Resumen
O Brasil possui extensa área endêmica para febre amarela silvestre (FAS), na qual ocorrem, anualmente, casos da doença em indivíduos não vacinados que entram em contato com o ciclo natural. No Noroeste do Estado de São Paulo a vacinação contra a febre amarela (FA) é recomendada na rotina, uma vez que há circulação esporádica do vírus naquela região. Entre fevereiro e abril de 2009, São Paulo registrou 25 casos de FAS em cinco municípios localizados fora da área de recomendação de vacinação. Esse fato levou à ampliação da área de recomendação de vacinação contra FA. Buri foi o último município incluído, sendo importante realizar inquérito de cobertura vacinal e avaliar a possível ocorrência de eventos adversos à vacina. A prevalência esperada de sintomas leves pós-vacinação é muito variável, dependendo de fatores intrínsecos de cada população, existindo poucos estudos de referência. Foi aplicado questionário semiestruturado, em zona urbana (ZU) e zona rural (ZR) de Buri, no período de 26 a 29 de abril de 2009. Na ZU realizou-se amostragem aleatória simples de 218 indivíduos; na ZR foram amostrados 256 indivíduos residentes em sete bairros de referência. A cobertura vacinal foi de 94,9% na ZU e 98,4% na ZR, sendo, portanto, inferior ao preconizado pelo Ministério da Saúde (100%). Observou-se uma prevalência de indivíduos com pelo menos algum sintoma pós-vacinação de 38,6% na ZU e 36,9% na ZR. Os sintomas febre (ZU = 15,6% e ZR = 14,3%), cefaléia (ZU = 20,6% e ZR = 27,0%) e mialgia (ZU = 26,1% e ZR = 24,6%) apresentaram prevalência acima do esperado. Foi observada alta prevalência de diarréia (ZU = 6,9% e ZR = 12,3%) e vômito (ZU = 3,2% e ZR = 10,7%), sintomas incomuns. Assim, faz-se importante avaliar sintomas gastrointestinais como possíveis eventos adversos relacionados à vacina 17DD de FA e realizar mais estudos relacionados a eventos adversos leves à vacina de FA em populações em situações reais.
Citas
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