Frequência laboratorial e resistência antimicrobiana de enteropatógenos bacterianos isolados em crianças na primeira infância na região do ABC Paulista, 2015 - 2016

Autores

  • Andréia Moreira dos Santos Carmo Instituto Adolfo Lutz
  • Fernanda Miranda Lima Instituto Adolfo Lutz
  • Flávia de Paulo Daurelio Instituto Adolfo Lutz
  • Elisa Ribeiro Mucci Instituto Adolfo Lutz
  • Cintia Mayumi Ahagon Instituto Adolfo Lutz - Centro de Laboratório Regional de Santo André
  • Luis Fernando dos Santos Instituto Adolfo Lutz
  • Monique Ribeiro Tiba-Casas Instituto Adolfo Lutz
  • Maria Cecilia Cergole-Novella Instituto Adolfo Lutz - Centro de Laboratório Regional de Santo André

DOI:

https://doi.org/10.57148/bepa.2019.v.16.37691

Palavras-chave:

Criança., Surto, Diarreia, Enterobacteriacea, Agente antibacteriano.

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil dos enteropatógenos bacterianos isolados em
crianças menores de 5 anos durante casos de diarreia em instituições de 4 municípios do
Estado de São Paulo, durante 2015 e 2016. A coleta das fezes foi realizada em 107 crianças,
78 (72,9%) crianças com diarreia e 29 (27,1%) crianças sem diarreia. A metodologia foi
coprocultura, identificação bacteriana e teste de sensibilidade aos antimicrobianos. Quarenta
e seis das 107 (43%) amostras clínicas apresentaram crescimento de enteropatógenos.
Amostras de Escherichia coli enteropatogênicas (EPEC), Escherichia coli enteroagregativas
(EAEC) e Salmonella enterica subsp houtenae foram as mais frequentemente isoladas entre
as crianças. Do total de crianças estudadas, três delas apresentaram co-infecção por 2 agentes
etiológicos diferentes: EPEC/EAEC e Salmonella enterica subsp houtenae/EAEC. A maior
ocorrência entre os 49 agentes etiológicos isolados foi EPEC (24/49, 49%), seguido de EAEC
(14/49, 28,6%). Duas amostras de EPEC pertencentes ao sorotipo O109:H21 foram sensíveis
aos antimicrobianos testados, enquanto outras duas pertencentes ao sorotipo O156:H1 foram
resistentes a gentamicina e a amicacina e estreptomicina, respectivamente. Duas amostras
de EAEC pertencentes ao mesmo sorotipo O80:H10 e duas EAEC O15:H2 apresentaram
multirresistência, pelo menos, ao ácido nalidíxico, sulfametoxazol e tetraciclina. Podemos
sugerir que crianças frequentadoras de três instituições diferentes, que apresentaram
agregados de casos de diarreia sugestivo de surto, eram portadoras de clones bacterianos de
amostras de EPEC ou EAEC, por pertencerem ao mesmo sorotipo e com semelhante perfil de
sensibilidade. Nossos resultados são preocupantes e mostram que a vigilância epidemiológica
antimicrobiana constante deve ser garantida para o monitoramento do surgimento de clones
resistentes e para estabelecer estratégias para a prevenção e controle de surtos e epidemias.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Spano, et al. High prevalence

of diarrheagenic Escherichia coli

carrying toxin-encoding genes

isolated from children and adults

in Southeastern Brazil. BMC

infect.dis. 2017; 17:773.

Brasil. Ministério da Saúde. [CVE] Centro

de Vigilância Epidemiológica “Prof.

Alexandre Vranjac”. Monitorização das

doenças diarreicas agudas - normas e

instruções. São Paulo. 2008; 1-55.

Trabulsi LB, Alterthum F. Microbiologia.

São Paulo: Atheneu. 4. ed; 2004.

World Health Organization (WHO). The

Management and prevention of diarrhea:

practical guidelines. Geneva: WHO; 2005.

Gomes TAT, et al. Diarrheagenic

Escherichia coli. Braz. j.

microbiol. 2016; 47: 3-30.

Kaper JB, Nataro JP, Mobley HLT.

Pathogenic Escherichia coli. Nat.

rev. microbiol. 2004; 2: 123-40.

Nataro JP, Kaper JB. Diarrheagenic

Escherichia coli. Clin. Microbiol.

rev. 1998;11(1):142-201.

Brasil. Ministério da Saúde. [CVE]

Centro de Vigilância Epidemiológica

“Prof. Alexandre Vranjac”. Vigilância

epidemiológica das doenças transmitidas porágua e alimentos: Investigação de surtos -

normas e instruções. São Paulo. 2008; 7-13.

Graciaa et al. Outbreaks Associated with

Untreated Recreational Water - United

States, 2000–2014. MMWR morb.

mortal. wkly. rep. 2018; 67(25):701-6.

Peresi JTM, et al. Search for

diarrheagenic Escherichia coli in raw

kibbe samples reveals the presence

of Shiga toxin-producing strains.

Food control. 2016; 63:165-70.

Ewing WH. Edwards and Ewing’s

Identification of Enterobacteriaceae, 4.ed.

Elsevier Science Publishers. 1986.

World Organisation for Animal Health.

Campylobacter jejuni and Campylobacter

coli [internet]. In: OIE Terrestrial

Manual. 2008. [acesso em 3 nov. 2018].

Disponível em: http://www.oie.int/

fileadmin/Home/eng/Health_standards/

tahm/2.09.03_CAMPYLO.pdf

Bauer AW, et al. Antibiotic

susceptibility testing by a standardized

single disk method. Am. J. clin.

pathol. 1966; 45: 493-6.

Bonkoungou IJ, et al. Bacterial and

viral etiology of childhood diarrhea

in Ouagadougou, Burkina Faso.

BMC pediatr. 2013, 13(36):1-6.

Piralla A, et al. FilmArray™ GI

panel performance for the

diagnosis of acute gastroenteritis

or hemorragic diarrhea. BMC

microbiol. 2017; 17:1-10.

Omulo S, et al. A review of 40 years of

enteric antimicrobial resistance research

in Eastern Africa: what can be done

better? Antimicrobial Resistance and

Infection Control. 2015; 4:1-13.

Clayton DA, Griffith CJ, Price P,

Peters AC. Food handlers’ beliefs

and self-reported practices. Int. j.

environ. health res. 2002; 12:25-39.

Downloads

Publicado

2019-02-28

Como Citar

1.
Moreira dos Santos Carmo A, Miranda Lima F, de Paulo Daurelio F, Ribeiro Mucci E, Mayumi Ahagon C, dos Santos LF, Ribeiro Tiba-Casas M, Cergole-Novella MC. Frequência laboratorial e resistência antimicrobiana de enteropatógenos bacterianos isolados em crianças na primeira infância na região do ABC Paulista, 2015 - 2016. Bepa [Internet]. 28º de fevereiro de 2019 [citado 20º de abril de 2024];16(182):1-9. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37691

Edição

Seção

Artigo Original