Resumen
A leishmaniose cutânea ou tegumentar é uma doença tropical negligenciada causada por protozoários de dois subgêneros (Leishmania e Viannia). Normalmente produz úlceras em diferentes partes do corpo como face, pernas, braços, e em grande número, causando sérios problemas psicológicos e sociais. Leishmania (Viannia) braziliensis apresenta considerável importância clínica e é considerada a principal espécie causadora da leishmaniose cutânea Americana (LCA) no Brasil. No Estado de São Paulo, LCA é uma doença reemergente provocando lesões tegumentares, que são associadas a metástases mucosas. Neste artigo de revisão discute-se a complexa interação entre a diversidade de espécies de Leishmania, vetores, reservatórios silvestres e urbanos em variados ambientes geográficos. Todos esses fatores aliados às formas de resposta do hospedeiro originam as distintas formas clínicas. Aborda-se também a complexidade de elementos que envolvem a transmissão da LCA, as diversas formas clínicas que a doença apresenta, bem como, as dificuldades em se estabelecer o diagnóstico preciso, a diversidade de perfis epidemiológicos, a distribuição dos vetores, dados ecopidemiológicos da doença, e os mecanismos de adaptação de L. (V.) braziliensis. Diferentes estudos que envolvem a epidemiologia molecular contribuíram para o entendimento da constante adaptação desse parasita a seus diversos hospedeiros. Este artigo de revisão foi elaborado com base em artigos científicos, livros e portais eletrônicos apontando ampla distribuição associada a tipos heterogêneos de transmissão. Diferentes estudos atribuem a variabilidade genética exibida por L. (V.) braziliensis como fenômeno responsável pela adaptação em infectar múltiplos hospedeiros e vetores, assim como habitar em diferentes regiões geográficas
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