Notificações de violências contra a mulher adulta no Estado de São Paulo em 2014
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Palavras-chave

Violência de Gênero
Violência Contra a Mulher
Violência
Sistema de Informação em Saúde

Como Citar

1.
Vieira Carnevalle C, Gioia Schimidt TC, Antonio de Moraes M, Matsura Shirassu M, de Oliveira Valencich DM. Notificações de violências contra a mulher adulta no Estado de São Paulo em 2014. Bepa [Internet]. 12º de junho de 2022 [citado 21º de novembro de 2024];16(181). Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37697

Resumo

Estudo descritivo, exploratório, de caráter quantitativo, realizado com o objetivo de apresentar os dados epidemiológicos da violência doméstica, sexual e/ou outras violências que atingiram a mulher adulta no ano 2014 no Estado de São Paulo. Os dados foram extraídos do componente de Vigilância de Violências e Acidentes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (VIVA/Sinan), a partir das fichas de notificação individual de violência doméstica, sexual e/ou outras violências. A proporção de 81,7%
das violências foi verificada na zona urbana, sendo a residência (66,4%) o local de maior ocorrência. As taxas de violência entre as faixas etárias variaram entre 0,029 a 0,039 por 100 mil habitantes do sexo feminino; sendo as mulheres casadas ou em união consensual e ainda as negras as mais atingidas. O homem foi o maior representante provável da autoria dos
atos de violência (64,8%), sendo a suspeita da associação com consumo de álcool demonstrado em 30% dos casos. O comportamento violento e repetitivo atingiu 41,4% revelando que a reincidência é uma realidade a ser enfrentada. O vínculo/grau de parentesco do provável autor da agressão pertenceu ao grupo companheiro, em todos os tipos de violência, exceto
na sexual. O estupro constituiu-se na forma mais incidente de violência sexual, sendo realizada a profilaxia de DST (45,2%), HIV (44,7%), Hepatite B (30,8%) e contracepção de emergência (29,5%). O aborto legal foi necessário para 2,6% dos casos. A violência contra a mulher afeta aspectos físicos, econômicos, reprodutivos e comportamentais que podem contribuir na geração de doenças ou consequências fatais, extrapolando o âmbito da saúde e revelando a necessidade do cuidado ampliado e intersetorial.

https://doi.org/10.57148/bepa.2019.v.16.37697
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http://sociologico.revues.org/902

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