RELAÇÃO ENTRE TEOR DE CLORO RESIDUAL LIVRE, PH E RESULTADOS DE ANÁLISE MICROBIOLÓGICA EM ÁGUAS PARA CONSUMO HUMANO DE RIBEIRÃO PRETO (SP) E REGIÃO

Resumo

Este estudo teve por objetivo avaliar a relação entre teor de cloro residual livre (CRL), pH e resultados de análises microbiológicas em águas para consumo humano de 25 cidades da região de Ribeirão Preto (SP). Todas as amostras avaliadas foram colhidas, no período de 2007-2008, pelos fiscais das Vigilâncias Sanitárias dos respectivos municípios, em cumprimento das metas estabelecidas no Programa de Monitoramento da Qualidade da Água para Consumo Humano (PROÁGUAI). As determinações de CRL e pH foram realizadas pelos fiscais sanitários no momento da coleta. As análises microbiológicas realizadas no Instituto Adolfo Lutz de Ribeirão Preto foram: enumeração de bactérias do grupo coliformes totais e de Escherichia coli, por meio da Tecnologia de Substrato Definido (NMP/100mL). Coliformes totais e/ou Escherichia coli estavam presentes em 204 (4,6%) de um total de 4468 amostras. Destes resultados positivos, 92 amostras apresentaram CRL ≥ 0,2mg/L com pH médio 6,9 ± 0,5. Por outro lado, 380 amostras (8,5%) deram resultados negativos com CRL < 0,2mg/L e pH médio 6,7 ± 0,9. A análise estatística preliminar dos dados (estatística z para dois grupos) indica que a probabilidade do pH médio das amostras com resultados microbiológicos positivos (CRL ≥ 0,2 mg/L) ser maior que o pH médio das amostras com resultados negativos (CRL < 0,2 mg/L) é de aproximadamente 60%. Em meio próximo a neutralidade ou alcalino, mesmo com o teor de CRL igual ou superior a 0,2 mg/L, existe uma probabilidade maior que a amostra de água para consumo humano apresente resultado positivo na análise microbiológica. Isto se deve, pelo menos em parte, ao fato de que, nestas condições, no agente de cloração há a prevalência do íon hipoclorito (OCl-) em detrimento do ácido hipocloroso (HOCl), o qual é um oxidante mais forte e mais permeável à membrana celular.