Notificações de violências contra a mulher adulta no Estado de São Paulo em 2014
DOI:
https://doi.org/10.57148/bepa.2019.v.16.37697Palavras-chave:
Violência de Gênero, Violência Contra a Mulher, Violência, Sistema de Informação em SaúdeResumo
Estudo descritivo, exploratório, de caráter quantitativo, realizado com o objetivo de apresentar os dados epidemiológicos da violência doméstica, sexual e/ou outras violências que atingiram a mulher adulta no ano 2014 no Estado de São Paulo. Os dados foram extraídos do componente de Vigilância de Violências e Acidentes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (VIVA/Sinan), a partir das fichas de notificação individual de violência doméstica, sexual e/ou outras violências. A proporção de 81,7%
das violências foi verificada na zona urbana, sendo a residência (66,4%) o local de maior ocorrência. As taxas de violência entre as faixas etárias variaram entre 0,029 a 0,039 por 100 mil habitantes do sexo feminino; sendo as mulheres casadas ou em união consensual e ainda as negras as mais atingidas. O homem foi o maior representante provável da autoria dos
atos de violência (64,8%), sendo a suspeita da associação com consumo de álcool demonstrado em 30% dos casos. O comportamento violento e repetitivo atingiu 41,4% revelando que a reincidência é uma realidade a ser enfrentada. O vínculo/grau de parentesco do provável autor da agressão pertenceu ao grupo companheiro, em todos os tipos de violência, exceto
na sexual. O estupro constituiu-se na forma mais incidente de violência sexual, sendo realizada a profilaxia de DST (45,2%), HIV (44,7%), Hepatite B (30,8%) e contracepção de emergência (29,5%). O aborto legal foi necessário para 2,6% dos casos. A violência contra a mulher afeta aspectos físicos, econômicos, reprodutivos e comportamentais que podem contribuir na geração de doenças ou consequências fatais, extrapolando o âmbito da saúde e revelando a necessidade do cuidado ampliado e intersetorial.
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