Resumo
A ocorrência de hexaclorociclohexano (HCH) foi avaliada em amostras de água coletadas nas proximidades de um passivo ambiental, abrangendo os municípios de Franco da Rocha, Caieiras e Cajamar (Estado de São Paulo - Brasil). Nesse passivo foram encontrados resíduos desse agrotóxico, embora o seu uso agropecuário esteja proibido desde 1985 e em campanhas de saúde pública ou como domissanitários desde 1998. Foram analisadas 12 amostras de água destinadas ao consumo humano provenientes de poços e mananciais superficiais e subterrâneos. A determinação dos isômeros α, β, γ e δ-HCH foi realizada de acordo com a metodologia descrita no American Public Health Association (1995) com adaptações e analisados por cromatografia a gás com microdetector de captura de elétrons (μECD). Os valores de lindano (γ-HCH) estavam de acordo com a legislação brasileira. No entanto, os resultados dessa investigação mostraram níveis detectáveis de isômeros de HCH em cinco amostras, representando 42% do total e o maior valor detectado foi para o isômero β-HCH (0,075μg/L), o que indica uma possível contaminação técnica por HCH.
Referências
1. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB. Relação de áreas contaminadas. [acesso 2011 Ago 9]. Disponível em: [http://www.cetesb.sp.gov.br/areas-contaminadas/relacoes-de-areas-contaminadas/15-publicacoes].
2. Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ Gerência Geral de Toxicologia – ANVISA/GGTOX. Nota técnica sobre a reavaliação toxicológica do ingrediente ativo lindano. [acesso 2011 Ago 9]. Disponível em: [http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/c99bf100474595769d6bdd3fbc4c6735/lindano.pdf?MOD=AJPERES].
3. International Agency for Research on Cancer/World Health Organization - IARC/WHO. IARC Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risks to Humans. Hexachlorocyclohexane (technical HCH and lindane), p.5-6 [acesso 2011 Ago 9]. Disponível em: [http://monographs.iarc.fr/ENG/Monographs/vol20/volume20.pdf ].
4. Oliveira RM, Bastos LHP, Dias AEXO, Silva AS, Moreira JC. Concentração residual de hexaclorociclohexano em área contaminada na Cidade dos Meninos, Duque de Caxias, Rio de Janeiro, Brasil, após tratamento com óxido de cálcio. Cad Saúde Pública. 2003;19(2):447-53.
5. Foladori G. Desengenharia. O passivo ambiental na desativação de empreendimentos industriais. Ambient soc. [Internet]. 2002;10:137-41. [acesso 2011 Ago 9]. Disponível em: [http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-753X2002000100009&lng=en&nrm=iso].
6. Turnbull A. Chlorinated Pesticides. In: Hester RE, Harrison RM (eds) Chlorinated organic micropollutants. Issues in environmental science and technology. Cambridge: The Royal Society of Chemistry; 1996.p.113–35.
7. Rissato SR, Libânio M, Grafferis GP, Gerenutti M. Determinação de pesticidas organoclorados em água de manancial potável e solo da região de Bauru (SP). Quim Nova. 2004;27(5):739-43.
8. Instituto Adolfo Lutz (São Paulo – Brasil). Métodos físico-químicos para análise de alimentos: normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. 4ª ed. Brasília (DF): Anvisa; 2005.
9. Zhou R, Zhu L, Yang K, ChenY. Distribution of organochlorine pesticides in surface water and sediments from Qiantang River, East China. J Hazard Mater. 2006;137:68-75.
10. Kinyamu JK, Kanja LW, Skaare JU, Maitho TE. Levels of organochorine pesticides residues in milk of urban mothers in Kenya. Bull Environ Contam Toxicol. 1998;60:732-8.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2011 Tereza Atsuko Kussumi, Vera Regina Rossi Lemes, Viviane Emi Nakano, Sonia Bio Rocha, Iracema de Albuquerque Kimura, Irani Cristiane da Silva