Resumen
Diante da alta incidência de casos de tuberculose no mundo, principalmente em países com baixo desenvolvimento social, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, em 1994, a diretriz do Tratamento Diretamente Observado de Curto Prazo (DOTS), considerada como estratégia efetiva no controle da tuberculose. Em 1998 o DOTS começou a ser implantado no Brasil, priorizando cidades com altos índices de casos da doença, muitas pertencentes à Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). O objetivo deste trabalho foi estudar o comportamento epidemiológico da tuberculose frente à estratégia DOTS na RMSP, no período 2001 a 2008, por meio de um estudo descritivo e retrospectivo, fundamentado em análise quantitativa. Os dados dos 39 municípios da RMSP foram coletados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), no período de 2001 a 2008, nas variáveis: tipo de entrada, associação com HIV, em tratamento observado ou não e encerramento. As variáveis porcentagem de cura, abandono e incidência acumulada foram pontuadas e classificadas de acordo com a variação no período. Dos 39 municípios estudados, 56,41% foram classificados como boa evolução, 38,46% como estáveis e 5,13% como evolução ruim. Alguns municípios podem ter tido sua análise prejudicada pelo fornecimento de dados incompletos ao Sinan. A aplicação das políticas de saúde no controle da tuberculose está sujeita a uma infinidade de fatores que contribuem para a evolução positiva ou negativa do controle da doença.
Citas
Isemann MD. Tuberculose. In: Goldmann L, Ausiello D. CECIL - Tratado de Medicina Interna. Rio de Janeiro: Elsevier;2005. p. 2211-20.
World Health Organization. TB/HIV facts. [documento na internet]; 2008 [acesso em 25 Fev. 2009]. Disponível em: http://www.who.int/tb/challenges/hiv/tbhiv_facts08_en.pdf
World Health Organization. Tuberculosis and HIV [homepage na internet]. [acesso em 3 Fev. 2009]. Disponível em: http://www.who.int/hiv/topics/tb/en/index.html
Barroso EC, Mota RM, Morais MF, Campelo CL, Barroso JB, Rodrigues JL. Fatores associados aos tratamentos inadequados em grupo de portadores de tuberculose multirresistente. J.pneumol. 2003: 29(6)p. 350-7.
World Health Organization. Global Health Observatory Data Repository. [base de dados na internet]; S.l, 2013 [acesso em 11 Maio 2013]. Disponível em:http://apps.who.int/gho/data/node.main.620?lang=en
World Health Organization. Tuberculosis profile Brazil. [Online].; 2011 [acesso em 11 Maio 2013]. Disponível em: http://www.who.int/tb/country/data/profiles/en/
World Health Organization. The stop TB strategy - Building on and enhancing DOTS to meet the tb-related millennium development goals.; 2006 [acesso em 13 Dez. 2009]. Disponível em: www.who.int/tb/publications/2006/stop_tb_strategy.pdf
Arcêncio RA. A organização do tratamento supervisionado nos municípios prioritários do Estado de São Paulo [dissertação de mestrado]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem da USP; 2005 [acesso em 9 Maio 2013]. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-22022006-164804
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa nacional de controle da tuberculose. Brasília (DF), 1998.
Ruffino-Neto A, Souza AM. Reforma no setor da saúde e controle da tuberculose no Brasil. Inf. Epidemiol. SUS. 1999: 8(4) 35-51.
Ruffino-Neto A. Impacto da reforma do setor da saúde sobre os serviços de tuberculose no Brasil. Boletim de Pneumologia Sanitária 1999: 7 (1) 7-18.
Ruffino-Neto A. Programa de controle da tuberculose no Brasil: situação atual e novas perspectivas. Inf. Epidemiol. SUS. 2001: 10(3) 129-38.
Dalcolmo MP, Andrade MK, Picon PD. Tuberculose multirresistente no Brasil: histórico e medidas de controle. Rev. saúde pública. 2007: 42(suplemento 1) 34-42.
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa nacional de controle da tuberculose. Brasília (DF), 2004.
