Perfil epidemiológico da hanseníase num município superendêmico do interior do sudeste brasileiro

Autores

  • Paloma Benígno Morais Mestrado em Ciências Biológicas/UNIVALE.
  • Luciana Guzzo Doutorado/UFJF.
  • Alexandre Sylvio Doutorado/UNIVALE.
  • Lucia Alves de Oliveira Fraga Pós-Doutorado/UFJF - (Professor adjunto).

DOI:

https://doi.org/10.47878/hi.2012.v37.36197

Palavras-chave:

Hanseníase, Epidemiologia, Controle

Resumo

A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa de evolução crônica que se manifesta principalmente através de sinais e sintomas dermatoneurológicos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a situação epidemiológica da hanseníase no município de Teófilo Otoni (TO)-MG, no período de 2001 a 2010 de forma descritiva e retrospectiva. Os altos coeficientes de detecção geral e em menores de 15 anos encontrados, mantêm o município como hiperendêmico para hanseníase, sinalizando a necessidade de intensificar as ações de vigilância epidemiológica. O percentual médio de grau 2 de incapacidade, entre os casos novos estudados no momento do diagnóstico foi considerado alto (10,1%) segundo Ministério da Saúde (MS). O percentual médio de casos novos avaliados, no momento da alta por cura, apresentando grau 2 de incapacidade física foi de 4,3%. O coeficiente de prevalência no município de TO foi considerado médio (1- 4,9/10.000hab) no período de 2001 a 2010 com exceção dos anos de 2003, 2004 e 2005 quando foi considerado muito alto (12,7; 14,1 e 12,6/10.000habitantes) respectivamente. Com relação a variável prevalência oculta, verificou-se que 526 casos de hanseníase não foram diagnosticados no município, significando que 40,3% dos doentes permaneceram sem diagnóstico naquele período, podendo atuar como fontes de contágio contribuindo para a cadeia de transmissão da doença. É necessário que o município promova e intensifique a descentralização das ações de controle da doença, desenvolva programas de capacitação para as equipes multiprofissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e estimule a busca ativa de novos casos.

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Referências

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Publicado

30-11-2012

Como Citar

1.
Morais PB, Guzzo L, Sylvio A, Fraga LA de O. Perfil epidemiológico da hanseníase num município superendêmico do interior do sudeste brasileiro. Hansen. Int. [Internet]. 30º de novembro de 2012 [citado 26º de abril de 2024];37(2):61-8. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/hansenologia/article/view/36197

Edição

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