ASSOCIAÇÃO DE MÉTODO IMUNOLÓGICO E MOLECULAR NO DIAGNÓSTICO DE INFECÇÔES FÚNGICAS EM INDIVÍDUO IMUNOCOMPETENTE
pdf

Como Citar

1.
Dantas K, Freitas R, Garcia R, Muricy E, Silva M, Kohara V, Passos A, Vicentini-Moreira A. ASSOCIAÇÃO DE MÉTODO IMUNOLÓGICO E MOLECULAR NO DIAGNÓSTICO DE INFECÇÔES FÚNGICAS EM INDIVÍDUO IMUNOCOMPETENTE. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 22º de outubro de 2009 [citado 18º de julho de 2024];68(Suplemento 1):BM-13. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/39417

Resumo

A freqüência dos processos infecciosos invasivos causados por espécies fúngicas em indivíduos imunocompetentes vem aumentando nos últimos anos, de forma dramática, sendo considerado um problema emergente em Saúde Pública. Sabe-se que o diagnóstico de certeza para infecções fúngicas é o encontro do agente etiológico. Na impossibilidade da realização de exames micológicos ou na ausência de resultados positivos, técnicas imunológicas e/ou moleculares assumem vital importância. Apresentamos o caso de paciente de 29 anos, do sexo feminino, imunocompetente, residente em São Paulo que procurou o Instituto de Infectologia Emílio Ribas em janeiro de 2008 com suspeita de pneumonia. A paciente queixava de dor torácica há três meses, com início após ter rastelado galinheiro na zona rural de Bonfim, BA. Os testes sorológicos para HIV, hepatites virais, leishmaniose, Doença de Chagas, malária, paracoccidioidomicose, histoplasmose e aspergilose foram não reagentes; o teste cutâneo para Paracoccidioides brasiliensis e Histoplasma capsulatum foram não reagentes; hemoculturas e exame micológico direto para fungos também negativos. Os exames radiológicos revelaram-se inconclusivos, sem alterações patológicas. Devido aos antecedentes epidemiológicos para histoplasmose e criptococose, procedeu-se a análise imunodiagnóstica e por biologia molecular, empregando-se metodologias mais sensíveis como immunoblotting e Nested-PCR. A análise por immunoblotting revelou reatividade frente às frações H e M de H. capsulatum e frente à glicoproteína de 43 kDa de P. brasiliensis. A reação de Nested-PCR empregando primers espécie-específicos foi positiva para H. capsulatum e Cryptococcus neoformans e negativa para P. brasiliensis, comprovando a possível infecção por H. capsulatum observada no immunoblotting. O reconhecimento da glicoproteína de 43kDa de P. brasiliensis pode ser atribuído à reatividade cruzada entre epítopos semelhantes destes dois patógenos. A não detecção de fragmento de DNA específico para P. brasiliensis parece corroborar com a hipótese de reatividade cruzada, visto esta técnica ser mais especifica que o immunoblotting. O acompanhamento de pacientes assintomáticos com infecção confirmada por H. capsulatum e C. neoformans pode ter relevância na prevenção e monitoramento de possível reativação de focos quiescentes, comum em micoses sistêmicas e contribuir com o conhecimento fisiopatogênico dessas doenças.

pdf
Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2009 KC Dantas, RS Freitas, RSP Garcia, ECM Muricy, MV Silva, VS Kohara, AN Passos, AP Vicentini-Moreira

Downloads

Não há dados estatísticos.