Ocorrência da shigelose no Brasil: um problema de saúde pública

Autores

  • Naiady Konno Madela Instituto Adolfo Lutz
  • Elisabete Cardiga Alves Instituto Adolfo Lutz
  • Denise Fusco Marques Instituto Adolfo Lutz
  • Jacqueline Tanury Macruz Peresi Instituto Adolfo Lutz
  • Ivete Aparecida Zago Castanheira de Almeida Instituto Adolfo Lutz

Palavras-chave:

Surtos alimentares, Shigella spp., Shigelose

Resumo

A shigelose é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
como um dos principais problemas mundiais de saúde pública. O gênero
Shigella é formado por quatro espécies, Shigella dysenteriae, Shigella
flexneri, Shigella boydii e Shigella sonnei. O objetivo deste estudo foi
de caracterizar a shigelose como problema de saúde pública, realizandose estudo retrospectivo dos relatos de ocorrência de casos e surtos com
prevalência das espécies do gênero Shigella nas regiões geográficas do
Brasil; e de comparar estes dados com os de outros países desenvolvidos
e em desenvolvimento. Foram avaliados os dados da ocorrência de
shigelose no Brasil no período entre 1970 e 2013. A região sudeste
apresentou o maior número de relatos no Brasil, sendo S. sonnei como
a espécie prevalente. Nas regiões norte e nordeste foram observados
os maiores percentuais de morbidade da doença ocasionados, em sua
maioria, por S. flexneri. No período do estudo, S. flexneri foi a espécie
predominante no Brasil, seguida pela S. sonnei, S. dysenteriae e S. boydii.
A proporção de surtos por Shigella nos estudos referentes a diferentes
agentes etiológicos variou entre 1,4 a 19,4% com predominância de S.
sonnei, e esta espécie foi também responsável por 60% dos casos, nos
cinco relatos de surtos por Shigella. Foi encontrado apenas um relato na
região Sul e nenhum na região Centro-Oeste. A educação e a melhoria
das redes de serviços de saúde públicos podem auxiliar na redução da
incidência de shigelose, assim como as estratégias inovadoras como
o desenvolvimento de vacinas, poderiam proporcionar substanciais
benefícios à população.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

World Health Organization. Guidelines

for the control of shigellosis,

including epidemics due to shigella

dysenteriae type 1. Geneva; 2005.

Trabulsi LR, Alterthum F. Microbiologia.

ed. São Paulo: Atheneu, 2008.

Niyogi SK. Shigellosis. J.

microbiol. 2005;43(2):133-43.

Centers for Disease Control and

Prevention. Shigellosis outbreak

associated with an unchlorinated filland-drain wading pool - Iowa, 2001.

MMWR. 2001;50(37):797– 800.

Nygren BL, Schilling KA, Blanton

EM, Silk BJ, Cole DJ, Mintz ED.

Foodborne outbreaks of shigellosis

in the USA, 1998-2008. Epidemiol.

infect. 2013;141(2):233-41.

Trofa AF, Ueno-Olsen H, Oiwa R,

Yoshikawa M. Dr. Kiyoshi Shiga:

Discoverer of the dysentery bacillus.

Clin. infect. dis. 1999;29(5):1303-6.

Winn WJr, Allen S, Janda W, Koneman

E, Procop G, Schreckenberger P,

et al. Diagnóstico microbiológico:

texto e atlas colorido. 6. ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan; 2008.

Veronesi R, Focaccia R. Tratado de

Infectologia. São Paulo: Atheneu; 1996.

Erqou S, Teferra E, Mulu A, Kassu A.

A case of Shigellosis with Intractable

Septic Shock and Convulsions. Jpn.

j. infect. dis. 2007;60(5):314-6.

Levine OS, Levine MM. House flies

(Musca domestica) as mechanical

vectors of shigellosis. Rev. infect.

dis. 1991;13(4):688-96.

Centers for Diseases Control and

Preventions. Foodborne Diseases Active

Surveillance Network (FoodNet):

foodNet surveillance report for 2012

(final report). Georgia: Department of

Health and Human Services; 2014.

Naumova EN, Jagai JS, Matyas B,

DeMaria A Jr, MacNeill IB, Griffiths JK.

Seasonality in six enterically transmitted

diseases and ambient temperature.

Epidemiol. infect. 2007;135(2):281-92.

Nunes MRCM, Magalhães PP, Penna

FJ, Nunes JMM, Mendes EN. Diarrhea

associated with Shigella in children

and susceptibility to antimicrobials. J.

pediatr. (Rio J.). 2012; 88(2):125-8.

