Análise temporal do quantitativo de exames de sorologia recebidos para diagnóstico de dengue no período de 2019 a 2024

Resumo

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que representa uma grande preocupação para a saúde pública no Brasil. No período pré-pandêmico, a vigilância e controle da dengue estavam focados na redução dos casos e na prevenção de surtos. Com a chegada da pandemia de COVID-19 em 2020, os esforços de saúde pública se concentraram predominantemente no controle do novo coronavírus, impactando a vigilância de outras doenças. O objetivo deste estudo foi comparar o panorama das amostras encaminhadas para sorologia para o diagnóstico de dengue durante os primeiros seis meses de cada ano no período de 2019 a 2024, analisando as variações nos diferentes contextos pré-pandêmico, pandêmico e pós pandêmico. Os dados utilizados são obtidos do setor de imunologia do Laboratório Central de Saúde Pública, com resultados liberados no sistema GAL (Gestão de Ambiente Laboratorial), referente ao período de 01 de janeiro a 30 de junho dos respectivos anos (2019 a 2024). Em 2019, um total de 980 amostras foram encaminhadas, representando um período pré-pandêmico. No ano seguinte, em 2020, houve um aumento significativo no número de amostras, com 3.130 amostras enviadas, coincidindo com o início da pandemia. Em 2021, o número de amostras encaminhadas foi de 1.577, demonstrando uma redução em relação ao ano anterior. Durante o ano pandêmico de 2022, foram encaminhadas 1.240 amostras de sorologia para dengue, mantendo uma tendência de redução. Em 2023, observou-se um leve aumento, com 1.326 amostras enviadas. Por fim, no período pós-pandêmico de 2024, houve um expressivo aumento no número de amostras encaminhadas, totalizando 6.047, possivelmente refletindo uma intensificação das ações de vigilância e diagnóstico da dengue. Esta análise comparativa revela flutuações significativas no número de amostras de sorologia para dengue encaminhadas aos laboratórios, influenciadas por diversos fatores, incluindo a pandemia de COVID-19. O aumento substancial de amostras em 2024 sugere um aprimoramento nas estratégias de vigilância e controle da dengue, destacando a importância de monitoramentos contínuos para a saúde pública.