Segregação espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus, estado de São Paulo, Brasil

Autores

  • Lígia Leandro Nunes Serpa Superintendência de Controle de Endemias (Sucen)
  • Gerson Laurindo Barbosa Superintendência de Controle de Endemias (Sucen)
  • Marylene de Brito Arduino Superintendência de Controle de Endemias (Sucen)
  • Valmir Roberto Andrade Superintendência de Controle de Endemias (Sucen)
  • Júlio Cesar Voltolini Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.
  • Virgília Luna Castor de Lima Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo
  • Gisela Rita Alvarenga Monteiro Marques Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.57148/bepa.2021.v.18.37234

Palavras-chave:

Aedes aegypti, Aedes albopictus, Controle vetorial, Espécies invasoras, Georreferenciamento

Resumo

Mudanças no padrão de distribuição espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus, ocorrem devido a diferentes fatores, dentre eles a interação negativa. Objetivou-se analisar e descrever o padrão de distribuição de ovos dessas espécies. Em ambiente urbano do município de São Sebastião, 80 ovitrampas foram expostas por quatro dias/ mês, durante 18 meses, em 40 residências urbanas, de 20 quarteirões, obtidos por sorteio sistemático mensal, em estágio único, de fevereiro de 2011 a julho de 2012. Os imóveis foram georreferenciados, e produziram-se mapas temáticos pelo uso do estimador de densidade Kernel. A presença exclusiva de Ae. aegypti foi verificada em 234 armadilhas (78,52%), Ae. albopictus em 26 (8,73%) e ambas as espécies em 38 (12,75%). Ae aegypti foi registrado por todo o espaço urbano do município e em todos os meses e estações do ano, além de ter apresentado maior densidade de ovos, sendo o inverso para Ae. albopictus. Ae. aegypti foi mais presente na região sul, enquanto que Ae. albopictus na região norte. A segregação de hábitat de Ae. aegypti e Ae. albopictus merece atenção, já que sua ocorrência favorece uma coexistência urbana e pode gerar consequências à saúde pública, uma vez que são importantes transmissores de arboviroses.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

1. Rey JR, Lounibos P. Ecología de Aedes aegypti y Aedes albopictus en América y transmisión enfermedades. Biomedica. 2015;35(2):177-85.

2. Scott TW, Morrison AC, Lorenz LH, Clark GG, Strickman D, Kittayapong P, et. al. Longitudinal
studies of Ae. aegypti (Diptera: Culicidae) in Thailand and Puerto Rico: blood feeding
frequency. J Med Entomol. 2000;37(1):89-101.

3. Leisnham PT, LaDeau SL, Juliano SA. Spatial and Temporal Habitat Segregation of
Mosquitoes in Urban Florida. PLoS ONE. 2014;9(3): e91655.

4. Couto-Lima D, Madec Y, Bersot MI, Campos SS, Motta MA, Santos FB, et al. Potential risk of
re-emergence of urban transmission of Yellow Fever virus in Brazil facilitated by competent
Aedes populations. Sci Rep. 2017;7:4848.

5. Juliano SA, O’Meara GF, Morrill JR, Cutwa MM. Desiccation and thermal tolerance of eggs
and the coexistence of competing mosquitoes. Oecologia. 2002;130(3):458-69.

6. Braks MAH, Honório NA, Lourenço-de-Oliveira R, Juliano SA, Lounibos LP. Convergent
Habitat Segregation of Aedes aegypti and Aedes albopictus (Diptera: Culicidae) in
Southeastern Brazil and Florida. J Med Entomol. 2003;40(6):785-94.

7. Serpa LLN, Marques GRAM, Lima AP, Voltolini JC, Brito-Arduino M, Barbosa GL, et al. Study
of the distribution and abundance of the eggs of Aedes aegypti and Aedes albopictus
according to the habitat and meteorological variables, municipality of São Sebastião, São
Paulo State, Brazil. Parasites & Vectors. 2013;6(1):321.

8. Prophiro JS, Silva OS, Luna JED, Piccoli CF, Kanis LA, Navarro MAS. Aedes aegypti and
Aedes albopictus (Diptera: Culicidae): coexistence and susceptibility to temephos,
in municipalities with occurrence of dengue and differentiated characteristics of
urbanization. R Soc Bras Med Trop. 2011;44(3):300-5.

9. Serpa LLN, Kakitani I, Voltolini JC. Competição entre larvas de Aedes aegypti e Aedes
albopictus em laboratório. R Soc Bras Med Trop. 2008;41(5):479-84.

10. Costanzo KS, Mormann K, Juliano SA. Asymmetrical competition and patterns of
abundance of Aedes albopictus and Culex pipiens (Diptera: Culicidae). J Med Entomol.
2005;42(4):559-70.

11. Giacomini HC. Os mecanismos de coexistência de espécies como vistos pela teoria
ecológica. Oecol Bras. 2007; 11(4):521-43.

12. Juliano SA, Lounibos LP, O’Meara GF. A field test for competitive effects of Aedes
albopictus on A. aegypti in South Florida: differences between sites of coexistence and
exclusion? Oecologia; 2004;139(4):583-93.

