Caracterização de enterovírus não-pólio em crianças com paralisia flácida aguda no estado de São Paulo, 2022-2023
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Palavras-chave

Paralisia Infantil
Poliomielite não Poliovírus
Enterovírus

Como Citar

1.
Calou SB, Moraes DR de, Machado BC, Cilli A, Leme LA, Dias JM, Franco AL de MX, Carmona RCC. Caracterização de enterovírus não-pólio em crianças com paralisia flácida aguda no estado de São Paulo, 2022-2023. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 3º de novembro de 2024 [citado 5º de fevereiro de 2025];83:e40554. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/41330

Resumo

A Paralisia Flácida Aguda (PFA) é uma doença caracterizada pelo início súbito de fraqueza nos membros, normalmente associada aos tipos 1, 2 e 3 do poliovírus (poliomielite). Em 1994, o Brasil foi certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Pan-Americana da Saúde como país livre do poliovírus selvagem. Porém, o vírus ainda persiste no Afeganistão e Paquistão, criando um risco de reintrodução no Brasil. Em resposta, a OMS implementou um plano para a erradicação global da poliomielite, centrando na vacinação infantil e na investigação ativa de casos. Simultaneamente, a circulação dos enterovírus não-pólio (EVNP) em casos suspeitos de PFA são monitoradas, refletindo a importância destes vírus. O objetivo deste estudo foi determinar os genótipos do EVNP em crianças com PFA durante a Vigilância Epidemiológica das PFAs no estado de São Paulo. Entre os anos de 2022 e 2023, amostra única de fezes de 276 crianças menores de 15 anos foi enviada ao Núcleo de Doenças Entéricas, Centro de Virologia, do Instituto Adolfo Lutz (NDE/CV/IAL), Laboratório de Referência Estadual em Enterovírus. Posteriormente, o frasco original dessas amostras foi enviado ao Laboratório Nacional de Referência para Poliomielite, FIOCRUZ, Rio de Janeiro, para realização da pesquisa do poliovírus por isolamento de cultura celular conforme algoritmo da OMS. Entre 246 casos, 5,4% foram positivos para EVNP e 1,4% para poliovírus vacinal 3, tipo Sabin. Todas as cepas de EVNP foram selecionadas para este estudo e tipificadas pelo NDE/ CV/IAL, utilizando sequenciamento genômico. Entre as amostras de EVNP, 53% foram tipadas, identificando a presença de Echovirus 3 e 30, Coxsackievirus A19, Coxsackievirus B1 e B4. A diversidade genética dos EVNP circulantes no estado de São Paulo destaca a importância da vigilância epidemiológica e laboratorial na monitorização dos vírus em casos de PFA, vital para o controle eficaz destas infecções na era pós-pólio.

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Copyright (c) 2024 Sabrina Bonetti Calou, Danielle Rita de Moraes, Bráulio Caetano Machado, Audrey Cilli, Lucas Araújo Leme, Juliana Monti Dias, Alessandra Lucchesi de Menezes Xavier Franco, Rita Cássia Compagnoli Carmona

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