Abstract
Este número do BEPA, atendendo a sua missão de divulgar em tempo real aspectos sanitários relevantes e atuais com que se defrontam os sanitaristas paulistas, contempla, entre seus artigos, “Dengue no Estado de São Paulo: situação epidemiológica da dengue e ações desenvolvidas em 2013”. Contrariando leituras mais tradicionais da teoria de transição epidemiológica, as doenças transmissíveis ocupam espaço importante na morbimortalidade que acomete as populações humanas. Os desafios são muitos, representados por novas entidades mórbidas e pelas novas velhas epidemias,* como é o caso da dengue, que se estabeleceu no Estado a partir de 1990/91. No artigo, cuja leitura é obrigatória para quem lida com a doença ou com aquelas de natureza infecciosa, traça-se um perfil detalhado sobre a ocorrência da dengue em 2013 e as respectivas ações desencadeadas. Como toda epidemia, implica a mobilização coordenada e integrada de todas as instâncias da saúde e a descrição feita revela as atividades desenvolvidas em cada uma delas, destacando-se o apoio prestado às diferentes regiões do Estado. Além das atividades próprias de cada uma das instâncias da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, registram-se os programas de capacitação e treinamento de pessoal oferecidos pelo nível central, procurando articular as esferas estaduais e municipais no controle da dengue. Este não é um trabalho simples, traduzido na característica da epidemia que atinge estrutura urbana muito distinta daquela do começo do século passado, com novos ingredientes e variáveis a desafiar os conhecimentos existentes. As ações descritas e operadas nos setores da Vigilância Epidemiológica, da Vigilância Sanitária, da Assistência, da Vigilância Laboratorial, do Controle Vetorial e da Comunicação e Mobilização constituem-se em elementos primorosos para a revisão continuada e permanente do planejamento e dos planos de controle. Assim, a constituição do Grupo Executivo de Dengue no Estado de São Paulo** é um dos fóruns ressaltados onde se propicia ambiente favorável para buscar entender do processo epidêmico e traçar as respectivas correções de planos e políticas. Não se pode, todavia, deixar de enfatizar o último dos aspectos salientados no artigo, qual seja a Comunicação e Mobilização. Em termos de mobilização a integração de membros dos diversos setores da sociedade associados aos setores governamentais é a resposta que se procura para dar conta da complexidade apresentada pela doença exigindo ações inter-setoriais. Do ponto de vista de comunicação, não obstante as campanhas estaduais, com significativa participação municipal, os resultados têm se mostrado igualmente difíceis e desafiadores. A leitura do artigo, assim como todo o material componente deste número do BEPA, espera-se possa contribuir para entender a epidemia e estimular nossos pesquisadores a desvendar os desafios postos, que não são exclusivos de nossa realidade, mas dizem respeito a este mundo, hoje globalizado, haja vista, no caso, que o vetor e o vírus não se restringem e nem respeitam fronteiras territoriais.
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Copyright (c) 2013 Moisés Goldbaum