Acidentes ofídicos atendidos na cidade de Sorocaba - São Paulo, Brasil

Autores

  • Bruna Marzullo Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
  • Solange Maria Leite Ismerim Prefeitura de Sorocaba
  • Marcos Vinicius da Silva Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.57148/bepa.2022.v.19.37553

Palavras-chave:

serpentes, cobras, animais peçonhentos, acidentes ofídicos

Resumo

Resumo: Os acidentes ofídicos humanos são um importante problema de saúde pública nas áreas tropicais. Na região de Sorocaba, São Paulo, Brasil, ocorre o mesmo. Com o objetivo de se conhecer as características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais dos acidentes atendidos na cidade de Sorocaba foi realizado o presente estudo, no período de 2013 a 2017. Metodologia: Estudo epidemiológico descritivo e transversal com dados obtidos das Fichas de Notificação Epidemiológica. Resultados: Foram notificados 158 (75,3%) acidentes atribuídos às serpentes do gênero Bothrops sp, 20 (9,5%) por Crotalus sp, 2 (1,0%) por Elapidae sp, 11 (5,2%) não peçonhentas e 19 (9,0%) sem identificação, totalizando 210 pacientes. Desses, 133 (63,3%) vítimas eram do sexo masculino e 77 (36,7%) feminino, cujas faixas etárias variaram entre menores de 1 ano até 90 anos. Em 138 (65,8%) pacientes o acidente ocorreu na zona urbana, em 40 (19,0%) na rural e em 3 (1,4%) na periurbana. Em 159 (75,7%) casos o acidente foi notificado como de trabalho; 71 (64,6%) acidentados tinham baixa escolaridade, ensino fundamental incompleto. Os sintomas decorrentes do envenenamento ocorreram em 191 (91%) pacientes e 3 (1,4%) adultos morreram. O intervalo de tempo transcorrido entre o acidente e o atendimento em 109 (52%) casos foi igual ou menor que três horas; em 42 (23,2%) maior que três até doze horas; e em 29 (16,6%) maior que 12 horas. A alteração no tempo de coagulação ocorreu em 98 (46,7%) pacientes. No tratamento foram utilizadas 1.309 ampolas de soro antipeçonhento. Conclusão: O ofidismo é importante agravo de saúde pública na região de Sorocaba, acometendo mais crianças na faixa etária entre 0 e 10 anos e maior letalidade quando comparado a outras regiões brasileiras...(AU)

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Albuquerque PLMM, Silva JGB, Jacinto CN, Lima CB, Lima JB, Veras MSB, Daher E. Epidemiological profile of snakebite accidents in a

metropolitan area of northeast Brazil. Rev Inst Med Trop São Paulo, 2013;55(5):347-51.

Warrell DA. Guidelines for the management of snake-bites. World Health Organization: Geneva, Switzerland; 2010. p. 162.

Gutiérrez JM, Theakston RDG, Warrell DA. Confronting the neglected problem of snake bite envenoming: The need for a global partnership. PLoS Med, 2006;3(6), e150.

World Health Organization. Snakebite envenoming. Genebra: 17 May 2017. Available:

https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/snakebite-envenoming

Ministério da Saúde alerta para os impactos dos acidentes relacionados às picadas de cobra [internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 19 Sep 2021 [access in 19 Nov. 2021]. Available:

https:// www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2021-1/setembro/ministerio-da-saude-alerta-para-os-impactos-dos-acidentes-relacionados-as-picadas-de-cobras

Graciano SA, Coelho MJ, Teixeira AO, Silva Júlio CS, Pereira SRM, Fernandes RTP. Perfil epidemiológico dos acidentes ofídicos em homens. Rev Enf Ref, 2013;serIII(10):89-98.

Feitosa RFG, Melo IMLA, Monteiro HSA. Epidemiologia dos acidentes por serpentes peçonhentas no Estado do Ceará – Brasil. Rev Soc Bras Med Trop, 1997;30(4):295-301.