13. Costanzo KS, Kesavaraju B, Juliano AS. Condition-specific competition in container
mosquitoes: the role of non-competing life-history stages. Ecology. 2005;86(12):3289-95.

14. Rodrigues MM, Marques GRAM, Serpa LLN, Arduino MB, Voltolini JC, Barbosa GL et
al. Density of Aedes aegypti and Aedes albopictus and its association with number of
residents and meteorological variables in the home environment of dengue endemic area,
São Paulo, Brazil. Parasites & Vectors. 2015;8:115.

15. Brasil. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico: Domicílios
de São Sebastião 2010. São Paulo; 2013. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/.

16. Setzer J. Atlas Climático e Ecológico do Estado de São Paulo [atlas]. São Paulo; 1966.

17. Alves MCGP, Silva NN. Simplificação do método de estimação da densidade larvária de
Aedes aegypti no Estado de São Paulo. Rev Saúde Pública 2001;35(5):467-73.

18. Silva RA. Manual de Vigilância Entomológica de Aedes aegypti. Sucen – SES. São Paulo;
1997. 38p.

19. São Paulo. Superintendência de Controle de Endemias – Sucen - Secretaria de Estado da
Saúde. Vigilância e Controle do Aedes aegypti: normas, orientações e recomendações
técnicas. São Paulo; 2006.42p.

20. Bailey TC, Gatrell AC. Interactive Spatial Data Analysis. London (UK): Harlow Essex:
Longman Scientific & Technical; 1995.

21. Hanski I. Coexistence of competitors in patchy environment with and without predation.
Oikos. 1981; 37(3):306-12.

22. LaCon G, Morrison AC, Astete H, Stoddard ST, Paz-Soldan VA, Elder JP, et al. Shifting
Patterns of Aedes aegypti Fine Scale Spatial Clustering in Iquitos, Peru. PLoS Negl Trop Dis.
2007;8(8):e3038.

23. Dhimal M, Gautam I, Joshi HD, O’Hara RB, Ahrens B, Kuch.U. Risk Factors for the
Presence of Chikungunya and Dengue Vectors (Aedes aegypti and Aedes albopictus), Their
Altitudinal Distribution and Climatic Determinants of Their Abundance in Central Nepal.
PLoS Negl Trop Dis. 2015;9(3):e0003545.

24. Serpa LLN, Costa KVRM, Voltolini JC, Kakitani I. Variação sazonal de Aedes aegypti e
Aedes albopictus no município de Potim, São Paulo. Rev Saúde Pública. 2006;40(6):1101-5.

25. 25. Mogi M, Khamboonruang C, Choochote W, Suwanpanit P. Ovitrap surveys of dengue
vector mosquitoes in Chiang Mai, Northern Thailand: seasonal shifts in relative abundance
of Aedes albopictus and Ae. aegypti. Med Vet Entomol. 1988; 2(4):319-24.

26. Delatte H, Dehecq JS, Thiria J, Domerg C, Paupy C, Fontenille D. Geographic distribution
and developmental sites of Aedes albopictus (Diptera: Culicidae) during a chikungunya
epidemic event. Vector Borne Zoonotic Dis. 2008;8(1):25-34.

27. Reiskind MH, Lounibos LP. Spatial and temporal patterns of abundance of Aedes aegypti
L. (Stegomyia aegypti) and Aedes albopictus (Skuse) [Stegomyia albopictus (Skuse)] in
southern Florida. Med Vet Entomol. 2013;27(4):421-9.

28. Little E, Barrera R, Seto KC, Diuk-Wasser M. Co-occurrence Patterns of the Dengue Vector
Aedes aegypti and Aedes mediovitattus, a Dengue Competent Mosquito in Puerto Rico.
Ecohealth. 2011;8(3):365-75.

29. Carvalho RG, Lourenço-de-Oliveira R, Braga IA. Updating the geographical distribution and
frequency of Aedes albopictus in Brazil with remarks regarding its range in the Americas.
Mem Inst Oswaldo Cruz. 2014;109(6):787-96.

30. Passos RA, Marques GRAMM, Voltolini JC, Condino ML. Dominância de Aedes aegypti
sobre Aedes albopictus no litoral sudeste do Brasil. Rev Saúde Pública. 2003;37(6):729-34.

31. Juliano SA. Species interactions among larval mosquitoes: context dependence across
habitat gradients. Annu Rev Entomol. 2009;54:37-56.

Downloads

Publicado

2021-11-30

Como Citar

1.
Leandro Nunes Serpa L, Laurindo Barbosa G, de Brito Arduino M, Roberto Andrade V, Cesar Voltolini J, Luna Castor de Lima V, Rita Alvarenga Monteiro Marques G. Segregação espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus, estado de São Paulo, Brasil. Bepa [Internet]. 30º de novembro de 2021 [citado 25º de abril de 2024];18(215):39-56. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37234

Edição

Seção

Artigo Original

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)