Resumen
A dengue se tornou endêmica no ambiente urbano brasileiro e se mostra de difícil combate, apesar de todos os esforços para a debelar. Enquanto o desenvolvimento de uma vacina tetravalente não se concretiza, a resposta técnica para enfrentá-la é o controle do Aedes aegypti mediante visitas periódicas dos agentes de controle de vetores a todas as edificações urbanas. Um estudo transversal foi realizado na região de Presidente Prudente, composta por 45 municípios, localizada a sudoeste do estado de São Paulo. O objetivo foi descrever as características dos domicílios visitados durante avaliação de densidade larvária, realizada pela Superintendência de Controle de Endemias, bem como algumas características dos responsáveis pela sua manutenção cotidiana, e relacioná-las com a presença de potenciais criadouros. A regressão logística (RL), considerando os recipientes existentes no imóvel como variável dependente e as características do domicílio e seu responsável como independentes, foi utilizada para estimar o risco de focos de Aedes aegypti. Entraram no modelo múltiplo final duas variáveis: a renda, indicando que quanto maior a renda menor o risco; e a ocupação do imóvel, sugerindo que os imóveis alugados representam menor risco. No entanto, essas associações foram de fraca intensidade. A ausência de associação sugere que poucos fatores socioeconômicos e culturais explicam a presença de criadouros nos domicílios desta região. A ampliação de pesquisas semelhantes em regiões com diferentes históricos epidemiológicos da doença podem apoiar o direcionamento das ações educativas e campanhas publicitárias.
Citas
Tauil PL. Urbanização e ecologia do dengue. Cad Saúde Pública. 2001; 17:99-102.
Penna MLF. Um desafio para a saúde pública brasileira: o controle do dengue. Cad Saúde Pública. 2003;19(1):305-9.
Superintendência de Controle de Endemias. Normas e recomendações técnicas para vigilância e controle do Aedes aegypti no Estado de São Paulo. São Paulo; 2002.
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Portaria nº 29 de 11 de julho de 2006. Define parâmetros que caracteriza situação de iminente perigo à saúde pública pela presença do mosquito transmissor da dengue. Diário Oficial da União. 12 jul 2006; seção 1:64.
Chiaravalloti Neto F. Conhecimentos da população sobre dengue, seus vetores e medidas de controle em São José do Rio Preto, São Paulo. Cad Saúde Pública. 1997;13(3):447-53.
Chiaravalloti Neto F, Moraes MS, Fernandes MA. Avaliação dos resultados de atividades de incentivo à participação da comunidade no controle da dengue em um bairro periférico do Município de São José do Rio Preto, São Paulo, e da relação entre conhecimentos e práticas desta população. Cad Saúde Pública. 1998 Supl.2 14:101-9.
Chiaravalloti VB, Morais MS, Chiaravalloti Neto F, Conversani DT, Fiorin AM, Barbosa AAC et al. Avaliação sobre a adesão às práticas preventivas do dengue: o caso de Catanduva, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2002; 18(5):1321-9.
Donalisio MR, Alves MJCP, Visockas A. Inquérito sobre conhecimentos e atitudes da população sobre a transmissão do dengue - região de Campinas São Paulo, Brasil – 1998. Rev Soc Bras Med Trop. 2001;34(2):197-201.
Oliveira RM. A dengue no Rio de Janeiro: repensando a participação popular em saúde. Cad Saúde Pública. 1998;14(2):69-78.
Oliveira RM, Valla VV. As condições e as experiências de vida de grupos populares no Rio de Janeiro: repensando a mobilização popular no controle do dengue. Cad Saúde Pública. 2001 Supl 17:77-88.
Chiaravalloti Neto F, Costa AIP, Moura MSA, Soares MRD, Pereira FC, Battigaglia M, Aragão FJOS. Avaliação de ações municipais de combate a vetores da dengue na região de São José do Rio Preto, São Paulo, 1989 a 1995. Rev Soc Bras Med Trop. 1999;32(4):357-62.
Silva JA. Gestão de recursos hídricos e sistemas de informações geográficas: contribuições para a organização socioespacial do Pontal do Paranapanema
Alves MCGP, Gurgel SMG, Almeida MCRR. Plano amostral para cálculo de densidade larvária de Aedes aegypti e Aedes albopictus no Estado de São Paulo, Brasil. Rev Saúde Pública. 1991;25(4):251-6.
Hosmer DW, Lemeshow S. Applied logistic regression. 2.ed. New York: John Wiley & Sons; 2000.
Antunes JLF. Condições socioeconômicas em saúde: discussão de dois paradigmas. Rev Saúde Pública [periódico na internet]. 2008 [acesso em 12 abr 2012];42(3):[Epub10- Abr-2008] Disponível em: http://www.scielo. br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 89102008000300025&lng=pt&nrm=iso&tln g=pt&ORIGINALLANG=pt
Borja-Aburto VH. Estudios ecológicos. Salud Pública Méx. 2000;42(6):533-8.
Boing AF, Peres MA, Kovaleski DF, Zange SE, Ferreira JLA. Estratificação socioeconômica em estudos epidemiológicos de cárie dentária e doenças periodontais: características da produção na década de 90. Cad Saúde Pública. 2005;21(3):673-8.
Mondini A, Chiaravalloti Neto F. Variáveis socioeconômicas e a transmissão de dengue. Rev Saúde Pública. 2007;41(6):923-30.
Ferreira AC, Chiaravalloti Neto F. Infestação de área urbana por Aedes aegypti e relação com níveis socioeconômicos. Rev Saúde Pública. 2007; 41(6):915-22.
Flauzino RF, Souza-Santos R, Oliveira RM. Dengue, geoprocessamento e indicadores socioeconômicos e ambientais: um estudo de revisão. Rev Panam Salud Publica. 2009;25(5):456-61. – SP. [tese de doutorado]. Presidente Prudente: Departamento de Geografia da Faculdade Ciência e Tecnologia da UNESP; 2006.
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Derechos de autor 2013 Umberto Catarino Pessoto, Marcia Moreira Holcman, Gerson Laurindo Barbosa