Resumo
Mesmo sendo reconhecida a importância da leishmaniose visceral (LV) no Brasil, a diversidade genética de Leishmania (Leishmania) infantum ainda é pouco estudada. Desta forma, o uso de marcadores microssatélites torna-se uma ferramenta importante para o estudo de genótipos de Leishmania em regiões endêmicas. O objetivo do presente estudo foi determinar o perfil genotípico de isolados de L. infantum provenientes de duas regiões do Estado de São Paulo (SP) analisando regiões hipervariáveis do DNA com marcadores moleculares microssatélites dinucleotídeos. Este estudo visa contribuir com informações sobre as possíveis origens dos parasitas, bem como a introdução e propagação da LV neste Estado. A genotipagem foi realizada com um conjunto de 17 marcadores microssatélites e o DNA foi extraído a partir de 250 amostras coletadas de cães diagnosticados com LV. Do total de amostras, 112 (45%) foram genotipadas: 67 da região noroeste (NWSP) e 29 da região sudeste (SESP) de SP. Os resultados foram comparados com outras 16 amostras do Estado de Mato Grosso do Sul (MS) que faz fronteira com NWSP. Embora uma pequena parte das amostras tenha sido genotipada, foi possível genotipar múltiplos loci utilizando pequenas quantidades de DNA de Leishmania extraídos diretamente a partir de tecidos de cães. Apesar de 33 genótipos diferentes terem sido detectados, um baixo polimorfismo foi encontrado nas amostras estudadas com somente 10 loci polimórficos. No presente estudo foram detectadas duas populações principais que circulam em SP com grande diferenciação genética. A POP-A é composta por amostras de SESP e NWSP. A outra pertence à população principal encontrada em MS (POP-B). A maioria dos genótipos dos parasitas de MS (93,75%) pertence à POP-B, com apenas uma amostra (6,25%) agrupada na POP-A. A POP-B também é composta por 10,34% das amostras de SESP e 26,87% de NWSP. Além de uma amostra de MS, a POP-A é composta por 73,13% de NWSP e 89,66% das amostras SESP. Todos estes dados em conjunto contribuem para a detecção do perfil genético de populações de L. infantum no Estado de SP.
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Copyright (c) 2016 Gabriela Motoie, Vera Lucia Pereira Chioccola (orientadora)