Resumen
Com esta edição, o Boletim Epidemiológico Paulista, o Bepa, completa seu primeiro ano de existência. São 12 números nesse primeiro ano, todos saindo na última sexta-feira do mês, sem falta. Sem dúvida um motivo para comemorar, nunca a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES) pôde contar com um boletim epidemiológico tão regular e de tão boa qualidade. O resultado de um esforço coletivo de muitos, mas um destaque deve ser dado à equipe que cuida da sua edição, altamente profissional. Este número apresenta dois artigos que merecem destaque. Um reflete o amadurecimento do sistema de vigilância epidemiológica, relatando um surto de eritema infeccioso (infecção pelo parvovírus B19) na região de São José do Rio Preto. Mais uma investigação epidemiológica com a participação da primeira turma do EPI-SUS paulista, o curso de formação em epidemiologia que a SES implantou conjuntamente com a Faculdade de Saúde Pública da USP , o com a colaboração do Ministério da Saúde e do CDC dos EUA. Outro é o relato preliminar dos resultados de um estudo de dois anos em Andradina, região noroeste do estado, avaliando o impacto—trata-se de um estudo de efetividade—do emprego de coleiras impregnadas com deltametrina em cães para o controle da transmissão da leishmaniose visceral americana (LVA). Os resultados são animadores, abrindo a possibilidade de se alcançar o controle da LVA sem recorrer ao sacrifício dos cães infectados, medida desumana e de efetividade questionável. Associada às ações de controle da população canina, atualmente sendo avaliadas na mesma região, a SES vislumbra poder controlar a LVA no Estado. São muitos aspectos para comemorar, inclusive a readequação administrativa da SES, ora em curso, que deverá facilitar a cooperação entre os diferentes serviços responsáveis pela vigilância e controle dos agravos e doenças. Infelizmente, há algo a lamentar. Nesse mês de dezembro a saúde pública perdeu um de seus grandes pesquisadores e batalhadores, o Dr. Diltor Opromolla, sem dúvida uma das maiores autoridades em hanseníase da atualidade, não somente no Brasil. O Dr. Opromolla foi um dos responsáveis pela transformação de um antigo hospital-colônia de lepra num dos principais institutos de pesquisa em hansenologia do país. Sua ausência será sentida, mas continuará presente entre nós.
Luiz Jacintho da Silva
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