Patentes e registro sanitário de vacinas antimeningocócicas sorogrupo B no Brasil: aspectos importantes para a regulação e o controle
PDF

Palavras-chave

patentes
controle sanitário
vacinas meningocócicas

Como Citar

1.
Conceição CM da, Silva FSQ da, Silva AI da, Marinho ACM, Silva Júnior JG da, Gemal AL. Patentes e registro sanitário de vacinas antimeningocócicas sorogrupo B no Brasil: aspectos importantes para a regulação e o controle. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 1º de dezembro de 2012 [citado 19º de abril de 2024];71(4):615-23. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/32474

Resumo

As vacinas são um dos instrumentos mais importantes para a saúde pública. O registro sanitário é uma das ferramentas que a vigilância sanitária dispõe para controlar a entrada de todos os medicamentos e constitui a base das informações sobre eles para o Sistema de Vigilância Sanitária. No caso da meningite meningocócica, doença causada pela bactéria Neisseria meningitidis (Nm), várias vacinas foram desenvolvidas inicialmente contra os sorogrupos A, C, W135 e Y, utilizando-se os polissacarídeos capsulares. Pelo fato de o antígeno polissacarídico do sorogrupo B não induzir boa resposta imunológica em seres humanos, outras estratégias vacinais foram testadas. O objetivo deste trabalho foi mapear as patentes de produtos vacinais contra o sorogrupo B, depositadas no período de 1990 a 2005, e comparar esses pedidos com as vacinas registradas. O levantamento dos pedidos de patentes foi realizado utilizando-se as bases de dados eletrônicos do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e do Escritório de Patentes Europeu (EPO), a partir de janeiro de 1995. Várias patentes solicitaram proteção dos antígenos presentes em vacina já registrada, o que não caracteriza inovação. Os maiores depositantes de patentes são as multinacionais, o que mostra a necessidade de incremento dessa pesquisa aplicada por instituições brasileiras.
https://doi.org/10.53393/rial.2012.71.32474
PDF

Referências

1. Da Ponte FC. Vacinação, controle de qualidade e produção de vacinas no Brasil a partir de 1960. Hist Ciênc Saúde. 2003;10(2):619-53.

2. Greco M. The future of vaccines: an industrial perspective. Vaccine. 2002;20:101-3.

3. Piatti S. Critérios de análisis de las patentes farmacêuticas. 2006. [acesso em jul 2009]. Disponível em: http://www.deolhonaspatentes.org.br/?cid=707

4. Nishioga SA. Cooperation between regulatory authorities from developing countries in the evaluation of vaccine clinical trials. Cad Saúde Pública. 2008;24(9):2191-2.

5. Said DMP. Registro Sanitário de medicamentos: uma experiência de revisão [dissertação de mestrado]. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde/Fundação Oswaldo Cruz; 2008.

6. Gemal AL, da Costa JAC, Costa CI, Leal EC. Registro sanitário de produtos biológicos: papel do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde. Rev Brasil Vigil Sanit. 2006;2:157-65.

7. Ramsay ME, Andrews N, Kaczmarski EB, Miller E. Eficacy of meningococcal serogroup C conjugate vaccine in teenagers and toddlers in England. Lancet. 2001;357:195-6.

8. Griffiss JM, Yamasaki R, Estabrook M, Kim JJ. Meningococcal molecular mimicry end the search for an ideal vaccine. Trans R Soc Trop Med Hyg. 1991;85(Supl 1):32-6.

9. Cobb BA, Wang Q, Tzianabos AO. Polysaccharide processing and presentation by MHCII pathway. Cell. 2004;117(5):677-87.

10. Tappero JW, Lagos R, Ballesteros AM, Plikaytis B, Williams D, Dykes J, et al. Immunogenicity of 2 serogroup B outer-membrane protein meningococcal vaccines: a randomized controlled trial in Chile. JAMA. 1999;281(16):1520-7.

11. Capecchi B, Serruto D, Adu-Bobie J, Rappuoli R, Pizza M. The genome revolution vaccine research. Curr Issues Mol Biol. 2004;6(1):17-27.

