Análise retrospectiva da frequência de infecções bacterianas em gambás, numa rotina de vigilância de fauna silvestre em São Paulo
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Palavras-chave

Vigilância em Saúde Pública
Espécies Sentinelas
Zoonoses Bacterianas

Como Citar

1.
Borges MC de L, Machado EF, Frediani MH, Sanches TC, Castagna CL, Silva BEB da, Guerra JM, Fernandes NCC de A. Análise retrospectiva da frequência de infecções bacterianas em gambás, numa rotina de vigilância de fauna silvestre em São Paulo. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 3º de novembro de 2024 [citado 5º de fevereiro de 2025];83:e40597. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/41383

Resumo

Animais selvagens atuam como reservatórios e disseminadores de patógenos com potencial zoonótico. Os marsupiais neotropicais estão distribuídos ao longo das Américas e Oceania e convivem em espaços compartilhados com humanos e animais domésticos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a frequência de doenças bacterianas em amostras de gambás recebidas para vigilância de doenças infecciosas. Foram analisadas, retrospectivamente, amostras de 202 animais do gênero Didelphis recebidas pelo Centro de Patologia do Instituto Adolfo Lutz a partir de parceiros do estado de São Paulo, empreendimentos de fauna que realizam necrópsia. Para isto, foram levantados relatórios histopatológicos, de janeiro de 2016 a julho de 2023, de gambás recebidos, e compilados dados em planilha quanto à espécie, sexo, idade e presença de bactérias na microscopia. Dentre os casos avaliados, 105 eram da espécie Didelphis albiventris (51,98%) e 93 Didelphis aurita (46,04%) e quatro foram identificados apenas quanto ao gênero (1,98%). Quanto ao sexo, 91 (45,05%) eram fêmeas, 75 (37,12%) eram machos e 36 (17,82%) não tiveram o sexo identificado. Quanto à idade, 113 (55,94%) dos animais eram adultos, 46 (22,77%) jovens, entre filhotes e juvenis, e 43 (21,28%) não tiveram identificação de idade. Dentre os casos analisados, 63 (31,18%) eram infecciosos, com presença de bactérias. Destes, 20,63% apresentavam co-infecção: três (4,76%) D. albiventris (um com protozoário, um com metazoário e um caso de co infecção com protozoário, fungo e metazoário) e nove (14,28%) D. aurita (sete com metazoário, um com fungo e um com metazoário e protozoário). Não houve significância estatística na associação entre idade ou sexo com a ocorrência de casos com infecção bacteriana na população analisada. A frequência de infecções bacterianas foi elevada, mostrando que esses animais podem atuar como sentinelas de doenças infecciosas bacterianas.

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Copyright (c) 2024 Manuela Costa de Lima Borges, Eduardo Ferreira Machado, Mayra Hespanol Frediani, Thaís Caroline Sanches, Cláudio Luiz Castagna, Bruno Emerson Bernardes da Silva, Juliana Mariotti Guerra, Natália Coelho Couto de Azevedo Fernandes

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