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Observatório das metrópoles: território, coesão e governança democrática. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional; 2008.
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. [homepage na internet]. [acesso em 20 Fev. 2010]. Disponível em: http://www.seade.gov.br/produtos/divpolitica/index.php?page=tabela&action=load&nivel=30
Sistema de Informações de Agravo de Notificação. [base de dados na internet]. Brasília; [acesso de 1 Ago a 31 Dez 2009]. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/index.php
Menezes AMB. Noções básicas de epidemiologia. [documento na internet]. (Epidemiologia das Doenças Respiratórias, 1). [acesso em 16 Mar 2014]. Disponível em: http://www.mpto.mp.br/static/caops/patrimonio-publico/files/files/nocoes-de-epidemiologia.pdf
Dye C, Hosseini M, Watt C. Public Health Reviews - Did we reach the 2005 targets for tuberculosis control? Bulletin Of The World Health Organization. 2007: 85(5); 364-7.
Chien JY, Tsou CC, Chien ST, Yu CJ, Hsueh PR. Direct Observation Therapy with appropriate treatment regimens was associated with a decline in second-line drug -resistant tuberculosis in taiwan. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 2013 Dec: 33(6); 941-8.
Gazetta CE, Vendramini SHF, Ruffino-Netto A, Oliveira MRC, Villa TCS. Estudo descritivo sobre a implantação da estratégia de curta duração diretamente observado no controle da tuberculose em São José do Rio Preto e seus impactos (1998-2003). J Bras Pneumol. 2007: 33 (2); 192-8.
Balabanova Y, Drobniewski F, Fedorin I, Zakharova S, Nikolayevskyy V, Atun R, et al. The Directly Observed Therapy Short-Course (DOTS) strategy in Samara Oblast, Russian Federation. Respir. Res. 2006: 7(44).
Marrone N, Solha MSS, Cruvinel MDC, Morrone Jr N, Freire JADS, Barbosa ZLDM. Tuberculose: tratamento supervisionado “Vs” tratamento auto-administrado. J Pneumol. 2009 Jul-Ago. 25(4).
Zutic H, Dizdarevic Z, Ustamujic A, Hadzimurtezic Z. More than ten years of DOTS in Bosnia and Herzegovina. Bosnian Journal Of Basic Medical Sciences. 2008: 8(1); 52-7.
Zwarenstein M, Schoeman JH, Vunule C, Lombard CJ, Tatley M. Randomised controlled trial of self-supervised and directly observed treatment of tuberculosis. The Lancet. 1998 Oct: 352 (9137); 1340-3.
Zwarenstein M, Schoeman JH, Vundule C, Lombard CJ, Tatley M. A randomised controlled trial of lay health workers as direct observers for treatment of tuberculosis. Int J Tuberc Lung Dis. 2000: 4(6); 550-4.
Walley JD, Khan MA, Newell JN, Khan MH. Effectiveness of the direct observation component of DOTS for tuberculosis: a randomised controlled trial in Pakistan. LANCET. 2001: 357(9257); 664-9.
Kamolratanakul P, Sawert H, Lertmaharit S, Kasetjaroen Y, Akksilp S, Talaporn C, et al. Randomized controlled trial of Directly Observed Treatment (DOT) for patients with pulmonary tuberculosis in Thailand. 1999: 93(5); 552-7.
Word Health Organization. The five elements of DOTS - Standardized Treatment, with supervision and patient support [homepage na internet]. 2014 [acesso em 19 Jan. 2014]. Disponível em: http://www.who.int/tb/dots/whatisdots/en/index2.html
Garner P. Editorial - Directly observed treatment for tuberculosis. BMJ. 2003 Out: 327; p. 823-4.
Omerod LP. Directly Observed Therapy (DOT) for tuberculosis: why, when, how and if? Thorax. 1999: 54 (Suplemento 2) p. 542-5.
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Derechos de autor 2014 Aline Santos Ibanes, Nivaldo Carneiro Junior Carneiro Junior