Resumo
O objetivo do estudo foi avaliar alguns fatores clínicos e laboratoriais para o prognóstico de leptospirose no município de São Paulo, em 2005. Os dados foram obtidos a partir do banco do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), da Divisão de Zoonoses, do Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”. A análise mostrou uma associação significativa entre o óbito e a presença de insuficiência respiratória, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e manifestações hemorrágicas, não apresentando relação com o aparecimento de meningite. As alterações nos exames bioquímicos sangüíneos significativos para óbito por leptospirose foram: uréia > 50 mg/dL, creatinina >1,3 mg/dL e contagem de plaquetas inferior a 100.000 mm3. Não houve associação com o nível de potássio, bem como sintomas comuns da leptospirose, como febre, cefaléia, mialgia, exceto a ictérica. As limitações do estudo foram, dentre outras, as dificuldades de informações das variáveis no banco de dados e a falta de uniformidade na coleta e na entrada de dados no banco. Entretanto, alguns resultados encontrados reforçam dados da literatura, o que torna importante a utilização do banco do Sinan para estudos clínico-epidemiológicos. Há necessidade de pesquisas mais aprofundadas sobre avaliação de prognóstico em doenças infecciosas agudas, bem como o aprimoramento de sua metodologia científica. É importante a identificação de pacientes com risco aumentado de pior prognóstico, uma vez que a instituição do tratamento precoce e adequado pode evitar óbitos desnecessários em indivíduos jovens. Devemos, também, lembrar das medidas de prevenção e controle para evitar o contato da população com a urina de animais infectados, reduzindo assim a incidência da doença na população.
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