Resumo
Muitos medicamentos manipulados comercializados como “naturais” para o tratamento de dores são livremente vendidos no país. Entretanto, os padrões de qualidade e segurança destes produtos, estabelecidos pela legislação vigente, nem sempre são satisfatórios. Erros na rotulagem, assim como fraudes por adição de substâncias não declaradas nas formulações são frequentes nas amostras encaminhadas ao Centro de Medicamentos, Cosméticos e Saneantes do Instituto Adolfo Lutz. Este trabalho descreve um levantamento sobre a presença de glicocorticóides e piroxicam em produtos magistrais contendo formulações naturais de plantas utilizadas no tratamento de dores de coluna, artrites e tendinites. Foi detectada a presença de corticóides e/ou piroxicam em sete de vinte e cinco amostras analisadas entre 2004 e 2010, o que indica uma situação de alerta em se tratando de medicamentos manipulados que não deveriam constar indicações terapêuticas.
Referências
Veiga Jr VF, Pinto AC, Maciel MAM. Plantas Medicinais: cura segura? Quím. Nova 2005; 28(3): 519-28.
Maciel MAM, Pinto AC, Veiga Jr VF, Grynberg NF, Echevarria A. Plantas Medicinais: a Necessidade de Estudos Multidisciplinares. Quím. Nova 2002, 25(3): 429-38.
Torigoe DY, Laurindo IMM. Artrite Reumatóide e Doenças Cardiovasculares. Rev Bras Reumatol 2006; 46(1):60-6.
Korolkovas A, Burckhalter JH. Química Farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; p. 684-91, 1982.
Schimmer BP, Parker KL. Adrenocorticotropic hormone; adrenocortical steroids and their synthetic analogs; inhibitors of the synthesis and actions of adrenocortical hormones. In: Brunton LL, Lazo JS, Parker KL, editores. Goodman & Gilman's - The Pharmacological basis of therapeutics 11th ed. New York: McGraw-Hill; 2007. p. 1587-612.
Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde. Prevenção e combate à falsificação e fraude de medicamentos: uma responsabilidade compartilhada. Série medicamentos e outros insumos essenciais para saúde. Brasília, 2005. [acesso em dez 2010]. Disponível em: http://www.opas.org.br/medicamentos/ site/UploadArq/HSE_PRE_FAL_0305.pdf.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O que devemos saber sobre medicamentos. Brasília, 2010 [acesso em nov 2010]. Disponível em: http://www.sbrafh.org.br/ documentos/Cartilha%20ANVISA.pdf.
Lima TM, Pinheiro TC, Pinheiro TC, Rolim L, Oliveira BP. A falsificação de medicamentos direcionados a disfunção erétil no Brasil. V CONNEPPI [texto de conferência na internet]. Maceió; 2010. [acesso em nov 2010]. Disponível em: http://connepi.ifal.edu.br/ocs/index.php/ connepi/CONNEPI2010/paper/viewFile/ 1533/733 [2010 nov 30].
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Fórum discute estratégias de combate à falsificação de Medicamentos. Rev Saúde Pública [informe técnico institucional na internet]. 2004; 38(5): 748-9. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/ v38n5/21770.pdf.
Oliveira EA de, Labra MA, Bermudez J. A produção pública de medicamentos no Brasil:uma visão geral. Cad. Saúde Pública [periódico na internet]. 2006;22(11):2379-89. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/csp/ v22n11/12.pdf.
Yano, H.; Auricchio, M. T. Digitoxina: superdosagem em medicamento manipulado. Rev. Inst. Adolfo Lutz 64(2): 273-5, 2005.
Markman BEO, Auricchio, MT; Batistic MA Detecção da presença de corticosteróides em preparações farmacêuticas alternativas utilizadas em tratamento de asma brônquica e bronquites. Rev. Inst. Adolfo Lutz 53 (1/2): 37-40,1993.
Yano HM, Santos AP, Bugno A, Auricchio MT. Pesquisa de anorexígenos e benzodiazepínicos em formulações emagrecedoras e avaliação de rotulagem, em análises da Seção de Farmacognosia do Instituto Adolfo Lutz no período de junho de 2004 a março de 2007. Rev. Inst. Adolfo Lutz 67 (1):78-82, 2008.
de Carvalho LM, Martini M, Moreira APL, de Lima APS, Correia D, Falcão T et al. Presence of synthetic pharmaceuticals as adulterants in slimming phytotherapeutic formulations and their analytical determination.Forensic Science International 204 (1-3):6-12, 2011.
Bogusz MJ, Hassan H, Al-Enazi E, Ibrahim Z, Al-Tufail M. Application of LC-ESI-MS-MS for detection of synthetic adulterants in herbal remedies. J. Pharmaceut. Biomed. Anal. 41(2): 554-64, 2006.
Exebio LEM, Rodríguez J, Sayritupac F. Los medicamentos falsificados em Perú. Rev. Panam Salud Publica. 27(2):138-141, 2010.
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 71, de 22 de dezembro de 2009, publicada no D. O. U. Seção I, 23;12/2009, que estabelece as regras para rotulagem de medicamentos. Brasília; 2009.
Brasil. Resolução RDC no 67 de 08 outubro 2007 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Dispõe sobre Boas Práticas de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 09 out. 2007. Disponível em http://e-legis.bvs.br/ leisref/public/showAct.php.
Brasil Lei Federal n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990. Código Defesa do Consumidor. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, v. 128, n.º 176, supl., p. 1, 12 set. 1990.
Moffat AC, editor. Clarke's isolation and identification of drugs. 2nd ed. London: The Pharmaceutical Press; 1986, 1223p.
U.S. Pharmacopeia, 32a ed. Rockville: United States Pharmacopeial Convention, 2009. 22. British National Formulary, 60,UK:Royal Pharmacopeial Society. September 2010.Piroxicam.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2011 Helena Miyoco Yano, Rita Cristina Agostinho Guardia, Fernanda Fernandes Farias, Ana Paula Santos, Mariangela Tirico Auricchio