Imunização com vacinas heterólogas para SARS-CoV-2 induz aumento do índice de avidez dos anticorpos e estabelece uma resposta funcional superior à infecção
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Palavras-chave

SARS-CoV-2
Vacinas
Anticorpos

Como Citar

1.
Silva VO, Portilho AI, Prudêncio CR, De Gaspari E, Brígido LF de M. Imunização com vacinas heterólogas para SARS-CoV-2 induz aumento do índice de avidez dos anticorpos e estabelece uma resposta funcional superior à infecção. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 3º de novembro de 2024 [citado 5º de fevereiro de 2025];83:e40736. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/41045

Resumo

A exposição prolongada aos antígenos induz a hipermutação somática, que é essencial para maturação da afinidade dos anticorpos. A somatória da afinidade de anticorpos de diferentes especificidades, por sua vez, caracteriza o índice de avidez (IA). A infecção por SARS-CoV-2 normalmente induz IA baixo a intermediário e, tratando-se da vacinação, ainda se discute quantas doses são necessárias para alcançar a maturação completa. Este estudo avaliou o IA IgG anti-RBD em amostras de soro de indivíduos com histórico de COVID-19 pré-vacina (CoV) e sem infecção documentada (nCoV), que receberam duas doses da vacina inativada Corona Vac (CN) e uma dose reforço com a vacina de RNAm BNT162b2. A avidez foi mensurada por ELISA modificado, utilizando tiocianato de potássio (KSCN) 1,5 M como agente caotrópico. Os resultados foram expressos como IA = (D.O. com KSCN/D.O. sem KSCN) x 100. Conforme a literatura, IA elevado (≥ 70%) reflete uma boa maturação da afinidade. Aproximadamente seis meses após o diagnóstico, indivíduos CoV (n = 96) apresentaram IA baixo-intermediário (45% [29-64%]). Duas doses de CN foram insuficientes para alcançar IA elevado em indivíduos nCoV (n = 146, IA 43% [33-58%]), sem diferença estatística em comparação aos valores da infecção pré-vacina (p = 0,676). histórico de COVID-19 influenciou o aumento do IA após vacinação com CN (CoV, n = 75; 66% [50-81%]), entretanto, observou-se queda do IA depois de 30 semanas (n = 83, 52% [38-68%]). A dose de reforço com BNT162b2 promoveu um aumento notável do IA, independente do histórico de COVID-19 (n = 139; 93% [88-100%], p = 0,628). Essa resposta foi mantida quatro meses após o reforço (n = 39; 88% [76-97%]). Em conclusão, duas doses de CN resultaram em IA variado, de baixo a intermediário, na população avaliada, ainda, o histórico de COVID-19 influenciou esses valores. A dose reforço foi necessária para induzir IgG de alta avidez, sugerindo uma resposta funcional dos anticorpos.

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Copyright (c) 2024 Valeria Oliveira Silva, Amanda Izeli Portilho, Carlos Roberto Prudêncio, Elizabeth De Gaspari, Luís Fernando de Macedo Brígido

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