ÁGUA TRATADA PARA DIÁLISE: ISOLAMENTO DE BACILOS GRAM-NEGATIVOS NÃO FERMENTADORES DE GLICOSE E SUA RELAÇÃO COM O CONTEÚDO DE ENDOTOXINAS BACTERIANAS
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Como Citar

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Bugno A, Almodovar A, Pereira T. ÁGUA TRATADA PARA DIÁLISE: ISOLAMENTO DE BACILOS GRAM-NEGATIVOS NÃO FERMENTADORES DE GLICOSE E SUA RELAÇÃO COM O CONTEÚDO DE ENDOTOXINAS BACTERIANAS. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 22º de outubro de 2009 [citado 19º de julho de 2024];68(Suplemento 1):BQ-07. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/40236

Resumo

Água tratada para diálise é o principal componente do fluido de diálise, utilizado para facilitar a normalização do balanço eletrolítico e a remoção das substâncias tóxicas presentes no plasma, sendo sua qualidade microbiológica fator importante para controle de riscos ao paciente submetido ao procedimento dialítico. Os componentes do sistema de tratamento de água para diálise podem favorecer o desenvolvimento microbiano, particularmente bacilos Gram-negativos não fermentadores de glicose (BGNF). Este estudo teve como objetivos verificar a ocorrência de BGNF em amostras coletadas em 71 clínicas de diálise dos municípios de São Paulo e Grande São Paulo e o risco de ocorrência de endotoxinas bacterianas acima dos limites máximos permitidos. Para a pesquisa de BGNF foi realizada técnica recomendada pela APHA para a pesquisa de Pseudomonas aeruginosa em águas e sistema de identificação bioquímica API 20NE, enquanto que a determinação de endotoxinas bacterianas foi realizada pelo método do
LAL por formação de gel, considerando-se limite máximo permitido de 2 EU/mL. BGNF foram detectados em 74,7% das amostras de água tratada de 83,1% das clínicas avaliadas, tendo sido identificadas 17 espécies, das quais o complexo Burkholderia cepacia foi a mais prevalente (37,8%), seguido de Ralstonia pickettii (20,0%) e Pseudomonas aeruginosa (10,6%). Verificou-se que 47,4% das amostras nas quais foram isoladas Pseudomonas aeruginosa, 21,5% das amostras nas quais foram isoladas complexo Burkholderia cepacia e 16,7% das amostras nas quais foram isolados outros BGNF apresentaram endotoxinas bacterianas acima de 2 EU/mL. A avaliação destes resultados indica que a presença de Pseudomonas aeruginosa na água tratada para diálise pode aumentar o risco de endotoxinas bacterianas acima de 2 EU/mL em relação às amostras nas quais este microrganismo não está presente. Este estudo indica a necessidade da revisão dos parâmetros microbiológicos e de endotoxinas na água tratada para diálise e da adoção de parâmetros adequados quanto a presença de microrganismos indicadores, como a Pseudomonas aeruginosa.

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Copyright (c) 2009 A Bugno, AAB Almodovar, TC Pereira

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