Soroprevalência da infecção por Toxoplasma gondii em gestantes de alto risco do noroeste do estado de São Paulo

Resumo

A toxoplasmose gestacional é uma das consequências clínicas causadas pelo parasito Toxoplasma gondii, e decorre da primo-infecção, pela ingestão de alimentos ou água contaminada com oocistos ou pela reagudização da infecção durante o período gestacional. Esses fatos podem levar a transmissão do parasito via placenta e causar danos graves ao feto. O objetivo deste estudo foi avaliar a soroprevalência e fatores de risco associados à infecção por T. gondii em gestantes encaminhadas ao ambulatório de alto risco do Hospital da Criança e Maternidade de São José do Rio Preto. O teste sorológico ELISA foi utilizado para detecção de anticorpos IgM e IgG anti-T. gondii. Os fatores de risco associados à infecção foram identificados através da aplicação de questionário epidemiológico por análises univariáveis utilizando o teste qui-quadrado (χ2). Odds ratio (OR) e intervalo de confiança (IC) de 95% foram calculados para estimar as chances de associações. Foram avaliadas 72 pacientes, entre 16 e 42 anos, com média de idade de 27,79 ± 6,87 anos. Cerca de 21% (n = 15) das gestantes apresentaram sorologia IgG+/IgM+, 43% (n = 31) IgG+/IgM- e 36% (n = 26) IgG-/IgM-. Dentre as pacientes que compuseram o estudo, a prevalência da infecção foi de 63,8%, e não apresentaram diferença estatisticamente significante em relação às médias de idade entre os grupos com sorologia positiva e  negativa (p < 0,2041; t = -1,2819; gl-70). O contato com lixo peridomicílio (OR 1,15, IC = 0,26 – 5,04, p = 0,03) e o consumo de queijo fresco (OR 1,12, IC = 0,39 – 3,22, p = 0,002) foram associados com o aumento das chances de infecção. Os resultados parciais indicam possibilidade de infecção durante a gestação e faz-se necessário a implementação de programas para a conscientização da população para promover maior conhecimento sobre os meios de infecção por T. gondii.