12. Tettelin H, Saunders NJ, Heidelberg J, Jeffries AC, Nelson KE, Eisen JA, et al. Complete genome sequence of Neisseria meningitidis serogroup B strain MC58. Science. 2000;287:1809-15.

13. Basso M. A ANVISA e a concessão de patentes farmacêuticas. Curitiba, PR: Instituto de Tecnologia do Paraná; 2004.

14. Brasil. Lei nº 9.279/96, de 14 de maio de 1996. Regulamenta direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF); 15 maio 1996; Seção 1(93):8353-66.

15. Brasil. Lei nº 10.196/01, de 14 de fevereiro de 2001. Altera e acresce dispositivos à Lei nº 9.279/96, de 14 de maio de 1996, que regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF); 16 fev 2001; Seção 1(34):4.

16. Zalfa VMA. Comprimidos de liberação modificada: análise dos pedidos de patente depositados no Brasil [dissertação de mestrado]. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde/Fundação Oswaldo Cruz; 2008. p.9-12.

17. Silva HM. Avaliação da análise dos pedidos de patentes farmacêuticas feita pela ANVISA no cumprimento do mandato legal da anuência prévia [dissertação de mestrado]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública/Fundação Oswaldo Cruz; 2008.

18. Diretrizes para o exame de pedidos de patente nas áreas de biotecnologia e farmacêutica depositados após 31 de dezembro de 1994. [acesso em maio 2009]. Disponível em: http://www.inpi.gov.br/menu-esquerdo/patente/pasta_manual/DiretrizesQuimica.pdf/view

19. Rappuoli R. Reverse vaccinology. Curr Opinion Microbiol. 2000;3:445-50.

20. Wood D, Shin J, Duval B, Schmitt H. Assuring the quality, safety and efficacy of HPV vaccines: the scientific basis of regulatory expectations pre-and post-licensure. Vaccine. 2006;24 Suppl 3:187-92.

21. Costa EA, Amaral Jr C, Juarez E. Eficácia da vacina antimeningocócica (VA-MENGOC BC) nas condições de uso no Brasil, no período 1989/90. Info Epidemiol SUS. 1995;3(2):35-9.

22. Bjune G, Hoiby EA, Gronnesby JK, Arnesen O, Fredriksen JHO, Haltstensen A, et al. Effect of outer membrane vesicle vaccine against group B meningococcal disease in Norway. Lancet. 1991;338:1093-6.

23. Oster P, Lennon D, O’Hallahan J, Mulholland K, Reid S, Martin D. MeNZBTM: a safe and highly immunogenic tailor-made vaccine against the New Zealand Neisseria meningiditis serogroup B disease epidemic strain. Vaccine. 2005;23:2191-6.

24. Sierra GVA, Gampa HC, Valcarcel NM, Garcia IL, Izquierdo PL, Sotolongo PF, et al. Vaccine against group B Neisseria meningitidis: protect trial and mass vaccination results in Cuba. NIPH Ann. 1991;14:195-210.

25. Brasil. Ministério da Saúde. Comissão Mista Brasil-Cuba. Relatório sobre a avaliação da eficácia da vacina antimeningocócica BC de origem cubana. Info Epidemiol SUS. 1995;3(2):7-32.

26. Urwin R, Russell JE, Thomson E, Holmes EC, Feavers IM, Maiden MC. Distribution of surface protein variants among hyperinvasive meningococcal: implications for vaccine design. Infect Immun. 2004;72(10):5955-62.

27. Esclarecimentos sobre registros de produtos biológicos, incluindo vacinas. 2005. [acesso em jun 2009]. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/registro/biologicos_hemoterapicos.htm

28. De Filippis I. Quest for a broad-rage vaccine against Neisseria meningiditis serogroup B: implications of genetic variations of the surface-exposed proteins. J Med Microbiol. 2009;58:1127-32.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2012 Claudia Maria da Conceição, Filipe Soares Quirino da Silva, Angélica Inês da Silva, Anna Carolina Machado Marinho, José Godinho da Silva Júnior, André Luis Gemal

Downloads

Não há dados estatísticos.