, representados pelo número de ovos por fêmea por dia (ofd), entre 0.39 e
4.40 ofd, sendo mais freqüente taxas acima de 1.30 ofd. Colônias que tiveram alimentação quinzenal ou a
cada 21 dias apresentaram inexpressivos índices de oviposição, entre 0.05 e 1.07 ofd, sendo mais freqüente
inferior a 0.30 ofd.
Concluiu-se que após décadas de criação em condições de laboratório, é possível manter a fecundidade e
a capacidade de oviposição dentro dos padrões normais, em colônias de Triatoma infestans, se o ritmo de
alimentação dos adultos não exceder 7 dias. O ritmo de alimentação não afetou o índice de sobrevivência
dos adultos, mas foi crítico para a fecundidade e oviposição.

https://doi.org/10.53393/rial.2001.60.39296
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