Tolerância de Mycobacterium abscessus subsp. bolletii a desinfetantes de alto nível
PDF

Palavras-chave

micobactérias de crescimento rápido
tolerância a desinfetantes
desinfetantes de alto nível
Mycobacterium abscessus subsp. bolletii

Como Citar

1.
Souto A da SS, Sabagh BP, Abreu AO de, Silva SA da, Pereira DCR, Neves M de C, Pinheiro RR, Duarte RS, Miyazaki NHT, Villas Bôas MHS. Tolerância de Mycobacterium abscessus subsp. bolletii a desinfetantes de alto nível. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 1º de fevereiro de 2012 [citado 29º de março de 2024];71(2):362-71. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/32436

Resumo

Mycobacterium abscessus subps. bolletii (clone BRA100), entre outras micobactérias de crescimento rápido (MCR), tem sido isolada como agente etiológico de infecções localizadas e sistêmicas no Brasil. Neste estudo, foi avaliada a suscetibilidade de MCR pelo método confirmatório para Avaliação da Atividade Micobactericida de Desinfetantes frente a produtos à base de glutaraldeído, ácido peracético e ortoftalaldeído. Todos os produtos foram utilizados nas concentrações recomendadas pelos fabricantes. Foram avaliadas cinco cepas clínicas pertencentes ao clone BRA100, juntamente com as cepas de referência M. abscessus ATCC 19977, M. chelonae ATCC 35752, M. fortuitum ATCC 6841 e M. abscessus subps. bolletii INCQS 00594. Os três desinfetantes à base de glutaraldeído não foram eficazes contra M. abscessus e M. abscessus subps. bolletii. Os desinfetantes à base de ácido peracético demonstraram eficácia para todas as micobactérias empregadas, embora as cepas do clone BRA100 tenham demonstrado suscetibilidade reduzida ao ácido peracético B. O produto à base de ortoftalaldeído foi eficaz apenas frente a M. chelonae. Visando a redução de infecções nosocomiais, sugere-se que seja suspenso o uso de produtos à base de glutaraldeído como desinfetante de alto nível para quaisquer finalidades.
https://doi.org/10.53393/rial.2012.v71.32436
PDF

Referências

1. Euzéby JP. List of bacterial names with standing in nomenclature. Societé de bactériologie systématique et vétérinaire. [acesso 2011 mar 31]. Disponível em: [http://www.bacterio.cict.fr/m/mycobacterium.html].

2. Fontana, RT. As micobactérias de crescimento rápido e a infecção hospitalar: um problema de saúde pública. Rev Bras Enferm. 2008;61(3):371-6.

3. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Relatório descrito de investigação de casos de infecções por Micobactérias Não Tuberculosas de Crescimento Rápido (MCR) no Brasil no período de 1998 a 2009. 2011. [acesso 2011 ago 25]. Disponível em: [http://www.anvisa.gov.br/hotsite/hotsite_micobacteria/relatorio_descrito_mcr_16_02_11.pdf]

4. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Alerta sobre infecções por micobactéria não tuberculosa após videocirurgia. Informe técnico. 2007. [acesso 2009 abr 5]. Disponível em: [http://www.anvisa.gov.br/divulga/informes/2007/070307.htm].

5. Viana-Niero C, Lima CVBL, Lopes ML, Rabello MCS, Marsola LR, Brilhante VCR, et al. Molecular characterization of Mycobacterium massiliense and Mycobacterium bolletti in isolates collected from outbreaks of infections after laparoscopic surgeries and cosmetic procedures. J Clin Microbiol. 2008;46:850-5.

6. Duarte RS, Lourenço MCS, Fonseca LS, Leão SC, Amorim ELT, Rocha ELL, et al. An epidemic of postsurgical infections caused by Mycobacterium massiliense. J Clin Microbiol. 2009;47(7):2149-55.

7. Lorena NSO, Duarte RS, Pitombo MB. Infecção por micobactérias de crescimento rápido após procedimentos videocirúrgicos – a

hipótese do glutaraldeído. Rev Col Bras Cirurg. 2009;36(3);266-7.

8. Adékambi T, Reynaud-Gaubert M, Greub G, Gevaudan MJ, Scola B, Raoult D, et al. Amoebal coculture of “Mycobacterium massiliense” sp. nov. from the sputum of a patient with hemoptoic pneumonia. J Clin Microbiol. 2004;42(12):5493-501.

9. Leão SC, Tortoli E, Viana-Niero C, Ueki SY, Lima KV, Lopes ML, et al. Characterization of Mycobacteria from a Major Brazilian Outbreak Suggests that Revision of the Taxonomic Status of Members of the Mycobacterium chelonae-M. abscessus Group Is Needed. J Clin Microbiol. 2009;47(9):2691-8.

