Resumo
Este trabalho tem como objetivo determinar a frequência e riqueza de culicídeos adultos nos ambientes intradomiciliar e peridomiciliar em imóveis de área urbana, com ênfase em Ae aegypti, em município endêmico de dengue, São Sebastião, Litoral Norte do Estado de São Paulo, Brasil. As coletas foram realizadas entre fevereiro de 2011 a fevereiro de 2012, por mei de puçá e capturador elétrico portátil movido à bateria nos ambientes intra e peridomiciliar dos imóveis. Resultados: Foram coletados 8.667 indivíduos distribuídos em 7 gêneros e 17 espécies. As espécies mais frequentes foram Cx. quinquefasciatus (81,85%), Ae. aegypti (15,13%) e Ae scapularis (1,26%). Segundo o ambiente estudado Cx. quinquefasciatus e Ae. aegypti foram mais abundantes no intra e Ae. scapularis teve distribuição semelhante nos ambientes estudados. Já os machos de Cx. quinquefasciatus e Ae. scapularis apresentaram tendência em serem mais frequentes no peri e as fêmeas mais abundantes no intra.Foram capturados 1.320 adultos, 1.311 Ae. aegypti e 9 Ae. albopictus. A frequência de 5 fêmeas e 4 machos Ae. albopictus impossibilitou avaliação mais detalhada. Foram coletadas 658 fêmeas e 653 machos Ae. aegypti, ambos mais abundantes no intradomicílio. Do total de imóveis positivos, aproximadamente 85 % apresentaram até 2 fêmeas de Ae. aegypti. O Indice Predial de Adulto (IPA) sugeriu baixa dispersão entre os quarteirões. A média do Indice de densidade de adulto (IDA) revelou a densidade de 1,60 fêmea/casa. O Indice de Femea por Morador (IFM) foi de 0,42 fêmea/ morador. O número de fêmeas de Ae. aegypti capturadas no intra e peri tiveram associação com o número de moradores, sendo esta maior no intradomicilio. A elevada abundância de Cx. quinquefasciatus, Ae. aegypti e Ae. scapularis adultos em área urbana de São Sebastião, litoral norte do Estado de São Paulo sugerem possibilidade de transmissão de agentes patogênicos de importância epidemiológicas. Tal aspecto aponta para medidas de vigilância para a prevenção de arboviroses. A proporção de fêmeas Aedes aegypti no intradomicílio foi maior, reiterando-a como espécie endófila e endofágica. A forte associação entre número de fêmeas de Ae. aegypti e variáveis abióticas refletem sua influência nos níveis de infestação. O número de fêmeas Ae. aegypti encontrados sugerem baixa densidade vetorial, pois na maioria dos imóveis residências e não residenciais positivos foram registradas a presença de até 02 fêmeas dessa espécie. Isso posto reitera-se a necessidade de estudos com mosquitos adultos fêmeas pois além de propiciar informações sobre sua bioecologia constitui ferramenta importante para o controle de vetores.
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Copyright (c) 2015 Marianni de Moura Rodrigues, Gisela Rita Alvarenga Monteira Marques (orientadora)