Sevilla-Sánchez MJ, Mora-Obando D, Calderón JJ, Guerrero-Vargas JA, Ayerbe-Gonzáles S. Snakebite in the departamento of Nariño, Colombia: A restrospective analysis, 2008-2017. Biomedica, 2019;39(4):715-36.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Conheça cidades e estados do Brasil [internet]. Rio de Janeiro, 2018 [access: 28 Nov. 2021]. Available: https://cidades.ibge.gov.br/

Brasil. Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Situação epidemiológica [internet]; [published in 28 Nov. 2017; updated in 1 Feb. 2018]. [accesso: 28 Nov. 2021]. Informe epidemiológico Animais Peçonhentos; [5]. Available: http://portalarquivos2.saude. gov.br/images/pdf/2016/maio/20/Informe-Epidemiol--gico-animais-pe--onhentos---.pdf

Ministério da Saúde. Acidentes por animais peçonhentos – Serpentes [internet]. [published in 2 May 2017; updated in 1 Feb. 2018].

[access: 28 Nov. 2021]. Available: http://portalms.saude.gov.br/ saude-de-a-z/acidentes-por-animais-peconhentos-serpentes

Machado C, Lemos ERS. Ofidismo no estado do Rio de Janeiro, Brasil (2007 –2013). Rev Ele Estácio Saúde [internet]; 2016 [access: 28 Nov. 2021]; 5(2):67-77. Available: http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/article/view/2510

Silva PLN, Costa AA, Damasceno RF, Oliveira Neta AI, Ferreira IR, Fonseca ADG. Perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos notificados no Estado de Minas Gerais durante o período de 2010-2015. Sustinere, 2017;5(2):199-217.

Lemos JC, Almeida TD, Fook SML, Paiva AA, Simões MOS. Epidemiologia dos acidentes ofídicos notificados pelo Centro de Assistência e Informação Toxicológica de Campina Grande. Rev Bras Epidemiol, 2009; 12(1):50-9.

Ribeiro LA, Jorge MT. Acidente por serpentes do gênero Bothrops: série de 3.139 casos. Rev Soc Bras Med Trop. 1997;30(6):475-80.

Ministério da Saúde. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2ª ed. Brasília: Fundação Nacional de Saúde; 2001.

Pinho FMO, Pereira ID. Ofidismo. Rev. Assoc. Med. Bras. 2001; 47(1):24-9.

Silva FD, Puorto G, Smith WS. Inventário das serpentes do Parque Natural Municiapal Corredores da Biodiversidade de Sorocaba-PNMCBio, SP, Brasil. J Health Sci Inst. 2016;34(1):7-10.

Oliveira JS, Campos JÁ, Costa DM. Acidentes por animais peçonhentos na infância. J. Pediatr. 1999;75(Supl.2):S251-S258.

Martins BF, Campos APS, Seleghim MR, Ballani TSL, Tavares EO, Oliveira MLF. Acidentes por serpentes (Bothrops spp e Crotallus spp) em crianças. Rev Rene. 2012;13(3):693-703.

Moreira JPL, Oliveira BLCA, Muzi CD, Cunha CLF, Brito AS, LuizRR. A saúde dos trabalhadores da atividade rural no Brasil. Cad. Saúde Pública, 2015;31(8):1698-708.

Segura A, Herrera M, Villalta M, Vargas M, Gutiérrez JM, León G. Assessment of snake antivenom purity by comparing physicochemical and immunochemical methods. Biological. 2013;41(2):93-7.

Dourado FS, Alves RV, Pereira LRM, Costa VM, Croda JHR. Acidentes por animais peçonhentos. Bol Epidemiol [internet]. Sep. 2019 [access: 15 Sep. 2021];50(n.esp.):81-3. Available: http://www. saude.gov.br/ boletins-epidemiologicos

Sanhajariya S, Duffull SB, Isbistes GK. Pharmacokinectics of snake venom. Toxins. 2018;10(73):1-21. Doi:10.3390/toxins 10020073.

Potet J, Beran D, Ray N, Alcoba G, Habib AG, Iliyasu G, Waldemann B, Ralph R, Faiz MA, Monteiro WM, Sachett JAG, Fabio JL, Cortés MA et al. Access to antivenoms in the developing world: A multidisciplinary analysis. Toxicon X. 2021;12:100086. doi: 10.1016/j.toxcx.2021.100086.

Publicado

2022-05-19

Como Citar

1.
Marzullo B, Maria Leite Ismerim S, Vinicius da Silva M. Acidentes ofídicos atendidos na cidade de Sorocaba - São Paulo, Brasil. Bepa [Internet]. 19º de maio de 2022 [citado 28º de março de 2024];19:1-40. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37553

Edição

Seção

Artigo Original