Levine MM, Kotloff KL, Barry

EM, Pasetti MF, Sztein MB. Clinical

trials of Shigella vaccines: two steps

forward and one step back on a long,

hard road. Nat. rev. microbiol.

;5(7):540–5

Barry EM, Pasetti MF, Sztein MB,

Fasano A, Kotloff KL, Levine MM.

Progress and pitfalls in Shigella vaccine

research. Nat. rev. gastroenterol.

hepatol. 2013;10(4):245–55.

Camacho AI, Souza-Rebouças J, Irache

JM, Gamazo C. Towards a non-living

vaccine against Shigella flexneri: from

the inactivation procedure to protection

studies. Methods. 2013;60(3):264-8.

Noriega FR, Liao FM, Maneval DR,

Ren S, Formal SB, Levine MM.

Strategy for cross-protection among

Shigella flexneri serotypes. Infect.

immun. 1999;67(2):782-8.

Ashkenazi S, Cohen D. An update

on vaccines against Shigella. Ther

Adv Vaccines. 2013;1(3):113–23.

Peirano G, Agersø Y, Aarestrup FM,

Rodrigues DP. Occurrence of integrons

and resistance genes among sulphonamideresistant Shigella spp from Brazil. J.

antimicrob. chemother. 2005;55(3):301-5.

Sousa MAB, Mendes EN, Collares GB,

Péret-Filho LA, Penna FJ, Magalhães

PP. Shigella in Brazilian children with

acute diarrhoea: prevalence, antimicrobial

resistance and virulence genes. Mem.

Inst. Oswaldo Cruz. 2013;108(1):30-5.

Pourakbari B, Mamishi S, Mashoori N,

Mahboobi N, Ashtiani MH, Afsharpaiman

S et al. Frequency and antimicrobial

susceptibility of Shigella species

isolated in Children Medical Center

Hospital, Tehran, Iran, 2001-2006.

Braz. j. infect. dis. 2010;14(2):153-7.

Peirano G, Souza FS, Rodrigues DP.

Frequency of serovars and antimicrobial

resistance in Shigella spp. Mem. Inst.

Oswaldo Cruz. 2006;101(3):245-50.

Cheasty T, Day M, Threlfall EJ.

Increasing incidence of resist¬ance

to nalidixic acid in shigellas from

humans in England and Wales. Clin.

microbial. infect. 2004;10(11):1033-5.

Chuang YY, Huang YC, Lin SY. Outbreak

of Shigella sonnei gastroenteritis

in Northeastern Taiwan. Pediatr.

infect. dis. j. 2006;25(1):92-4.

Khan E, Jabeen K, Ejaz M, Siddiqui

J, Shezad MF, Zafar A. Trends in

antimicrobial resistance in Shigella

species in Karachi, Pakistan. J. infect.

Dev. ctries. 2009;3(10):798-802.

Centers for Diseases Control and

Preventions. Preliminary FoodNet

Data on the Incidence of Infection with

Pathogens Transmitted Commonly Through

Food – 10 Sites. United States; 2004.

Miyagi K, Takegaki Y, Nakano T, Nakano

Y, Honda T, Sano K. Frequency of failure

to isolate Shigella spp. by the direct

plating technique and improvement of

isolation by enrichment in selenite broth.

Epidemiol. infect. 2001;127(2):375-9.

Alamanos Y, Maipa V, Levidiotou S,

Gessouli E. A community waterborne

outbreak of gastro-enteritis attributed

to Shigella sonnei. Epidemiol.

infect. 2000;125(3):499-503.

Arias C, Sala MR, Domínguez A,

Bartolomé R, Benavente A, Veciana P

et al. Waterborne epidemic outbreak of

Shigella sonnei gastroenteritis in Santa

Maria de Palautordera, Catalonia, Spain.

Epidemiol. infect. 2006;134(3):598-604.

Godoy P, Bartolomé R, Torres J, Espinet

L, Escobar A, Nuin C et al. Brote de

gastroenteritis por el consumo de agua de

suministro público causado por Shigella

sonnei. Gac. sanit. 2011;25(5):363-7.

Kapperud G, Rørvik LM, Hasseltvedt V,

Høiby EA, Iversen BG, Staveland K et

al. Outbreak of Shigella sonnei infection

Downloads

Publicado

2017-08-30

Como Citar

1.
Konno Madela N, Cardiga Alves E, Fusco Marques D, Tanury Macruz Peresi J, Zago Castanheira de Almeida IA. Ocorrência da shigelose no Brasil: um problema de saúde pública . Bepa [Internet]. 30º de agosto de 2017 [citado 28º de abril de 2024];14(164):1-19. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37823

Edição

Seção

Artigos de Revisão sistemática/metanálise

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)