Dengue e leishmaniose visceral canina ocupam o mesmo espaço no ambiente urbano?
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Palavras-chave

Dengue
Leishmaniose Visceral
Distribuição Espacial

Como Citar

1.
Nascimento CT do, D’Andrea LAZ, Andrade CO, Jorge EN, Flores EF, Giuffrida R, Rangel O, Carneiro LEP. Dengue e leishmaniose visceral canina ocupam o mesmo espaço no ambiente urbano?. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 3º de novembro de 2024 [citado 22º de janeiro de 2025];83:e40842. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/40978

Resumo

Dengue e leishmaniose visceral (LV) são doenças consideradas negligenciadas. Apesar dos esforços adotados pelos órgãos públicos, estão se espalhando de maneira rápida e imprevisível no Oeste Paulista. O estudo teve por objetivo analisar a distribuição espacial da dengue e da leishmaniose visceral canina (LVC) identificando se ocupam o mesmo espaço, assim como a presença de vetores de LV na área urbana de Teodoro Sampaio, São Paulo, no período de 2012-2020. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo seccional e os dados de dengue em humanos e LVC foram obtidos a partir de órgãos públicos. A presença de vetores foi identificada por meio de pesquisa entomológica. Os dados foram georreferenciados e mapas com densidade de Kernel, para analisar a distribuição espacial da dengue e da LVC, foram gerados. Foram notificados 977 casos de dengue em Teodoro Sampaio, sendo em 2012 a menor incidência, com dois (0,2%) e 2020 a maior incidência, com 381 (39,0%). No mesmo período e local, foram notificados 84 casos de LVC, sendo em 2017 a menor incidência, com um (1,2%) e em 2013 a maior incidência com 25 (29,8%). Na pesquisa entomológica, quase um terço das armadilhas capturaram vetores de LV, sendo 203 (98,1%) contendo Lutzomyia longipalpis, principal responsável pela transmissão e os demais eram vetores permissivos de leishmaniose tegumentar (LT), podendo indicar possível urbanização da LT. A partir dos mapas de Kernel, verificamos que hotspots de dengue estão muito próximos aos de LVC, sugerindo uma correlação espacial entre elas, embora não tenha sido obtida correlação significativa (0,55). O geoprocessamento e a estatística espacial revelaram uma correlação fraca, sugerindo que dengue e LVC têm distribuições espaciais semelhantes e devido a fatores geográficos e comportamentais, apresentam maior vulnerabilidade. Propõe-se que autoridades adotem estratégias integradas de prevenção e controle para ambas as doenças, promovendo mudanças comportamentais na população.

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Copyright (c) 2024 Charlene Troiani do Nascimento, Lourdes Aparecida Zampieri D’Andrea, Cristiane Oliveira Andrade, Eloisa Nascimento Jorge, Edilson Ferreira Flores, Rogério Giuffrida, Osias Rangel, Luiz Euribel Prestes Carneiro

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