Notificações de violências contra a mulher adulta no Estado de São Paulo em 2014

Autores

  • Claudia Vieira Carnevalle Centro de Vigilância Epidemiológica
  • Teresa Cristina Gioia Schimidt Núcleo Técnico de Humanização do Gabinete do Secretário
  • Marco Antonio de Moraes Centro de Vigilância Epidemiológica
  • Mirian Matsura Shirassu Centro de Vigilância Epidemiológica
  • Dalva Maria de Oliveira Valencich Centro de Vigilância Epidemiológica

DOI:

https://doi.org/10.57148/bepa.2019.v.16.37697

Palavras-chave:

Violência de Gênero, Violência Contra a Mulher, Violência, Sistema de Informação em Saúde

Resumo

Estudo descritivo, exploratório, de caráter quantitativo, realizado com o objetivo de apresentar os dados epidemiológicos da violência doméstica, sexual e/ou outras violências que atingiram a mulher adulta no ano 2014 no Estado de São Paulo. Os dados foram extraídos do componente de Vigilância de Violências e Acidentes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (VIVA/Sinan), a partir das fichas de notificação individual de violência doméstica, sexual e/ou outras violências. A proporção de 81,7%
das violências foi verificada na zona urbana, sendo a residência (66,4%) o local de maior ocorrência. As taxas de violência entre as faixas etárias variaram entre 0,029 a 0,039 por 100 mil habitantes do sexo feminino; sendo as mulheres casadas ou em união consensual e ainda as negras as mais atingidas. O homem foi o maior representante provável da autoria dos
atos de violência (64,8%), sendo a suspeita da associação com consumo de álcool demonstrado em 30% dos casos. O comportamento violento e repetitivo atingiu 41,4% revelando que a reincidência é uma realidade a ser enfrentada. O vínculo/grau de parentesco do provável autor da agressão pertenceu ao grupo companheiro, em todos os tipos de violência, exceto
na sexual. O estupro constituiu-se na forma mais incidente de violência sexual, sendo realizada a profilaxia de DST (45,2%), HIV (44,7%), Hepatite B (30,8%) e contracepção de emergência (29,5%). O aborto legal foi necessário para 2,6% dos casos. A violência contra a mulher afeta aspectos físicos, econômicos, reprodutivos e comportamentais que podem contribuir na geração de doenças ou consequências fatais, extrapolando o âmbito da saúde e revelando a necessidade do cuidado ampliado e intersetorial.

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http://sociologico.revues.org/902

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Publicado

2022-06-12

Como Citar

1.
Vieira Carnevalle C, Gioia Schimidt TC, Antonio de Moraes M, Matsura Shirassu M, de Oliveira Valencich DM. Notificações de violências contra a mulher adulta no Estado de São Paulo em 2014. Bepa [Internet]. 12º de junho de 2022 [citado 28º de março de 2024];16(181). Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37697

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