Cocirculação dos genótipos asiático/americano e cosmopolita do vírus da dengue sorotipo 2 no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, em 2024
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Palavras-chave

Dengue
Vigilância em Saúde Pública
Sequenciamento por Nanoporos

Como Citar

1.
Araújo MF de A, Schetino MAA, Oliveira DB de, Guimarães NR, Tomé LMR, Adelino TER, Iani FC de M, Alcantara LCJ. Cocirculação dos genótipos asiático/americano e cosmopolita do vírus da dengue sorotipo 2 no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, em 2024. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 3º de novembro de 2024 [citado 22º de janeiro de 2025];83:e40618. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/41304

Resumo

O vírus da dengue (DENV) possui quatro sorotipos geneticamente relacionados e antigenicamente distintos, com considerável variação genética, no qual 19 genótipos já foram descritos. Dada a elevada mobilidade humana, múltiplos sorotipos e genótipos podem circular simultaneamente em uma mesma região. Somente no primeiro semestre de 2024, já foram detectados a circulação de três sorotipos de DENV na Macrorregião de Saúde do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Em vista disso, a vigilância genômica torna-se uma importante ferramenta na compreensão da dinâmica epidemiológica destes vírus. Assim, o objetivo deste trabalho foi descrever os genótipos do vírus da dengue sorotipo 2 (DENV-2) circulantes no Vale do Jequitinhonha, no primeiro semestre de 2024. Por meio de sequenciamento de nova geração (NGS), foram obtidas quatro novas sequências do genoma de DENV-2, de diferentes municípios do Vale do Jequitinhonha: Serro, Araçuaí, Felício dos Santos e Capelinha. Os genótipos foram identificados utilizando a ferramenta online Genome Detective, e uma análise filogenética foi realizada para compreender melhor a história evolutiva dos genomas sequenciados. Durante o surto de dengue no primeiro semestre de 2024, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, foi identificado a cocirculação de pelo menos dois genótipos de DENV-2, o asiático/americano (genótipo III), que há anos circula no Brasil; e o cosmopolita (genótipo II), que apesar de ser amplamente difundido foi detectado pela primeira vez na América do Sul em 2019 e no Brasil em 2021. Este relato reforça a importância do monitoramento genômico em tempo real para acompanhar a dispersão e evolução de DENV, principalmente num cenário de reemergência de novos sorotipos e genótipos, provavelmente mediados pela grande mobilidade humana. Além disso, a vigilância genômica aliada a dados epidemiológicos exercem um papel crucial para respostas mais rápidas e eficazes no combate a novos surtos ou epidemias.

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Copyright (c) 2024 Maysa Farias de Almeida Araújo, Marco Antônio Alves Schetino, Danilo Bretas de Oliveira, Natália Rocha Guimarães, Luiz Marcelo Ribeiro Tomé, Talita Emile Ribeiro Adelino, Felipe Campos de Melo Iani, Luiz Carlos Junior Alcantara

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