10. Leão SC, Tortoli E, Euzéby JP, Garcia MJ. Proposal that the two species Mycobacterium massiliense and Mycobacterium bolletii be reclassified as Mycobacterium abscessus subsp. bolletii comb. nov., designation of Mycobacterium abscessus subsp. abscessus subsp. nov., and emendation of Mycobacterium abscessus. [acesso 2011 ago 25]. Disponível em: [http://ijs.sgmjournals.org/content/early/2010/11/19/ijs.0.023770-0.long] (Int J Syst Evol Microbiol. - online version).

11. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 51, de 21 de outubro de 2009. Dispõe sobre a comprovação de eficácia de esterilizantes e desinfetantes hospitalares para artigos semicríticos frente à micobactéria Mycobacterium massiliense e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 21 out. 2009. [acesso 2010 set 29]. Disponível em: [http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2009/res 005121102009.html].

12. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 33, de 16 de agosto de 2010. Dispõe sobre a proibição de registro de novos produtos saneantes na categoria “esterilizantes” para aplicação sob a forma de imersão, a adequação dos produtos esterilizantes e desinfetantes hospitalares para artigos semicríticos já registrados na ANVISA e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 18 ago 2010. p. 41-42.

13. Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (Rio de Janeiro – Brasil). Determinação do teor de glutaraldeído (POP 65.3110.026 Rev. 3). Rio de Janeiro: INCQS (Manual da Qualidade, Seção 4.3); 2009.

14. Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (Rio de Janeiro – Brasil). Método confirmatório para avaliação da atividade micobactericida de desinfetantes (POP 65.3210.004 Rev. 8). Rio de Janeiro: INCQS (Manual da Qualidade, Seção 4.3); 2009.

15. Tomasino S. Disinfectants. In: Horwitz W, Latimer G. Official Methods of Analysis of AOAC International. Texas: AOAC International; 2006. p. 28-29.

16. Langsrud S, Sundheim G. Factors contributing to the survival of poultry associated Pseudomonas spp. exposed to a quaternary ammonium compound. J Appl Microbiol. 1997;82(6):705-12.

17. Nomura K, Ogawa M, Miyamoto H, Muratani T, Taniguchi H. Antibiotic susceptibility of glutaraldehyde-tolerant Mycobacterium chelonae from bronchoscope washing machines. Am J Infect Control. 2004;32(4):185-8.

18. Van Klingeren B, Pullen W. Glutaraldehyde resistant mycobacteria from endoscope washers. J Hosp Infect. 1993;25(2):147-9.

19. Lorena NSO, Pitombo MB, Côrtes PB, Maya MCA, Silva MG, Carvalho ACS, et al. Mycobacterium massiliense BRA100 strain recovered from postsurgical infections: resistance to high concentrations of glutaraldehyde and alternative solutions for high level disinfection. Acta Cirurg Bras. 2010;25(5):455-9.

20. Svetlíková Z, Skovierová H, Niederweis M, Gaillard JL, McDonnell G, Jackson M. Role of porins in the susceptibility of Mycobacterium smegmatis and Mycobacterium chelonae to aldehyde-based disinfectants and drugs. Antimicrob Agents Chemother. 2009;53(9):4015-8.

21. Phillips MS, von Reyn CF. Nosocomial infections due to nontuberculous mycobacteria. Clin Infect Dis. 2001;33:1363-74.

22. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 8, de 27 de fevereiro de 2009. Dispõe sobre as medidas para redução da ocorrência de infecções por Micobactérias de Crescimento Rápido – MCR em serviços de saúde. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 27 fev. 2009.

23. Block SS. Peroxygen compounds. In: Disinfection, Sterilization and Preservation. Filadélfia: Lippincott Williams & Williams; 2001. p. 185. Disponível em: [http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2009/res0008_27_02_2009.html].

24. McDonnell GE, Russell AD. Antiseptics and disinfectants: activity, action and resistance. Clin Microbiol Rev. 1999;12(1):147-79.

25. Walsh SE, Maillard JY, Russell AD. Ortho-phthalaldehyde: a possible alternative to glutaraldehyde for high level disinfection. J Appl Microbiol. 1999;86(6):1039-46.

26. Fraud S, Maillard JY, Russell AD. Comparison of the mycobactericidal activity of ortho-phthalaldehyde, glutaraldehyde and other dialdehydes by a quantitative suspension test. J Hosp Infect. 2001;48(3):214-21.

27. Pineau L, Desburguois C, Marchetti B, Luu Duc D. Comparison of the fixative properties of five disinfectant solutions. J Hosp Infect. 2008;68(2):171-7.

28. Stanley PM. Efficacy of peroxygen compounds against glutaraldehyde-resistant mycobacteria. Am J Infect Control. 1999;27(4):339-43.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2012 Aline da Silva Soares Souto, Bruna Peres Sabagh, Alessandra Oliveira de Abreu, Sérgio Alves da Silva, Daniella Cristina Rodrigues Pereira, Marta de Campos Neves, Rodrigo Rollin Pinheiro, Rafael Silva Duarte, Neide Hiromi Tokumaru Miyazaki, Maria Helena Simões Villas Bôas

Downloads

Não há dados estatísticos.