Análise epidemiológica do vírus Chikungunya em Mato Grosso: compreendendo a dinâmica de transmissão por meio da vigilância laboratorial

Resumo

O vírus Chikungunya é transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. É um alfavírus pertencente à família Togaviridae, que contém um genoma de RNA. Os efeitos das alterações climáticas, bem como o aumento da globalização do comércio levaram ao crescimento do habitat dos mosquitos. Existem três genótipos principais de CHIKV: África Ocidental, ECSA (África Centro-Leste-Sul) e Asiático (com uma quarta linhagem pertencente ao genótipo chamada Oceano Índico-IOL). O surgimento do vírus Chikungunya (CHIKV) levantou sérias preocupações devido à rápida disseminação do vírus em novas áreas geográficas e às características clínicas associadas à infecção. Com o aumento de casos de Dengue no estado de Mato grosso, houve também aumento de casos de Chikungunya. O objetivo é analisar os resultados laboratoriais de amostras encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso (LACEN-MT), entre 01 de janeiro de 2023 e 03 de junho de 2024. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória e retrospectiva com abordagem quantitativa, abrangendo os resultados laboratoriais emitidos do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL). No total, 7.625 amostras enviadas ao LACEN-MT, foram analisadas utilizando o método RT-PCR. A distribuição geográfica varia de acordo com as regionais de saúde, sendo as mais encaminhadas a Regional de Tangará da Serra (2.801), baixada cuiabana (2.047) e regional de Sinop (2.385). Referente ao total, 27% (2.028) apresentaram resultados positivos, o que evidencia a presença significativa do vírus em circulação no estado. Este achado sublinha a importância fundamental da vigilância laboratorial para a detecção precoce e precisa de patógenos, que possam ameaçar a saúde pública. A vigilância eficaz facilita a identificação antecipada e o acompanhamento da circulação do vírus Chikungunya em Mato Grosso, auxilia nas estratégias de saúde pública e na prevenção de surtos futuros.