Fatores de risco para óbito em pacientes que completaram o tratamento de tuberculose: um estudo de coorte
Palavras-chave:
Tuberculose., Mortalidade., Idoso., Peso corpóreo.Resumo
Introdução: É pouco conhecida a taxa de mortalidade dos pacientes que completaram o tratamento de tuberculose (TB). O objetivo deste estudo foi determinar a taxa de mortalidade pós-alta do tratamento de TB e os fatores associados. Método: Estudo de coorte retrospectivo realizado no município de Carapicuíba, SP. Todos os pacientes que completaram com sucesso o tratamento de TB pulmonar ou associado a extrapulmonar, entre 2000-2010, foram acompanhados até 31 de dezembro de 2012. Variáveis sócio-demográficas, comorbidades, sinais e sintomas, clínicas, equipamentos de saúde e acompanhamento do tratamento foram analisadas. A taxa de mortalidade foi calculada em pessoas-ano. Utilizou-se o teste de Log-Rank a partir de gráficos construídos com o método de Kaplan-Meier. Para os fatores associados ao óbito, os riscos proporcionais ajustados (HRajd) foram calculados em modelos de regressão múltipla de Cox hierarquizados. Resultados: 975 pacientes preencheram os critérios de inclusão e 49 (5,09%) óbitos foram identificados (798/100.000 pessoas-ano). Os fatores associados com significância estatística foram a faixa etária de 45 anos de idade ou mais (HRajd=5,23), a apresentação espontânea ao tratamento (HRajd=2,11) e a ausência de aumento de peso na fase de ataque do tratamento (HRajd=2,31). Conclusões: A identificação de grupos de risco pode ser beneficiada com os cuidados médicos e intervenções específicas em saúde pública.
Downloads
Métricas
Referências
Vieira AA, Ribeiro AS. Adesão ao tratamento da tuberculose após a instituição da estratégia de tratamento supervisionado no município de Carapicuíba, Grande São Paulo. J. Bras. Pneumol. 2011; 37(2): 223-31.
Millet JP et al. Predictors of death among patients who completed tuberculosis treatment: a population-based cohort study. PLos ONE. 2011; 6(9):e25315. doi:10.1371/journal.pone.0025315.
Davenport RJ. Year of birth effects in the historical decline of tuberculosis mortality: a reconsiderartion. Plos ONE. 2013; 8(12): e81797. doi:10.1371/journal.pone.0081797.
World Health Organization. Global tuberculosis report 2014. Geneva: WHO; 2014.
Setolim MA, Andreoni S, Vieira AA. Aspectos epidemiológicos e adesão ao tratamento de tuberculose segundo coinfecção do HIV em pacientes do programa de controle da tuberculose de município prioritário do estado de São Paulo. Rev. bras. pesq. saúde. 2015;17(1): 38-47.
Silveira JM, Sassi RAM, Netto ICO, Hetzel JL. Prevalência e fatores associados à tuberculose em pacientes soropositivos para o vírus da imunodeficiência humana em centro de referência para tratamento da síndrome de imunodeficiência adquirida na região sul do Rio Grande do Sul. J. bras. pneumol. 2006; 32(1):48-55.
Jamal LF, Moherdaui F. Tuberculose e infecção pelo HIV no Brasil: magnitude do problema e estratégias para o controle. Rev. saúde pública. 2007; 41(Supl. 1):104-10.
Feng JY et al. Initial presentations predict mortality in pulmonary tuberculosis patients: prospective observational study. PLoS ONE. 2011; 6(9):e23715. doi:10.1371/journal.pone.0023715.
Lin CH et al. Tuberculosis mortality: patients’ characteristics and causes. BMC infect dis. 2014; 14(5). DOI:10.1186/1471-2334-14-5.
Hinizdo E, Singh T, Churchyard G. Chronic pulmonary function impairment caused by initial and recurrent pulmonary tuberculosis following treatment. Thorax. 2000; 55: 32-38.
Dooley KE, Chaisson RE. Tuberculosis and diabetes mellitus: convergence of two epidemics. Lancet infect. dis. 2009; 9: 737-46. BEPA 2017;14(159):1-23 página 22 Fatores de risco para óbito em pacientes que completaram o tratamento de tuberculose: um estudo de coorte/Vieira AA e Andreoni S
Ministério da Saúde. Manual Técnico para o Controle da Tuberculose. Brasília, 2002. (Cadernos de Atenção Básica, nº 6).
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília, 2011.
Victora CG et al. The role of conceptual frameworks in epidemiological analysis: a hierarchical approach. Int. j. epidemiol.1997; 26: 224-7.
Costa CF, Cavalcante NJF. Evolução dos casos de coinfecção tuberculose/ HIV com cultura positiva após alta do tratamento de tuberculose. BEPA, Bol. epidemiol. paul. 2010; 7(73):4-10.
