Resumen
Nas Américas são descritas ao menos 12 espécies de lagartas do
gênero Lonomia. Destas, existem relatos de envenenamentos graves
por contato com lagartas L. obliqua e L. achelous, caracterizados por
síndrome hemorrágica, com coagulopatia de consumo, insuficiência
renal aguda e, em alguns casos, hemorragia intracraniana e morte.
No Brasil, o Instituto Butantan desenvolveu um antiveneno utilizando
como antígeno o extrato de cerdas de lagartas L. obliqua. No entanto,
esse antiveneno tem sido utilizado em outros países da América
do Sul, como Peru, Guiana Francesa, Venezuela e Colômbia, no
tratamento do envenenamento causado por Lonomia de outras
espécies. Na Colômbia, estudos realizados com as espécies L.
orientoandensis e L. casanarensis demonstraram que ambas
possuem toxinas com atividades potencialmente capazes de causar
acidentes característicos do lonomismo. Além destas lagartas, a L.
descimoni ainda não teve suas toxinas caracterizadas quanto às suas
atividades biológicas, ou a sua neutralização pelo soro antilonômico
produzido no Brasil, sendo este o objetivo desse trabalho. Foram
avaliadas as atividades coagulante, fosfolipásica, hialuronidásica e
desfibrinogenante, sempre comparando-se com as mesmas atividades
presentes no extrato obtido de lagartas L. obliqua. Foi também
determinado o reconhecimento imunológico e o poder neutralizante
do soro antilonômico. Os resultados demonstraram que o extrato de
L. descimoni possui ação coagulante, fosfolipásica e hialuronidásica,
porém significantemente menos intensas que as observadas no
extrato de L. obliqua. Além disso, o extrato de L. descimoni não possui
atividade fibrinolítica. Quanto à ação desfibrinogenante, o extrato
de L. descimoni foi capaz de induzir envenenamento experimental (AU...)
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Derechos de autor 2021 Isabelle Valle dos Anjos, Luis Roberto de Camargo Gonçalves