Cox H et al. Tuberculosis recurrence and mortality after successful treatment: impact of drug resistance. PloS med. 2006; 3 (10):1836-43.
Connolly C et al. Relapse and mortality among HIV-infected and uninfected patients with tuberculosis successfully treated with twice weekly directly observed therapy in rural South Africa. AIDS. 1999; 13:1543-7.
Vree M et al. Survival and relapse rate of tuberculosis patients who successfully completed treatment in Vietnam. Int. j. tuberc. lung dis. 2007; 11(4):392-7.
Vijay S et al. Treatment outcome and mortality at one and half year follow-up of HIV infected TB patients under TB control programme in a District of South India. PLos ONE. 2011; 6(7): e21008. doi:10.1371/journal.pone.0021008.
Carvalho JAM, Garcia RA. O envelhecimento da população brasileira: um enfoque demográfico. Cad. saúde pública. 2003; 19(3):725-33.
Pasarelli MCG et al. O processo do envelhecimento em uma perspectiva geriátrica. Mundo saúde. 1997; 21(4):208-12.
Ponzetto M et al. Risk factors in the elderly. Arch. Gerontol. Geriatric. 2002; 8 (supl):283-90.
Ramos LR. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos residentes em centro urbano: Projeto Epidoso, São Paulo. Cad. saúde pública. 2003; 19(3):793-7.
Bierrenbach AL, Duarte EC, Gomes ABF, Souza MFM. Tendência da mortalidade por tuberculose no Brasil, 1980 a 2004. Rev. saúde pública. 2007; 41(Supl. 1):15-23.
Peralta YTG de, Forment AS, Sánchez EB, Mulet EDC, Smith NN. Recaída y factores de riesgo asociados em pacientes com tuberculosis em Santiago de Cuba (2002- 2008). Medisan. 2010; 14(8):1045-53.
Kayigamba FR et al. Adherence to tuberculosis treatment, sputum smear conversion and mortality: a retrospective cohort study in 48 Rwandan clinics. PloS ONE. 2013; 8(9): e73501. doi:10.1371/journal.pone.0073501.
Caylà JA et al. Tuberculosis treatment adherence and fatality in Spain. Respir. res. 2009; 10(121). doi: 10.1186/465-9921-10-121.
Goes VF et al. Avaliação do risco de disfagia, estado nutricional e ingestão calórica em idosos com Alzheimer. Rev. latinoam. enferm. 2014; 22(2):317-24.
Driver CR, Munsiff SS, Li J, Kundamal N, Osahan SS. Relapse in persons treated for drug-susceptible tuberculosis in a population with high coinfection with human immunodeficiency virus in New York city. Clin. infect. dis. 2001; 33(10):1747-55.
Jee SH, Golub JE, Jo J, Park IS, Ohrr H, Samet JM. Smoking and risk of tuberculosis incidence, mortality, and recurrence in South Korean men and women. Am. j. epidemiol. 2009; 170:1478-85.
Panjabi R, Comstock GW, Golub JE. Recurrent tuberculosis and its risk factors: adequately treated patients lung dis. 2007; 11(8): 828-37.
Batista JDL, Albuquerque MFPM de, Ximenes RAA, Rodrigues LC. Smoking increases the risk of relapse after successful tuberculosis treatment. Int. j. epidemiol. 2008; 37(4):841-51.
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Panorama da tuberculose no Brasil: indicadores epidemiológicos e operacionais. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.
Yen YF et al. Direct observed therapy reduces tuberculosis-specific mortality: a population-based study in Taipei, Taiwan. PloS ONE. 2013; 8(11):e79644. doi:10.1371/journal.pone.0079644.
Albuquerque MFPM de, et al. Risk factors associated with death in patients who initiated treatment for tuberculosis after two different follow up periods. Rev. bras. epidemiol. 2009; 12(4):513-22.
Perrechi MCT, Ribeiro SA. Desfechos de tratamento de tuberculose em pacientes hospitalizados e não hospitalizados no município de São Paulo. J. bras. pneumol. 2011; 37(6):783-90.
Hino P et al. Série histórica da mortalidade por tuberculose no Brasil. Rev. latinoam. enferm. 2007; 15(5):936-41.
Chaimowicz F. Os idosos brasileiros no século XXI: problemas, projeções e alternativas. Rev. saúde pública. 1997; 31(2):184-200.
Jorge MHPM, Laurenti R, Lima-Costa MF, Gotlieb SLD, Filho Ciavegatto ADP. A mortalidade de idosos no Brasil: a questão das causas mal definidas. Epidemiol. serv. saúde. 2008; 17(4):271-81.
Jung RS et al. Trends in tuberculosis mortality in the United states, 1990-2006: a population-based case-control study. Public Health Rep. 2010; 125:389-97.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Amadeu Antonio Vieira Antonio Vieira, Solange Andreoni
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
